30 de janeiro de 2010

Origem do "Salve Rainha"

Fonte: Orações e Milagres Medievais



Origem da “Salve Rainha”: hino da Primeira Cruzada completado por São Bernardo

Quantas vezes dos lábios piedosos a todo momento, um pouco por toda parte, se levanta ao Céu a oração Salve Rainha! Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, Salve, etc., etc.
Mas, quantos sabem qual é a sua origem? Sabem que foi composta especificamente como um canto de guerra para os Cruzados?
Pois bem, eis a origem dela.
Ela é atribuída ao bispo de Puy, Dom Adhemar de Monteuil, membro do Concílio de Clermont, onde foi resolvida a primeira Cruzada.
Adhemar participou da Cruzada na qualidade de legado apostólico e compôs a Salve Rainha, ou Salve Regina em latim, para que se tornasse o canto de guerra dos cruzados.
A princípio, a antífona acabava por estas palavras: nobis post hoc exilium ostende.
A tríplice invocação que a termina presentemente foi acrescentada por São Bernardo, e merece ser narrado como se fez.
Na véspera do Natal do ano de 1146, São Bernardo, mandado para a Alemanha como legado do Papa, fazia sua entrada solene na cidade de Spira, depois de uma viagem memorável na qual os milagres foram numerosos.
O bispo, o clero, os cidadãos todos, com grande pompa vieram ao encontro do santo.
Conduziram-no, ao toque dos sinos e dos cânticos sagrados, através da cidade até a porta da capital.
Ali, o imperador e os príncipes germânicos o receberam com todas as honras devidas ao legado do Papa.
Enquanto o cortejo penetrava no recinto sagrado, o coro cantou a Salve Rainha, antífona predileta do piedoso abade de Claraval.
Bernardo, conduzido pelo imperador em pessoa e rodeado da multidão do povo, ficou profundamente comovido com o espetáculo que presenciara.
Acabado o canto, prostrando-se três vezes, Bernardo acrescentou de cada vez uma das aclamações, enquanto caminhava para o altar sobre o qual brilhava a imagem de Maria: O clemens! O Pia! O dulcis Virgo Maria! — Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce Virgem Maria!

(Fonte: “Maria ensinada à mocidade”, Livraria Francisco Alves, Rio, 1915)

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