27 de janeiro de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 100 - 2ª Parte

100) Que nos proíbe o oitavo Mandamento - Não levantar falsos testemunhos?
IIª parte: O oitavo Mandamento - não levantar falsos testemunhos - proíbe-nos o dano injusto à fama alheia.
Possui o homem um valiosíssimo tesouro, mais precioso que o ouro e talvez mesmo que a própria vida: é a sua honra. Deus protege este bem supremo com o oitavo Mandamento, que proíbe a difamação do próximo, mencionando-lhe o nome.
Danifica-se a fama do próximo com a maledicência e sobretudo com a calúnia. Como serpente venenosa, a murmuração corrói na obscuridade o bom nome de nossos irmãos, causando-lhes a morte moral.
Com arte insuperável, apresenta-nos Botticelli a alegoria da calúnia. A execrável cena tem como fundo o mar imenso. A direita ergue-se o tribunal. O juiz é aqui representado pelo rei Midas que, segundo a mitologia, teve de certo modo orelhas de asno, por haver julgado injustamente uma competição entre deuses. Há duas figuras dissimuladas: a Suspeita e a Insídia. Gritam elas pérfidas insinuações aos ouvidos asinios, desviando-os da verdade. No centro do quadro está a Calúnia, que se adianta vestida das cores da inocência, arrastando pelos cabelos o caluniado, que implora piedade.
Precede à Calúnia o Rancor, representado pelo homem de capuz e de aspecto sinistro.
Duas formosas donzelas, representando a Falsidade, coroam de flores a Calúnia, para dar-lhe assim um ar gentil e mais facilmente induzir o juiz a enganos. Vem, afinal, uma negra e lívida figura - o Remorso - que jamais deixará de seguir os caluniadores.
E o Espírito Santo disse com verdade: "Porque sobre o ladrão está a confusão e o arrependimento; mas sobre a língua dobre cai uma nota péssima de infâmia; e o mexeriqueiro granjeia ódio, inimizade e afronta" ( Eclesiástico, 5,17).

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