30 de abril de 2018

Missa Tridentina - 01/05/2018

Missa Tridentina
Missa na Capela Nossa Senhora das Vitórias
- 01/05/2018 - 09:00 horas.
Obs: Alteração do horário da missa em função do feriado.
Local:
Capelania Militar Nossa Senhora das Vitórias – Capelania Militar do Exército
Endereço:
Rua Francisco Rocha, nº 740 - Batel - Curitiba - Pr.
Referências:
Hospital Geral de Curitiba (Hospital Militar) e Colégio Estadual Julia Wanderley

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.,

RETRATOS DE NOSSA SENHORA

A Imaculada Conceição


Parte 3/6

Alguns católicos têm uma ideia errada do mistério da Imaculada Conceição. Para uns, significa que a Virgem Santíssima não cometeu pecado em sua vida. Isto é verdade; porém não é esse o significado do privilégio. Outros pensam que a Virgem Santíssima foi concebida milagrosamente mais ou menos como o  Filho de Deus. É um erro. A Virgem Santíssima teve pai e mãe como os mais homens.
O que é pois a Imaculada Conceição?
Os pais terrenos com o concurso de Deus preparam o corpo do homem. Deus tira a alma do nada.
Esta alma sai pura das mãos de Deus, porém no momento em que se une a alma com o corpo começa a existir o homem e nesse mesmo momento a alma mancha-se com um pecado que lhe transmitem os pais da terra. Esse pecado hereditário chama-se pecado original. Como alguns pais transmitem a seus filhos algum defeito físico, todos os pais transmitem a seus filhos essa mancha da alma.
A fonte da humanidade esta envenenada, e todas as correntes que nascem dela ficam envenenadas também. 
Todos os homens que vêm a este mundo têm que dar aquele suspiro do salmista: "Et in peccatis concepit me mater mea". Minha mãe concebeu-me em pecado.
Como se o demônio se tivesse colocado na porta do mundo e a todos os que quisessem entrar nele os fosse marcando com o seu selo ignominioso. Alma selada com o pecado, alma escrava de Satanás.
Os patriarcas, os juízes, os reis, os profetas, os heróis e heroínas do Antigo Testamento; os sábios, os artistas, os santos todos do Novo Testamento, todos sem exceção têm que inclinar a cabeça diante de Satanás e entregar a sua alma à escravidão diabólica.
Porém um dia abeirou-se das portas do mundo uma alma encantadora. Era uma alma de mulher que Deus tinha escolhido para sua Mãe. Deus, inimigo eterno do demônio, permitirá que esse seu inimigo escravize sua Mãe, por momentos sequer? Deus, que odeia infinitivamente o pecado, permitirá que a alma de sua Mãe fique manchada um só instante?
Aí tendes o problema que se apresenta à sabedoria e ao poder de Deus.
É verdade que a justiça divina deu uma lei universal: todos os descendentes de Adão e Eva herdarão o pecado de seus pais. Porém quem deu a lei, não pode tirá-la, não pode pôr uma exceção? 
O rei Assuero tinha dado uma ordem real para exterminar o povo judeu. Apresentou-se ante ele a Rainha Ester e conseguiu do rei a revogação da ordem.
Porque não poderá Deus fazer uma exceção à lei promulgada no paraíso? Podia e devia fazer essa exceção com a alma de sua Mãe.

29 de abril de 2018

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.,

RETRATOS DE NOSSA SENHORA

A Imaculada Conceição


Parte 2/6

Os pecados dos homens tinham-se multiplicado sem conta.
Dirigiu Deus um olhar à terra e exclamou: arrependo-me de ter criado o homem. Abriu as cataratas do céu e mandou sobre a terra o dilúvio. Só uma família fiel a Deus, a família de Noé, encerrada numa arca se livra da catástrofe.
A terra era lago pantanoso coberto de cadáveres. Porém a justiça divina aplacou-se. O sol começou a iluminar de novo o cimo dos montes e um arco de cores brilhantes, sinal de reconciliação, abraçou o céu e a terra.
Sobre aquele cemitério pantanoso apareceu voando uma pomba branca. Não sabia onde pousar sem manchar-se de lodo. Divisou uma árvore verde, uma oliveira, e pousou nela, arrancou um raminho e com o ramo no bico voltou à arca de onde tinha saído.
Esta catástrofe é a imagem pálida da catástrofe espiritual que sobreveio à humanidade depois do primeiro pecado.
Um dilúvio de sofrimento cai sobre a humanidade: fome, cansaço, doenças, morte e sobretudo o pecado.
Séculos e séculos escureceu a terra esta tempestade da justiça divina; mas por fim, a misericórdia de Deus triunfa da justiça. Chegou a hora da reconciliação.
Uma pomba branca saída do coração de Deus vem trazer ao mundo o sinal dessa reconciliação de Deus com os homens. Essa pomba branca, já adivinhais quem é: a Virgem Imaculada.
A primeira criatura humana que se apresenta na terra sem a mancha do pecado original.
A primeira e a única.

28 de abril de 2018

Tesouro de Exemplos - Parte 480

UMA CLARIDADE MARAVILHOSA

Dois meninos judeus, naqueles tempos em que os mouros dominavam parte da Espanha, iam pelo caminho conversando acerca do Messias e externavam grandes desejos de vê-lo um dia. Apareceu então no céu uma claridade maravilhosa. Os dois meninos ajoelharam-se e pediram a Deus se dignasse mostrar-lhes o Messias, o Redentor prometido. Deus ouviu aquela oração e os meninos viram, no meio daquela claridade, um cálice resplandecente com uma Hóstia em cima. Converteram-se os dois a fé cristã, e na hora da morte um deles referiu aquela aparição a São Tomás de Vilanova, arcebispo de Valência, que nô-la deixou escrita num de seus sermões de Corpus Christi.

27 de abril de 2018

Tesouro de Exemplos - Parte 479

A HÓSTIA SANTA SUSPENSA NO AR

Aos três videntes de Fátima (Lúcia, Francisco e Jacinta), meses antes das aparições da SS. Virgem, mostrou-se-lhes o Anjo da Guarda, como se fosse uma figura ou estátua branca como a neve, transparente como cristal aos raios do sol, radiante de juventude e formosura sobre-humana.
Trazia um cálice na mão e uma Hóstia em cima, da qual caíam gotas de sangue no cálice. Deixando o cálice e a hóstia suspensos no ar, o Anjo ajoelha-se ao lado das crianças e faz que elas repitam très vezes: “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os tabernáculos do mundo, em reparação das ofensas com que o mesmo é ofendido”.
Levanta-se depois o Anjo, toma a Hóstia e a dá a Lúcia, e o cálice reparte entre Francisco e Jacinta, dizendo: “Tomai o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai seus crimes e consolai ao vosso Deus!”
Aqui temos uma viva representação da Eucaristia. Os videntes, nessa ocasião, não receberam este divino Sacramento; mas ficaram sumamente consolados e instruídos.

26 de abril de 2018

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.,

RETRATOS DE NOSSA SENHORA

A Imaculada Conceição


Parte 1/6

Apresento-te esta nova coleção de retratos da Santíssima Virgem. Direi melhor, de fotografias.
A Igreja chama à Virgem Maria: casa de ouro, arca da nova aliança. Isso e muito mais é a Virgem Maria: foi o palácio que teve na terra o rei do céu; e vamos tirar fotografias de todos os salões desse palácio.
É o sacrário onde esteve encerrado o Filho de Deus feito homem; e vamos contemplar pouco a pouco esse sacrário maravilhoso. Vamos contemplá-lo por fora e por dentro.
Começamos pelas belezas que se encerram dentro dele; depois fixaremos o exterior.
Primeiro, contemplaremos a alma da Santíssima Virgem. Depois fixaremos o seu corpo e o seu vestir.
Há duas classes de sacrários: uns primorosamente trabalhados no exterior; e por dentro com um dourado simplicíssimo. Dir-se-ia que os artistas ao fazê-los tiveram em conta agradar aos homens que os vêem por fora, mais que a Jesus Cristo que habita no interior.
Há outros sacrários lavrados de maneira diferente: no exterior o trabalho é simples; interiormente uma maravilha de arte e de riqueza. Se perguntardes ao artista porque o construiu assim, ele responderá: é que dentro habita Deus.
A Santíssima Virgem ia ser o sacrário vivo, onde habitaria nove meses o Filho de Deus; e o artista divino que fabricou esse sacrário, exteriormente fê-lo primoroso; porém onde fez uma maravilha do seu poder e sabedoria infinita foi no interior, na alma da Virgem Santíssima.
É Deus quem vai construir a sua própria morada. Como a fará?
Quando um pai de família edifica uma casa para viver, fá-la completamente a seu gosto: a distribuição dos aposentos, a decoração, os móveis, até os últimos detalhes, tudo a seu gosto.
Deus vai construir sua casa na terra. É a sua Mãe Santíssima; e faz também essa casa a seu gosto.
O que primeiro agrada a Deus é a limpeza; Deus não pode ver nada manchado. Por isso, antes de admitir as almas à sua presença no céu, retém-nas no purgatório para que purifiquem até as mais ligeiras imperfeições.
A Virgem Santíssima ia ser o céu onde habitaria Deus ao baixar à terra, e esse céu tinha que estar limpo como aquele onde mora durante toda a eternidade.
Vamos penetrar na alma de Maria e o que primeiro nos causará admiração será a sua limpeza. Limpa, até do pecado original. Limpa, dos pecados e imperfeições pessoais.

25 de abril de 2018

Tesouro de Exemplos - Parte 478

OUTRO NOBRE PENITENTE

O barão de Geramb, que em 1805 mandou um corpo de exército contra Napoleão, feito prisioneiro, foi encarcerado em Vincennes. Quando Napoleão, em 1813, foi derrotado em Leipzig, Geramb recuperou a liberdade; mas, abandonando o mundo, entrou para a abadia da Trapa. Deixara escrito: “Em meus longos anos de prisão vi que, no tempo da desgraça, todos os amigos nos abandonam. Para expiar meus pecados, faço-me trapista. Não quero que digam de mim senão que sou um, pecador penitente”.
Foi um religioso exemplar, vindo a falecer em Roma, onde ocupava o cargo de superior geral da Ordem.

24 de abril de 2018

Sermão para o Domingo do Bom Pastor, 2º Domingo depois da Páscoa – Padre Daniel Pinheiro, IBP

[Sermão] O Instituto Bom Pastor e seu papel na Igreja: doutrina, liturgia e união com Roma


Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Ave Maria…
Caros fiéis, gostaria de aproveitar a ocasião desta Festa do Bom Pastor, para tratarmos um pouco do Instituto Bom Pastor e do seu papel dentro da Igreja. Os membros do Instituto querem, claro, seguir o modelo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Bom Pastor, indo adiante dos fiéis, conduzindo-os aos pastos da verdade e dos sacramentos, conhecendo as ovelhas pelo nome e dando a vida por elas.
De modo particular, os membros do Instituto querem dar a vida pelas ovelhas celebrando a liturgia romana tradicional. E isso de modo exclusivo. Somente a liturgia romana no rito tradicional. O rito romano tradicional, isto é, o rito anterior às reformas litúrgicas oriundas do Concílio Vaticano II é o rito próprio e exclusivo do Instituto Bom Pastor e de seus membros. Assim ele foi fundado e assim ele continua em seus estatutos. Cada membro do Instituto Bom Pastor, se age de modo coerente como se espera, adere a isso, voluntariamente, livremente e firmemente, por questões de princípio relacionadas à fé e à vida espiritual.
Os membros do Instituto Bom Pastor querem também cuidar das ovelhas pela doutrina católica de sempre. A doutrina ensinada por Cristo e pela sua Igreja ao longo dos séculos. Porque essa é a verdade. Consequentemente, há uma crítica construtiva a atos controversos do magistério recente, a atos em desacordo com aquilo que a Igreja sempre ensinou. E isso segundo os princípios teológicos que regem os diversos graus de magistério eclesiástico e que regem os diversos graus de assentimento a esse mesmo magistério.  Essa crítica não é para causar vã polêmica ou simplesmente repetir o que já foi dito, mas para colocar à disposição da autoridade eclesiástica sólidos argumentos teológicos para a correta interpretação desses textos ou mesmo para a necessária correção desses textos, quando for o caso. Pela sua própria natureza, essa crítica exige tempo, reflexão e estudos aprofundados, e não a publicação precipitada de textos em quaisquer meios que sejam.
No ministério sacerdotal, caros católicos, importa, antes de tudo, pregar a verdade e condenar os erros, sem precisar entrar necessariamente em questões polêmicas e complexas que muitas vezes mais confundem do que atrapalham. Assim, de modo geral,, por exemplo, vale mais ensinar a necessária união da Igreja e do Estado com todas as suas provas e razões do que entrar em todas as sutilezas do erro da liberdade religiosa para condená-la. Ao conhecer a verdade, o fiel saberá identificar o erro, que ele venha de não católicos ou que ele venha mesmo de um ato do magistério não-infalível. Dom Lefebvre, que muitos hoje citam sem conhecer, fazendo o livre-exame de Dom Lefebvre, dizia aos padres em retiro sacerdotal em 1980: “Penso que é preciso permanecer diante da realidade tal como ela é e, sobretudo, não somos obrigados a fazer comentários sobre o Papa todos os dias. As pessoas não esperam isso dos padres. As pessoas não esperam que nos seus sermões haja sempre algo sobre o papa. Há vários outros assuntos. Deixem esse problema que é justamente muito delicado, difícil, doloroso, que faz sofrer os fiéis. Agora, se alguém vem procurar-vos em particular, dê a ele a solução do problema. Mas não façam disso sempre o assunto do sermão, o que faz que as pessoas saiam angustiadas… Isso perturba as pessoas, não serve para nada.”  E continua Dom Lefebvre : “O que as pessoas pedem é a santificação, é serem santificadas pelos sacramentos, pelo Santo Sacrifício da Missa. Falem para eles dos problemas que eles têm (em sua vida espiritual), da santificação pessoal deles. Não falta assunto sobre isso. Um vez ou outra, evidentemente, por ocasião de uma conferência ou se alguém o pede, deve-se explicar de forma mais precisa a situação.” Assim se posicionava o Arcebispo Dom Lefebvre. E assim, de fato, vamos agindo no Instituto Bom Pastor, com uma nuance ou outra em cada situação concreta.
Portanto, caros católicos, a crítica construtiva não se trata de falar disso o tempo todo. Além do quê, essa crítica se faz também pela prática pastoral. Ela se faz pelapastoral em que se estabelece a hierarquia da Igreja contra a colegialidade dentro da Igreja. Ela se faz pela pastoral em que se estabelece que a Igreja de Cristo é somente a Igreja Católica, fora da qual não há salvação, contra o ecumenismo. Ela se faz pela pastoral em que se estabelece a união da Igreja e do Estado contra a liberdade religiosa. Ela se faz pela pastoral em que se estabelece o domínio da razão sobre os sentimentos. Ela se faz ela pastoral em que se estabelece o princípio da religião na adesão de nossa inteligência às verdades reveladas por Deus e não no sentimentalismo, contra o modernismo. Ela se faz pela pastoral em que se estabelece, ainda, por exemplo, a hierarquia das finalidades do matrimônio, sendo a finalidade primária a geração dos filhos. Enfim, o modo tradicional católico de organizar o apostolado já é uma crítica à nova teologia. O modo tradicional católico das devoções e do apostolado forma uma mentalidade profundamente católica, capaz de reconhecer o erro e os seus falsos princípios. Como nos disse um padre uma vez: ensinar a verdadeira doutrina católica, seja em que tema for, já é, muitas vezes, uma polêmica hoje em dia. O primeiro dever do sacerdote para com os fiéis é ensinar a doutrina de Cristo, começando pelo catecismo. Infelizmente, quantas vezes vemos a situação absurda de alguns que pretendem saber muito sobre problemas teológicos de liturgia e do magistério recente, mas sequer conhecem as verdades fundamentais do catecismo católico. Antes de conhecerem o catecismo, conheceram as polêmicas e as controvérsias e fazem girar toda a religião em torno dessas questões.
O Instituto Bom Pastor é um Instituto de direito pontifício, tendo a situação canônica regular diante da Santa Sé. Reconhecemos que é preciso estar manifestamente unidos à Santa Sé quando se tem as garantias suficientes para guardar a doutrina católica tradicional e a liturgia romana tradicional. Aqueles que negam, por princípio, um acordo com a Santa Sé até que todas as questões doutrinárias se resolvam, encontram-se no erro. Desconsideram que essa necessária união manifesta, quando se tem garantias suficientes para a fé, para a moral e para a liturgia, também entra no campo da fé. Portanto, recusar essa união manifesta com a Santa Sé quando se tem essas condições suficientes, é colocar em perigo a fé. E, de fato, vemos como, nesses grupos que pretendem resistir, começam a surgir erros doutrinários. Erros doutrinários quanto à constituição da Igreja e sua organização, afirmando, por exemplo, que os católicos devem, agora, viver em células independentes ou deixando entender que o tempo das estruturas acabou, o que se opõe – é evidente – à organização hierárquica da Igreja, que é de instituição divina, e que necessariamente possui as suas estruturas. Além disso, forma-se um espírito de independência e de autonomia que vai gerando cada vez mais divisões e subdivisões, cada um pensando ter visto e entendido toda a verdade, levando muitos a pensar que quanto mais dura a posição, mais católica ela é. Isso, na verdade, é um erro. A posição católica não se identifica com a dureza nem com a moleza, mas simplesmente com aquilo que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou e a Igreja nos transmite pelo seu magistério infalível.
A posição católica se baseia simplesmente no ensinamento de Cristo e o magistério constante da Igreja, e não em ser mais dura ou menos dura. Há também, constantemente, a tendência de simplificar muito as coisas, tanto de um lado quanto de outro, e não levar em consideração as distinções teológicas e morais que devem ser feitas para que se tenha um raciocínio correto e uma ação prática justa. Assim, alguns simplificam dizendo que não crise alguma na Igreja e outros simplificam dizendo que é preciso esperar a solução de todos os problemas para poder se unir a Roma. Se aparece alguém fazendo as distinções teológicas e morais necessárias, é logo tratado de radical pelos que dizem que não há crise na Igreja e é tratado de liberal pelos que querem simplesmente a dureza. Portanto, a união manifesta com a Santa Sé deve existir, se há garantias suficientes para a fé, sob pena de cair também em erros doutrinários. A doutrina católica exige isso, a natureza da Igreja exige isso.
Assim, os fundadores do Instituto Bom Pastor, tendo alcançado a exclusividade da liturgia romana no rito tradicional e o direito à crítica construtiva a atos controversos do magistério recente, fundaram o Instituto, que foi reconhecido como de direito pontifício em 2006, sob o pontificado de Bento XVI. Todo católico deve reconhecer a autoridade legítima do Papa. Se, por acaso, em um ponto o Papa comete erros, o que é possível, segundo as condições estritas da infalibilidade do Papa, nesse ponto em que o Papa se equivoca, não está o fiel católico obrigado a obedecer. Mas o Papa continua sendo o Papa, nosso Pastor e Pai, a quem devemos ter filial estima e obediência em suas ordens legítimas.
Portanto, caros católicos, o nosso carisma é o uso exclusivo da liturgia romana tradicional, é a transmissão da doutrina católica de sempre com a consequente crítica construtiva a ensinamentos recentes controversos e tudo isso na união manifesta com a Santa Sé. Todavia, em vez de carisma, palavra um pouco na moda e que nos faz um pouco sorrir, podemos falar simplesmente de fidelidade à Igreja. E é nessa fidelidade que queremos viver e morrer. É nessa fidelidade que queremos conduzir aos céus os fiéis que nos foram confiados pela providência divina.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

23 de abril de 2018

Tesouro de Exemplos - Parte 477

A PENITÊNCIA DO REI

Numa noite de outono de 1804 um peregrino, humildemente vestido, batia à porta do convento beneditino de Ossiach. Fingiu-se mudo e por sinais pediu que o admitissem naquele mosteiro como criado. Foi realmente recebido pelo santo abade Frencho e passou oito anos sem falar, desempenhando os mais humildes serviços e fazendo rigorosas penitências.
A hora da morte deu-se a conhecer aos monges, dizendo: “Eu sou Boleslau, rei da Polônia, que entre outros grandes pecados cometi o de dar morte ao santo bispo de Cracóvia, Estanislao a quem eu mesmo assassinei junto ao altar, por ter ele censurado meus cruéis desmandos. O Papa Gregório VII excomungou-me. Depois, arrependido de minhas culpas, fui a Roma em busca do perdão. Lá me confessei e fui absolvido; e, para melhor expiar os meus enormes crimes, passei estes anos fazendo penitências”.

22 de abril de 2018

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.,

RETRATOS DE NOSSA SENHORA.

Nossa Senhora Rainha


Parte 7/7

Que dia de gozo lhe deram no dia em que foi proclamado dogma de fé o privilégio da sua Assunção aos céus! O triunfo do céu tinha de ter repercussão na terra. 
Provavelmente não se terá celebrado na Igreja solenidade tão grandiosa como nesse dia. Os meios rapidíssimos de comunicação modernos permitiam ir a Roma um tal número de peregrinos que as gerações passadas não o poderiam suspeitar. E mais ainda, as cerimônias do Vaticano não assistiam só os que se achavam em Roma; por meio da rádio assistiram quase todos os católicos do mundo, e em algumas regiões os atos puderam ser vistos a distância, graças a televisão. Para assistir a solenidade, aguentaram-se incômodos, que por nenhum outro motivo se sofreriam, algumas pessoas passaram a noite estendidas no chão da praça de São Pedro. As primeiras horas da manhã como um rio que transborda, desembocam na gigantesca praça que estende os dois braços enormes de colunatas como um abraço de amor que o Papa quisesse dar aos seus filhos; e penetram na basílica imensa que até então ninguém jamais suspeitava fosse pequena, e a multidão estende-se também pela praça imensa; o povo continua afluindo e os peregrinos tem que estender-se ao longo da esplêndida avenida que tem por fundo a fachada do Vaticano. Quem os poderia contar?  Milhares e milhares de todas as raças, de todas as nações, de todas as línguas; amigos e inimigos que ali só pensam que são católicos, que são da mesma família, que aquela é a casa de todos e que o pai de todos é o Papa. Enquanto na terra milhares de seres humanos se agrupam emocionados, fora de si, esquecidos de si mesmos, no céu tem lugar outra cena mais grandiosa. Todos os anjos e todos os santos poderíamos dizer que naqueles momentos desviam os olhos do trono da divindade para dirigi-los ao trono da Rainha dos céus. Mais ainda, a própria Santíssima Trindade, parece que se esquece de si mesma para festejar a Esposa, a Mãe, a Filha de Deus.
A expectativa que se sente em Roma para ver o Papa é indescritível. É a esperança que aqueles milhares de almas abrigaram toda a sua vida, ver o Papa. Esperam-no como qualquer coisa de sobrenatural, de divino, que viesse do céu. E a expectativa não fica defraudada. Desfilam os 40 abades, os 589 bispos, os 40 cardeais com as suas vestes mais vistosas, com as suas mitras brancas que se movem no ar como bandos de pombas. Espetáculo grandioso; porém não é isto o que a multidão espera; o que em outro lugar seria arrebatador, aqui apenas interessa. O que espera é a chegada do Papa. Os corações batem com violência. As gigantescas lâmpadas da basílica, as centenas de luzes que pendem das colunas e dos arcos do templo iluminam-se; as estátuas dos apóstolos e dos santos parece que tomam movimento e vida. Os doutores da Igreja que sustêm a cátedra de São Pedro parece que se põem em movimento, e avançam ao encontro do Vigário de Cristo; e os inumeráveis e belíssimos anjos que sustêm a tiara pontifícia e volteiam no ar, parecem adiantar-se para colocarem aquela tiara sobre a fronte do sucessor de São Pedro.
Pela magnífica porta de bronze começa a aparecer o vistoso acompanhamento pontifício, a família vaticana com os seus vistosos uniformes. O Papa aproxima-se e todos os olhares se fixam na porta. Divisaram-no. O entusiasmo trasborda e é indescritível; aplausos, vivas, mãos que se agitam no ar. Os sinos repicam festivos. As trombetas pontifícias soam do alto do templo. O coro canta com entusiasmo as palavras eternas de Jesus Cristo escritas com letras de ouro sobre o sepulcro de Pedro; Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E no meio desta apoteose aparece o Papa na sua cadeira gestatória coberta de vermelho, que parece tingida om o sangue de todos os mártires e de todos os perseguidos em 20 séculos de contínua luta; sangue das veias e sangue do coração; e sobre aquele trono de sangue, a figura branquíssima do Papa, como um anjo que tivesse descido do céu; como se o próprio Jesus aparecesse na terra. A figura impressionante de S. S. Pio XII. Entrada indescritível que só poderá comparar-se com a entrada de Jesus Cristo no dia do juízo final com as suas vestes brancas como a neve e sentado nas nuvens do céu. O momento solene aproxima-se . O Papa senta-se debaixo da cátedra de São Pedro sustentada pelos doutores da Igreja. Sobre ela a branca pomba do Espírito Santo no seu vitral radiante de luz, coroada por multidões de anjos. À volta do Papa sentados em sendos escabelos, os 40 cardeais, os 589 bispos, os 40 abades - a coroa do Vigário de Cristo na terra. Nunca foi tão numerosa como neste dia. E em espírito estão todos os milhões de católicos. O mundo em volta do Papa, com os olhos fixos no Papa.
 No céu todos em volta do trono da Virgem Maria com os olhos fixos n'Ela. Aproxima-se o momento solene. A Igreja inteira roga ao Pontífice Romano que declare dogma de fé o privilégio da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. Pedem-lho as gerações católicas de 20 séculos. Pede-lho de uma maneira especial a geração presente: 4.500 bispos, 49 Superiores Gerais em nome de 700.000 religiosos. Pedem-lho 12 milhões de congregados marianos de todo o mundo. Pedem-lho as faculdades teológicas de todas as Universidades. Ante esse pedido universal o Pontífice Romano convida a todos para que rezem e peçam a assistência do Espírito Santo. E ele ajoelha-se para orar. Os milhares e milhares de almas esquecem o seu próprio idioma e na língua da fraternidade cristã, em latim, entoam o "Veni, Sancte Spiritus". Uma torrente de súplicas dirige-se ao céu, ao Espírito Santo. E as súplicas dos homens da terra unem-se as dos santos e dos anjos do Céu. Todos se dirigem ao Espírito Santo e pedem-lhe:
"Desce à terra, ilumina a mente e move o coração do Vigário de Jesus Cristo, ilumina-o para que contemple com toda a clareza o que nós estamos contemplando: a nossa Rainha em corpo e alma cheia de glória nos céus".
O Vigário de Cristo reza de joelhos. A pomba branca da glória de Bermini ilumina-se de resplendores do céu e esses resplendores descem à cátedra de São Pedro e dessa cátedra infalível descem ao Pontífice Romano; e o Papa, numa visão sobre humana, contempla a cena do céu: a Virgem Santíssima em corpo e alma sentada no seu trono de glória recebendo a homenagem dos anjos e dos santos. O Papa levanta-se. Dirige-se aos fiéis do mundo inteiro e com voz trêmula pela emoção declara solenemente:
- "A Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assumida, trasladada em corpo e alma ao Céu".
Os sinos do Vaticano tocam gloriosos e festivos, os seus ecos difundem-se por todo o mundo e respondem os sinos das catedrais, os ecos destes transmitem-se a todos os campanários até as povoações mais pequenas, até as missões dos infiéis; e o sino do missionário, alegre como nunca, faz vibrar a estrutura débil da sua igreja, e as estátuas e imagens de Nossa Senhora na sua Assunção ao céu parece que palpitam de vida; e as cinzas de todos os defensores do mistério estremecem de júbilo nas suas sepulturas.
A alegria da terra repercute-se no céu. Os anjos e os santos e a Santíssima Trindade prestam homenagem incomparavelmente mais gloriosa à sua Rainha e entoam-lhe um hino que os ouvidos humanos não podem suspeitar e que reproduz a cena de há 20 séculos, o dia em que a Virgem Maria entrou nos céus e foi coroada como Rainha da glória. A Virgem humilíssima recebe aquela homenagem do céu e da terra, dirige os seus olhos para Deus e entoa de novo o "Magnificat":
- "Engrandece, alma minha, ao Senhor. Porque se lembrou da pequenez da sua serva. Obrou em mim grandes coisas o que é Todo Poderoso. Por isso todas as gerações me chamarão bem aventurada".
Nós, os católicos, temos um novo dogma de fé para crer. 
Creio que o corpo da minha Mãe não esta na terra, pois não é sitio digno dele. Creio que esse corpo virginal e imaculado vive glorioso no céu. Creio que esta ali aquele corpo que segurou em seus braços o Filho de Deus feito menino, aqueles pés que se enterraram na areia do deserto, aqueles olhos que choraram no Calvário, aquela língua que pronunciou o "Fiat"da encarnação, aquele coração que sofreu um martírio cruel e me amou e continua amando ainda. Creio que esse corpo santo esta recebendo no céu o prêmio que merece. Creio e espero que algum dia a verei e que a minha fé se converterá em evidência. Creio e espero que um dia  o meu corpo ressuscitará como o da Virgem Maria, e receberá uma glória semelhante.

21 de abril de 2018

Tesouro de Exemplos - Parte 476

O SEGREDO DA CONFISSÃO

Um sacerdote foi entregar a viúva de um rico comerciante uma quantia importante, que recebera em confissão para ser restituída. A senhora, ainda que muito católica, desejava saber quem fora o autor daquele roubo, porque do contrário (dizia ela) ficaria suspeitando de toda gente. E prometia até com juramento que guardaria rigoroso segredo.
— Não posso dizer-lhe! — respondeu o sacerdote.
— Diga-me, só a mim! — insistia ela.
— E a senhora não o contará a ninguém?
— Nunca! Eu sou como uma sepultura para guardar segredo.
— Muito bem — rematou o sacerdote — eu também sou uma sepultura; portanto não estranhe que não possa revelar-lhe o meu segredo.

Imagens Missa Solene Celebrada pelo Padre Renato Coelho - Capela do Hospital Militar - 08/04/2018

Missa Solene - Padre Renato Coelho - IBP-São Paulo