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12 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Final

Final) Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.
Judas Macabeu, invicto condutor dos filhos de Israel, enquanto se procedia à sepultura dos soldados caídos em batalha, descobriu debaixo da roupa deles objetos idólatras, proibidos pela Lei, isto é, pelos mandamentos de Deus. Pôs-se então, a rezar com todos os que estavam ali presentes, para que aqueles pecados dos soldados mortos fossem perdoados. "E, tendo feito uma coleta, mandou doze mil dracmas de prata a Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifício pelos pecados dos mortos, crendo bem e religiosamente na ressurreição (porque se ele não esperasse que os que tinham sido mortos haviam um dia de ressuscitar, teria por coisa supérflua e vã orar pelos defuntos); porque ele considerava que, aos que tinham falecido na piedade, estava reservada uma grandíssima misericórdia. É pois um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados" (2º Macabeus, 12, 43-46).
A oração é a preciosa chave que abre os tesouros das celestes misericórdias. Deve o cristão rezar não só por si, mas também por seus irmãos, especialmente pelos pecadores e pelos que mais necessitam. Deve rezar pelos vivos e pelos mortos e, de modo particular, pelas almas mais abandonadas do Purgatório.

Os nossos mortos esperam,
Sempre, com os olhos fixos
Como o mendigo que estende a mão,
Aquelas orações...
(Pascoli: "A minha moléstia").

Rezemos...
Rezemos pelos que dormem
No cemitério,
Quer sejam culpados ou inocentes,
Pois o mistério da morte
Só Tu o sabes, ó Deus!
(Fogazzaro: "A noite".

11 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 197

197) Sofrer com paciência as fraquezas do próximo.
Jó era um príncipe ilustre em todo o Oriente.
Havia-lhe Deus dado tudo o que o homem pode desejar na Terra: honras, riquezas, família numerosa ...
Querendo Deus, porém, provar-lhe a virtude, permitiu que ele perdesse os seus bens de fortuna. Pereceram depois trágicamente os seus filhos e, enfim, assaltou-o uma atroz moléstia, que o tornava insuportável a todos. Precisou transferir seu leito para um lugar infecto.
Certa vez, três de seus amigos vieram de longe para visitá-lo. Vendo-o tão deformado pela lepra, começaram a acusá-lo, dizendo-lhe que ele havia merecido de Deus todos aqueles infortúnios em castigo de seus pecados.
Jó, no entanto, sofreu tudo com paciência: a perda das riquezas, dos filhos, da saúde e mesmo as estultas acusações dos amigos desleais. Deus, como recompensa, restituiu-lhe a saúde, uma nova família e o dobro das riquezas que possuía antes.
Lembremo-nos que todos temos defeitos e que por isso, devemos compadecer-nos mútuamente. Trazemos o fardo de nossas misérias sobre nossos ombros mas, quando vemos os defeitos do próximo, esquecemo-nos dos nossos. Aprendamos de Jesus a doçura e a mansidão de trato e de coração.
"Procurai ser paciente, suportando os defeitos alheios" (Imitação de Cristo).

10 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 196

196) Perdoar as injúrias.
Com o auxílio de Deus, José, vendido por seus irmãos, tornou-se vice-rei do Egito.
Quando seus irmãos, levados pela fome, foram ao Egito à procura de trigo, a ele se apresentaram, sem reconhecê-lo. José, porém, reconheceu-os. Levado pela torrente de afeto que a eles o prendia, fêz com que todos saíssem da sala afim de dar-se a conhecer a seus irmãos. Levantou a voz chorando, no que foi ouvido pelos egípcios e pelos moradores da casa de Faraó. Disse em seguida aos irmãos: "Eu sou José, vosso irmão, a quem vós vendestes para o Egito. Não temais nem vos pareça ser coisa dura o terdes-me vendido para este país, porque para vossa salvação me mandou Deus adiante de vós para o Egito... E José beijou todos os seus irmãos, e chorou sobre cada um deles" (Gênesis,45, 4-15). Eis a vingança dos santos - o perdão!
Lembra-te que perdoar de coração aos que te ofenderam é mandamento expresso de Jesus: "Porque se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados" (Mateus, 6, 14-15).
Há meninos que guardam rancor de alguns companheiros que os ofenderam com palavras ou maneiras. Não está bem. O ensinamento de Jesus Cristo é este: "Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe. E se pecar sete vezes no dia contra ti, e sete vezes no dia, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido: perdoa-lhe sempre" (Lucas, 17, 3-4).

9 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 195

195) Consolar os aflitos.
No imortal romance "Os noivos", são célebres as figuras do Cardeal Frederico Borromeu e do Inominado.
O Inominado, depois de haver levado uma vida de grandes perversidades, acabou por atender à voz da divina graça. Encontrou no santo Arcebispo um amigo e um consolador, que o acolheu carinhosamente e o reconduziu ao perdão e à paz.
É maravilhosa a descrição de seu primeiro colóquio com o Arcebispo de Milão.
Desprendendo-se dos braços do Cardeal Frederico, exclamava o Inominado: "Deus verdadeiramente grande, Deus verdadeiramente bom! Agora me conheço, compreendo quem sou eu! As minhas iniquidades estão diante de meus olhos. Horrorizo-me de mim mesmo!
Todavia, sinto um refrigério, uma alegria que nunca provei nesta minha horrível vida" (A. Manzoni, "Os noivos", cap.XXIII).
São chamados aflitos os que se sentem oprimidos por dores físicas e morais, por desventuras e tribulações de todo o gênero. Foi Jesus quem nos ensinou a dizer plavras de conforto a essas almas atribuladas, para nelas reavivar a esperança cristã, infundindo-lhes coragem e resignação. Essa obra de caridade é bem rara mas é pródigamente recompensada por Deus.
Lembremo-nos aqui da exortação divina: "Não deixeis de consolar os que choram, e anda com os aflitos" (Eclesiástico, 7,38).

8 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 194

194) Castigar os que erram.
Narra o Santo Evangelho que "os escribas e os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher e disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério. Ora, Moisés na lei, mandou-nos apedrejar tais pessoas. Que dizes tu, pois? E diziam isto para O tentarem, a fim de O poderem acusar. Porém, Jesus inclinando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. Continuando, porém, eles a interrogá-Lo, levantou-se, e disse-lhes: O que de vós está sem pecado, seja o primeiro que lhe atire a pedra.
E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo isto, foram-se retirando um após outro, começando pelos mais velhos; e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio. Então Jesus, levantando-se disse-lhe: Mulher, onde estão os que te acusam? Ninguém te condenou? Ela respondeu: Ninguém, Senhor. Então disse Jesus: Nem eu te condenarei; vai, e não peques mais" (João, 8, 3-11).
Com que divina doçura sabia Jesus comover os corações! Corrigir significa: admoestar o próximo com mansidão e caridade, a tempo e a hora, com o intuito de conduzi-lo ao bem.
Quantas vezes uma boa palavra, fecundada pela graça de Deus, não é o princípio das mais santas resoluções!
"Seria de lastimar um cirurgião que, desapiedadamente deixasse um homem morrer, por não ter coragem de lhe curar uma chaga! Muitas vezes, uma advertência feita em momento oportuno é tão útil para a alma como um golpe de bisturi, dado certamente, para a saúde do corpo" (S. Francisco de Sales).

7 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 193

193) Ensinar os ignorantes.
A maior necessidade da alma é a verdade, especialmente a verdade religiosa, que ensina aos homens o caminho da salvação.
Quem instrui os ignorantes sobre as verdades da fé e com eles reparte o pão da doutrina, cumpre uma sublime e meritória missão aos olhos de Deus. Torna-se continuador da obra de Jesus Cristo, que veio à Terra para ser nosso Mestre.
Este dever cabe sobre tudo aos pais, aos mestres, aos superiores. De certo modo, todos nós temos obrigação de ensinar a nosso próximo, ao menos pelo exemplo de uma perfeita prática de nossos deveres cristãos.
Grande figura de educador cristão é São João Batista de La Salle. Fundou muitas escolas gratuitas para crianças pobres. Seus continuadores, os irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas), continuam até hoje a educar cristãmente milhares de jovens.
Caro menino, estuda as verdades divinas, para um dia também ensiná-las aos outros.
"Sê liberal em qualquer gênero de auxílio, para com os necessitados - exorta o mártir de Spielberg - em dinheiro e proteção, quanto puderes; em conselhos, aproveitando as ocasiões; em boas maneiras e boas sugestões. É sempre linda a piedade para com os infelizes..." (Sílvio Pellico:"Sobre os deveres dos homens")

6 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 192

Obras de Misericórdia Espirituais

Às obras de misericórdia corporais, seguem-se as obras de misericórdia espirituais, que são igualmente sete.
1. Dar bom conselhos.
Apresentou-se um dia um jovem a Jesus e lhe perguntou: "Bom Mestre, que devo eu fazer para alcançar a vida eterna?" E Jesus disse-lhe: "Tu sabes os Mandamentos: Não cometas adultério, não mates, não furtes, não digas falso testemunho, não cometas fraudes, honra teu pai e tua mãe". E ele, respondendo, disse-lhe: "Mestre, todas estas coisas tenho observado desde a minha mocidade". E Jesus, pondo nele os olhos, mostrou-lhe afeto, e disse-lhe: "Uma coisa te falta: vai, vende quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no Céu; e vem depois e segue-me" (Marcos, 10, 17-21).
Que santo conselho deu Jesus a esse jovem!
O que é dúvida? É estar-se incerto sobre uma decisão a tomar. Estamos todos sujeitos a enganos, especialmente quando nos apoiamos em nosso próprio juízo e quando rejeitamos os conselhos de pessoas sábias e virtuosas.
É portanto evidente que dar conselhos úteis, prudentes e sábios é uma especalíssima caridade para com o próximo.
Assim exorta o Apóstolo: "Enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos irmãos da fé" (Gálatas, 6,10).

5 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 191

191) Enterrar os mortos.
A Igreja sempre rodeou de veneração os corpos dos fiéis defuntos santificados durante a vida pelos sacramentos e destinados à ressurreição eterna. Eis por que se benzem as tumbas, onde repousam seus despojos. No tempo das perseguições eram subterrâneas e denominavam-se catacumbas.
Os primeiros cristãos tinham especial veneração pelos corpos dos mártires.
O quadro representa o enterro de S. Lourenço. Com tochas acesas, transportavam os fiéis o corpo do mártir através dos escuros corredores, até o lugar para ele preparado pelos coveiros. Logo depois, era adornado de flores e símbolos sacros.
Ainda hoje se conserva o costume de levantar a cruz sobre os túmulos dos fiéis e de cobri-los de flores.
Não neguemos aos nossos mortos a nossa oração de sufrágio. Tributemos-lhes nossa homenagem de caridade, acompanhando-os à derradeira morada e confiando-os à terra de onde ressuscitarão um dia para o juízo final.
Admoesta-nos o Espírito Santo na Sagrada Escritura: "A beneficência é agradável a todos os vivos, e não impeças que ela se estenda aos mortos" (Eclesiástico, 7,37).

4 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 190

190) Visitar os encarcerados.
S. Vicente de Paula foi apóstolo incansável da caridade. Aliviava todo o gênero de miséria humana. Quando era capelão geral das galés do rei da França, visitava freqüentemente os pobres galeotes condenados aos trabalhos forçados. Entre eles, havia um, condenado injustamente, que se mostrava cada vez mais desesperado. Chegou a ponto de recusar ouvir as exortações do santo capelão. Vicente, repleto do heroísmo da caridade, ofereceu-se para ficar em seu lugar na prisão, deixando-se prender aos pés com as pesadas cadeias dos condenados. É assim a caridade dos santos!
Quase não é mais costume visitar os encarcerados, que a lei segrega do convívio civil, em expiação de seus delitos.
Em séculos passados, a Igreja com suas Ordens religiosas, era pródiga em resgatar e assistir os prisioneiros de guerra, levando-lhes auxílio espiritual e material. Hoje continua a Igreja, com maternal solicitude, a proteger e amparar espiritual e materialmente, os infelizes detentos.
Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para os consolar. Consideremos esta caridade como um dever.
Antigamente, resgatar os prisioneiros de guerra, tratados como escravos, era obra tida por grande e heróica. A ela se dedicavam Famílias Religiosas inteiras, com grande vantagem para a civilização critã. Não raro, heróicos religiosos ofereciam-se voluntáriamente à escravidão, para resgatar seus irmãos. Tornavam-se, assim fiéis imitadores de Jesus, que se imolou por nosso amor.
"Estava no cárcere - dirá Jesus aos eleitos - e fôstes visitar-me" (Mateus, 25,36).

3 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 189

189) Visitar os enfermos.
São Caetano de Tiene, na flor da idade, abandonou uma carreira brilhante, para dedicar-se ao serviço de Deus, na pessoa dos doentes nos hospitais. Com que solicitude não lhes curava as chagas, ao mesmo tempo que com celestial eloqüência, elevava suas almas para o alto! Lembrava-lhes, então,as alegrias do Céu e o prêmio eterno que lhes estava reservado.
Tem os doentes grande necessidade de conforto, pois, enquanto os torturam as dores físicas, o espírito deprime-se e entrega-se ao desânimo.
Assim é que uma visita amiga, uma palavra cordial, muito contribuem para encorajar e acalmar os doentes.
Muitas vezes os doentes resistem às inspirações da graça e não concordam em pôr em dia a sua vida. Quanta solicitude não é então preciso empregar, para induzi-los a ajustarem suas contas com Deus! De outro modo, eles não conseguiriam a salvação eterna. Poucas palavras, mas cheias de unção e de caridade, reconduziram a Deus muitas almas das quais já nada mais se esperava, quando se verificaram verdadeiros milagres de conversão.
Menino, acostuma-te a considerar os enfermos como membros sofredores do Corpo Místico de Cristo. Eles são, entre todos os cristãos, os mais caros ao coração materno da Igreja que, desde os tempos mais remotos, vem neles pensando e para eles abrindo hospitais e sanatórios! São inúmeras as Congregações Religiosas fundadas para a assistência aos enfermos. Como é rica de heroísmo e de santidade sua história!
Recordemo-nos sempre da advertência do Espírito Santo: "Não sejas preguiçoso em visitar os enfermos, porque é assim que tu te fortificarás na caridade" (Eclesiástico, 7,39).

2 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 188

188) Dar pousada aos peregrinos.
Na terrível guerra de 1904 a 1945, os modernos aparelhos de bombardeio destruíram uma grande parte das cidades e municípios europeus. Assim foi que muitos se viram constrangidos a pedir abrigo e roupa a quem lhos pudesse dar. A caridade cristã não se fêz esperar. Abriram-se muitas portas aos fugitivos e nelas encontraram eles acolhimento cordial e fraterno.
A hospitalidade sempre foi, desde os primeiros tempos da Igreja, honroso apanágio dos cristãos. Era o peregrino recebido e tratado como se fôsse o próprio Jesus Cristo.
O quadro ilustra a caridade operosa de S. Juliano, o qual, com sua santa espôsa, consagrou sua vida a aliviar os cançados e as necessidades dos pobres viandantes.
Hospedava-os caridosamente em sua casa.
Todos admiram e conhecem a obra altamente humana e hospitaleira dos monges do grande São Bernardo. Ajudados por seus célebres cães, entregavam-se à procura e à defesa dos viadantes nos desfiladeiros alpinos, desafiando assim os turbilhões da neve e da tormenta. Era a caridade de Cristo que os animava e sustentava.
Quantos, porém, fecham-se em seu mesquinho egoísmo e não tem entranhas de piedade para com as necessidades alheias. No juízo divino, ouvirão a sentença que lhes está reservada: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o demônio e para os seus anjos; porque tive fome e não me destes de comer; tive sêde e não me destes de beber; era peregrino, e não me recolhestes... Todas as vezes que não o fizestes a um destes mais pequeninos, foi a mim que o não fizestes" (Mateus, 25, 41-42; 45).

1 de maio de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 187

187) Vestir os nus.
Santa Catarina de Sena não sabia negar esmola aos pobres que lha pediam em nome de Jesus, seu Deus e Senhor.
Um dia um mendigo seminu pediu-lhe uma roupa. Ela não duvidou em dar-lhe um vestido de lã que possuía. Depois, o pobre pediu-lhe também uma camisa e a santa deu-lhe uma, que pertencia a seu pai.
Na noite seguinte,enquanto Catarina estava rezando, apareceu-lhe Jesus sob o aspecto daquele pobre. Trazia nas mãos o vestido que recebera, ornamentado, porém, de pérolas e gemas preciosas. Dise-lhe então Jesus: Ontem tu me deste este vestido.
Agora eu te entrego outro vestido invisível, que cobrirá tua alma e teu corpo. - E assim falando, cobriu-a com aquela veste luminosa.
Desde esse dia, Catarina não sentiu mais frio e, mesmo durante o mais rigoroso inverno, trajava-se com roupas leves.
Aprende com esta santa a cobrir os membros sofredores de Jesus, os pobres, e serás por Ele revestido com o esplêndido hábito da sua graça.
Tu, a quem teus pais nada deixam faltar, não feches teu coração à miséria e às necessidades de tantos meninos pobres. Dá e ser-te-á dado.
Diz o Senhor: "Reparte o teu pão com o que tem fome, e introduze em tua casa os pobres e os peregrinos; quando vires alguém nu, cobre-o e não desprezes a tua (própria) carne (ou a do teu próximo)" (Isaías 58,7).

30 de abril de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 186

186) Dar de beber a quem tem sêde.
Oh! a sêde! Que tormento! Pensa nos caminhantes que vão pelas estradas sob o sol ardente, sem encontrar uma sombra para descansar e sem uma gota de água!
Nunca recuses, menino, um copo de água a um pobre sequioso. Ser-nos-ão pedidas contas no dia do juízo de como tratamos o nosso próximo. Se tivermos sido caridosos, o Senhor nos dirigirá o doce convite: ..."Vinde benditos de meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo; porque tive fome e deste-me de comer; tive sêde e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, nu e me vestistes; enfêrmo, e me visitastes; estava no cárcere e fostes visitar-me. Então lhe responderão os justos dizendo: Senhor, quando é que nós te vimos faminto e te demos de comer; sequioso e te demos de beber? E quando te vimos peregrino, e te recolhemos; nu e te vestimos? Ou quando te vimos enfermo, ou no cárcere e fomos visitar-te? E respondendo o Rei lhes dirá: Na verdade vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um destes meus irmão mais pequeninos a mim o fizestes" (Mateus, 25, 34-40).
Nenhum preceito no Evangelho nos é inculcado com mais insistência do que o da caridade sob suas diversas formas. "E todo aquele que der de beber a um destes pequeninos um simples copo de água fresca, só porque é meu discípulo, em verdade vos digo não perderá a sua recompensa" (Mateus, 10,42).

29 de abril de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 185

Obras da Misericórdia Corporais

185) Dar de comer a quem tem fome.
A nossa caridade para com o proxímo deve ser operosa. Não deve contentar-se com palavras bonitas, mas traduzir-se em obras.
Pratica-se a caridade mediante as obras de misericórdia. Estas referem-se a duas espécies de necessidades que podem atingir o nosso próximo: necessidades do corpo e necessidades da alma. As primeiras são chamadas obras de misericórdia corporais; e as outras, de misericórdia espirituais.
A primeira entre todas as obras de misericórdia corporais é a que nos leva a socorrer o próximo na mais urgente das necessidades, isto é, a fome.
Menino, não conheces, por certo, este tormento. Todavia, quantos meninos pobres passam dias inteiros em jejum e a chorar, porque não têm o que comer!
Sê, pois, generoso para com os pobrezinhos que batem à tua porta. Imita essa caridosa senhora que vês representada na figura. É santa Francisca, nobre matrona romana. A sua porta estava sempre apinhada de necessitados de todo o gênero, aos quais ela dava tudo o que não lhe era estritamente necessário. Admirável exemplo de caridade!
O Senhor disse: "Da maneira que puderes, sê criativo. Se tiveres muito, dá muito; se tiveres pouco, procura dar de boamente também este pouco" (Tobias, 4, 8-9).

28 de abril de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 184

184) Que é que pedimos a Nossa Senhora com a Ave Maria?
Com a Ave Maria pedimos a Nossa Senhora a sua materna intercessão para nós, na vida e na morte.
É serena a morte quando confortada pela presença e pelo auxílio de Maria. Com maternal cuidado acorre ela à cabeceira de seus devotos, a fim de prepará-los para o grande passo e defendê-los contra os últimos e mais terríveis assaltos do demônio. E as doçuras, que a assistência de Nossa Senhora faz antegozar a seus devotos nos últimos momentos! Essa dulcíssima Senhora fá-los prelibar as alegrias eternas. Quando o mistério da morte fôr desvendado, Maria Santíssima mostrar-lhes-á o fruto bendito de seu ventre - Jesus.
É esta morte que pedimos a Nossa Senhora na Ave Maria, oração simples e ao mesmo tempo sublime. Nenhuma outra prece podemos oferecer-lhe, que lhe seja mais agradável e honrosa. Nenhuma outra há mais útil e mais fecunda em graças!
Ave Maria, cheia de graça!
A vida passa
Com tanta luta, com tanto anseio
Mas em Ti creio,
Doce Rainha... E ouve-me agora,
Nossa Senhora!
Minha alma sobe para implorar-te
Por tôda parte,
Crença e esperança, calma e ventura,
Sonho e ternura
P'ra dar sossêgo, numa oração,
Ao coração!

Ave Maria, cheia de graça!
Lírio sem jaça,
Rosa dos prados, flor de poesia,
Ave Maria!
Ao sentimento dá mais perfume,
E acende o lume
Da caridade no mútuo afeto,
Em cada teto!
Das mães, das virgens, poder e amparo,
Tesouro raro;
Deixa que esplenda, com claridade,
Toda verdade!

Dá graça e bençãos às minhas filhas,
Ó Tu que brilhas
Com tanta glória, com tanto encanto!
Sob o teu manto
Tua alma é estrela que nos conduz
A Deus e à luz!

Seis badaladas soam cantando!
Aves, em bando,
Procuram logo paz e carinho
Em cada ninho...
Nesta hora santa, está findo o dia
Ave Maria!

(Marina Stella Quirino Marchini. "Sursum Corda")

27 de abril de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 183

183) Com que oração especialmente invocamos a Nossa Senhora?
Invocamos a Nossa Senhora especialmente com a Ave Maria ou Saudação angélica.
"O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um varão que se chamava José, da casa de Devi; e o nome da Virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: Deus te salve, cheia de graça, o Senhor é contigo e bendita és tu entre as mulheres" (Lucas 1, 26-29).
A "Ave Maria", é tambem chamada "Saudação Angélica", porque começa com as palavras pelas quais o anjo Gabriel saudou a Maria Virgem em nome de Deus, ao anunciar-lhe que tinha sido escolhida para a Mãe do Redentor. Continua com as palavras com que Santa Isabel, sua prima, a saudou, depois de já se haver tornado Mãe de Deus: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre" (Lucas 1,42).
A segunda parte da Ave Maria é uma piedosa súplica na qual pedimos à Mãe de Deus, tão poderosa Medianeira junto do Trono do Altíssimo, que interceda por nós pecadores, durante todas as horas de nossa vida, principalmente na hora de nossa morte.
Esta suave oração, deve aflorar freqüentemente aos nossos lábios, lembrando-nos de que se a Virgem Santíssima é Mãe de Deus, é também Mãe dos homens que gemem e choram neste vale de lágrimas. É Mãe que a todos acolhe com o mais solícito carinho.
Ouçamos mais uma vez o Cantor da Divina Comédia:
"Por ti (Maria) se enobrece tanto a natura
Humana, que o Senhor não desdenhou-se
De se fazer de quem criou, feitura.
Em ti misericórdia, em ti piedade,
Em ti magnificência, em ti se aduna
Na criatura o que haja de bondade."
(Paraíso, 33, 4-19)

26 de abril de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 182

182) Que é o Pai Nosso?
O Pai Nosso é a oração ensinada e recomendada por Jesus Cristo.
O Pai Nosso é a oração por excelência, é a oração divina, porque nasceu da inteligência e do coração de Jesus. Vê como absorto em profundo recolhimento, Ele ensina aos discípulos a divina oração. Por ela, dirigimo-nos a Deus com o doce nome de "Pai", pedindo-lhe antes de tudo, a sua própria glória:
1) Que o seu nome seja santificado e glorificado. 2) Que o seu reino, pelo qual os Apóstolos tanto trabalharam e pregaram, se estenda pelo universo. 3) Que sua vontade seja feita em toda parte, assim como o próprio Jesus rezou em sua agonia no Hôrto das Oliveiras.
Nas outras quatro petições, pedimos-Lhe graças espirituais e temporais: 1) Que nos seja dado o pão cotidiano, assim como foi dado a Elias profeta. 2) Que nos sejam perdoados os pecados, como Jesus os perdoou na Cruz e como também aconteceu com Davi, que impediu a morte de seu inimigo. 3) Que nos faça triunfar das tentações assim como fez Jesus no deserto. 4) Que nos livre do mal, assim como livrou Daniel da boca dos leões.
O Pai Nosso - diz Tertuliano - é um resumo do Evangelho, de tôda a Religião. Ele encerra o dogma, a moral e o culto do Cristianismo. Nele se encontra tudo o que precisamos para a alma e para o corpo. É a oração das crianças, dos adultos e dos velhos, dos principiantes e dos perfeitos, de todos enfim. É a primeira e a última palavra do amor divino. Aos pobres dá esperança, aos ricos a pobreza de espírito.
Consola os doentes, fortifica os moribundos. Todos o compreendem, todos encontram nele as doçuras da piedade cristã (Cônego Duarte Leopoldo, "Concordância dos Santos Evangelhos", 6.ª parte, cap. 12).

25 de abril de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 181

181) Que devemos pedir a Deus?
Devemos pedir a Deus a sua glória, e para nós a vida eterna bem como as graças mesmo temporais, como nos ensinou Jesus Cristo no Pai Nosso.

24 de abril de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 180

180) É necessário orar?
É necessário orar, e orar muitas vezes, porque Deus o manda e, ordináriamente, só quando se ora Ele concede as graças espirituais e temporais.
Quis Deus muitas vêzes manifestar-nos a necessidade e a eficácia da oração.
O povo eleito vencia seus inimigos mais com a oração e a confiança em Deus, do que com as armas. No deserto teve de fazer frente a um exército temível. Moisés ordenou-lhes que fôssem combater. Durante o combate, subiu ao monte para rezar. Enquanto Moisés conservava os braços levantados para o céu, os israelitas venciam. Quando, levado pelo cansaço, ele os abaixava, os inimigos tomavam campo. Fireram-no então sentar-se sobre uma pedra. Arão e Hur sustentavam-lhe os braços com as mãos, para que Moisés não se cansasse. Foi assim que Israel venceu o inimigo (Êxodo, 17).
A oração é necessária, porque o homem tem obrigação de adorar a Deus. Deve manifestar-Lhe seu amor e gratidão, pedir-Lhe perdão das ofensas feitas e implorar-Lhe auxílio para suas necessidades.
Além disso, é um dever, porque Jesus Cristo no-lo ordenou e porque, geralmente, só às pessoas que rezam são concedidas graças espirituais e temporais.
Assim como o pássaro precisa de asas para voar, nós precisamos da oração para ganhar o céu. Quem reza, certamente salvar-se-á.
"O direito de Deus exigiria que nós rezássemos constantemente! Isto é que seria perfeição, mas Deus não exige tanto do homem. Contenta-se apenas com algumas palavras intercaladas em nossas ocupações diárias, que nos elevem até Ele, principalmente nos momentos de aflição, fraqueza, tentação e perigo. Nessas horas sentimos, ao vivo, a presença de sua majestade, a ação de sua bondade, a necessidade de sua assistência" (Monsabré).

23 de abril de 2010

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 179

179) Como se deve orar?
Deve-se orar refletindo que estamos na presença da infinita majestade de Deus e precisamos da sua misericórdia; por isso devemos estar humildes, atentos e devotos.
Jesus contou-nos esta linda parábola, para ensinar-nos a rezar: "Subiram dois homens ao Templo a fazer oração: um fariseu e outro publicano. O fariseu, de pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes na semana; pago o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, porém, conservando-se à distância, não ousava ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, pecador. Digo-vos que este voltou justificado para sua casa e não o outro; porque quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado" (Lucas, 18, 10-14).
Rezar é conversar com Deus. Devemos, pois, fazer com que nossa oração seja digna da majestade e da misericórdia divinas. Ela deve ser humilde, perseverante, resignada à vontade de Deus e cheia de confiança na promessa de Jesus, que prometeu tudo conceder a quem pedir com perseverança.
"A oração é o fundamento da virtude, o bem do Céu e da Terra, o ato da vontade que se volve para Deus. É como o pulsar do coração que anuncia a vida e a conserva. Quem deixa de rezar está morto!" (Lamennais).