2 de janeiro de 2024
27 de dezembro de 2023
23 de dezembro de 2023
Viva o Papa!
Prezados Amigos, Salve Maria!
Diante dos acontecimentos recentes na Igreja, convém tomar cuidado com atitudes extremas. O texto a seguir, escrito pelo saudoso Professor Orlando Fedeli, nos alerta para ter atitudes católicas e não deixar que a paixão tome conta de nossas ações: Viva o Papa!
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Viva o Papa!
Orlando Fedeli
Em tempos de crise religiosa e eclesiástica - principalmente quando ela atinge as mais altas autoridades da Igreja - é normal aparecerem duas tentações opostas.
A primeira - e a mais grave - é a de revolta contra a autoridade do Papa, que pode levar ao cisma e à heresia.
A segunda - mais sutil - é a de, por respeito à autoridade, aceitar em silêncio os erros, ou fechar os olhos para os pecados de escândalo em que a autoridade possa a vir a incorrer.
No fim da Idade Média e no Renascimento, por exemplo, muitos católicos caíram na primeira tentação, aderindo a inúmeras seitas heréticas. Lutero e a Reforma - hoje tão louvados - levaram ao ápice essa revolta, ao atacarem o próprio papado, sob o pretexto de que havia corrupção em Roma, e muitos Papas daquele tempo eram conhecidos por sua vida escandalosa. Os heresiarcas confundiam a pessoa que estava no sólio de Pedro com o Papado em si mesmo.
Tantos foram os inegáveis escândalos de alguns papas desse tempo que entre os teólogos mais importantes se estudou, de novo, a possibilidade de um Papa cair em heresia enquanto pessoa particular, embora nunca enquanto Papa, exercendo o seu ministério "ex-cathedra". São Roberto Belarmino, o grande Doutor da Igreja nessa época, foi um desses teólogos.
O Concílio Vaticano I - realizado em 1870 - proclamou o dogma da infalibilidade papal, estabelecendo que, quando o Papa ensina "ex-cathedra", isto é, como Vigário de Cristo, com o poder dado por Nosso Senhor a São Pedro, ensinando toda a Igreja sobre questões de Fé ou de Moral, com a vontade explícita de definir uma doutrina e condenando a sentença oposta, o Papa é infalível.
Esse dogma da infalibilidade do Papa - ao qual aderimos do mais profundo de nossas almas - é a garantia de que a Igreja jamais errará. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, ao dar as chaves a Pedro, lhe disse: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E Eu te darei as chaves do Reino dos céus. Tudo o que ligares na terra será ligado no céu. Tudo o que desligares na terra, será desligado no céu. E as portas do Inferno não prevalecerão contra ti" ( Mt. XVI, ).
É sobre essas palavras santíssimas de Nosso Senhor que a Igreja se baseou para proclamar a infalibilidade papal. É nisto que se fundamenta a devoção que todo católico deve ter pelo Papa, seja ele quem for.
Os inimigos da Igreja sempre quiseram criar confusões acerca desse ponto, ora atribuindo ao Papa enquanto tal, e à Igreja, os pecados em que um Papa pode cair como pessoa particular, ora estendendo a infalibilidade a qualquer ação do Supremo Pontífice.
O Papa é infalível como supremo mestre da Igreja, ao se pronunciar "ex-cathedra", mas isso não o torna impecável pessoalmente. Ao querer confundir infalibilidade com impecabilidade, os inimigos da Santa Sé buscam minar a devoção e a fé que se deve ter na infalibilidade pontifícia.
Ao pretender estender a infalibilidade a qualquer ação, discurso ou atitude do Papa, leva-se os fiéis a cair num erro que os porá em grave tentação, quando lhes ficar patente que o Papa - como pessoa particular - errou ou pecou.
Não se deve rejeitar a infalibilidade do Sumo Pontífice por causa de seus possíveis pecados ou erros pessoais, nem negar suas possíveis faltas morais por causa do brilho do carisma infalível de sucessor de Pedro,. Quanto ao Sumo Pontífice, pois, é preciso sempre ter em mente que ele continua infalível enquanto Papa, mesmo quando pecador enquanto homem, e que ele permanece um homem possivelmente pecador e falível, mesmo sendo Pontífice infalível quando fala "ex cathedra".
Para ilustrar o que dizemos, convém lembrar como agiu S. João Bosco no início do pontificado de Pio IX. Como se sabe, o Papa do incomparável Syllabus, o Papa da Imaculada Conceição, o Papa que proclamou o dogma da infalibilidade pontifícia teve, no início de seu pontificado, atitudes que muito favoreceram os liberais. Ele anistiou os terroristas e carbonários presos nos Estados da Igreja, deu uma constituição liberal para esses Estados, nomeou um primeiro ministro liberal; enfim ajudou tanto os revolucionários que Roma se tornou o refúgio de anarquistas, carbonários e revolucionários de todas as gamas e de todos os tipos. Por isso, a Maçonaria fazia gritar pelas ruas das cidades italianas e por todo o mundo: "Viva Pio IX !".
São João Bosco, que vivia então em Turim, ordenou a seus alunos que jamais gritassem "Viva Pio IX" e sim "Viva o Papa !" . Com isso, D. Bosco desfazia a manobra carbonária. Devemos gritar sempre "Viva o Papa", pouco importando o nome daquele que está no trono de Pedro. Seja ele santo ou pecador, devemos manter ao Papa, "doce Cristo na terra", como dizia Santa Catarina de Siena, nossa devoção filial e nossa fidelidade a tudo o que ele ensina, como legítimo sucessor de Pedro e com o poder das chaves.
Hoje a compreensão desses princípios é muito necessária, pois somos ameaçados por dois erros opostos com relação ao Papa: o sede-vacantismo e o infalibilismo universal.
Nós rejeitamos a ambos.
Há quem afirme que os últimos Papas, por sua adesão aos erros do Vaticano II - Concílio meramente pastoral e não dogmático, portanto falível e que, por isso, ninguém está obrigado a aceitar - teriam perdido o pontificado. Tese temerária, aventureira e imprudente, pois até hoje ninguém a demonstrou com provas claras e irrefutáveis. Essa tese põe os fiéis à beira do cisma, senão dentro dele.
De outro lado, os modernistas e progressistas, que viram suas idéias errôneas triunfarem no Vaticano II, procuram impingir aos fiéis católicos esses erros do último Concílio, como se fossem dogmas de Fé, o que é absolutamente falso.
Mais ainda, os defensores do infalibilismo absoluto e universal do Papa procuram fazer com que os católicos julguem qualquer discurso do Papa - até mesmo um simples discurso de acolhida de turistas - como se fosse um dogma de fé, nivelando um texto pastoral, ou um discurso de cortesia, aos pronunciamentos "ex-cathedra". Isso também nós não podemos aceitar.
Por exemplo, a famosa jornada de orações pela paz, realizada em Assis por João Paulo II, em 1986, se opôs frontalmente a tudo o que a Igreja sempre ensinou quando, em reiterados pronunciamentos dos Papas, condenou o intercofessionalismo e o indiferentismo. Tal jornada é inaceitável.
O Papa, não é demais repetir, só é infalível quando ensina "ex-cathedra", ou quando repete os ensinamentos de todos os Papas anteriores (Magistério Ordinário Universal). Fora disso, pode errar. Por isso, é legítimo rejeitar os erros do Concílio Vaticano II e tudo o que se tem feito com base neles, na medida em que contrariam os ensinamentos de todos os Papas anteriores.
Ter devoção ao Papa é dever de todo católico. Mas o próprio Papa reinante deve ter devoção ao Papado. Também João Paulo II tem obrigação de aceitar tudo o que os Papas anteriores a ele ensinaram "ex- cathedra".
É, pois, com verdadeira devoção católica à Cátedra de Pedro que exclamamos de toda nossa alma "Viva o Papa ! ", qualquer que ele seja.
Um dia, Cristo perguntou aos apóstolos: "Quem dizem os homens que eu sou ?" Os apóstolos responderam : "Uns dizem que és Elias, outros dizem que és João Batista que voltou ". E Cristo ainda: "E vós quem dizeis que eu sou ? ". Eles se calaram, não sabendo o que dizer.
Não sabiam o que dizer, após terem visto tantos milagres. Não sabiam o que dizer, após terem ouvido tantas verdades.
Até que S. Pedro proclamou: "Tu és o Cristo, filho de Deus vivo!"
Hoje, Deus nos pergunta: Que dizem os homens que é o Papa? E alguns respondem que ele é um homem comum, outros - hereges - ultrajam-no, dizendo-o o anticristo.
E nós, quem dizemos que é o Papa?
Ele é Pedro redivivo. Ele é, de fato, plenamente, "o doce Cristo na terra". Com Santa Catarina de Siena repetimos essa afirmação tão doce ao nosso coração de católicos, tão cheia de verdade, dessa Verdade que, desde o batismo, é a luz de nossas almas e de nossas vidas.
Sim, nós temos certeza. Nós, católicos, somos filhos da certeza. E com a certeza que nos dá a palavra de Cristo e o dogma da infalibilidade papal, firmes sobre a pedra, nós dizemos com toda força de nossas almas: o Papa é Pedro reinando em Roma. O Papa é o vigário de Cristo. E quando esse século maldito nos interroga com sua boca ateia ou com sua língua progressista; quando ele, sorrindo irônico, duvida de nossa fé; quando nos ameaça e nos interroga, dizendo: "E quem é o Papa ? " , com ufania lhe respondemos que ele é nosso Pai na Fé.
Depois de séculos de santidade gerada pela Igreja e por sua doutrina, infalivelmente repetida pelos papas de todos os tempos; após dois mil anos de milagres, como não saber responder a esta pergunta que o mundo, hoje, nos faz com insolência: "E quem é o Papa? " O Papa é a Rocha sobre a qual Nosso Senhor edificou a sua Igreja.
E quando esse século subjetivista e evolucionista, que de cada pseudo-cientista ou de cada guru faz um "papa" infalível, repele os Papas do passado porque pensa que tudo evolui, nós lhe respondemos que passarão os céus e a terra, mas as palavras do Papa, falando "ex-cathedra" jamais passarão.
Disse um poeta, que é fácil acreditar na luz, ao meio dia. Difícil é crer no sol, à meia noite.
Era fácil acreditar e ter verdadeira devoção ao Papa, quando em Roma reinavam São Gregório VII, Pio IX ou São Pio X. Difícil foi manter a verdadeira fidelidade e a verdadeira devoção ao Papa, em Avignon, ou no tempo do Grande Cisma do Ocidente, ou na corte de Roma renascentista.
Difícil ainda mais é manter fidelidade à Igreja e a verdadeira devoção ao Papa, nestes dias de trevas, durante o eclipse do sol católico, causado pelo Vaticano II.
É pois em meios às trevas modernistas do Vaticano II, odiados e incompreendidos pelos que erram à esquerda, e mesmo à direita, que proclamamos com Fé: Nós cremos na Igreja Una, Católica Apostólica e Romana. Nós cremos no Papa! Viva o Papa ! Viva o Papa, doce, doce Cristo na terra.
Publicado originalmente em:
"Viva o Papa!"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/papa/vivaopapa/
20 de dezembro de 2023
14 de dezembro de 2023
11 de dezembro de 2023
30 de novembro de 2023
27 de novembro de 2023
1 de novembro de 2023
24 de outubro de 2023
FOFOCA - Ela é destrutiva e irresponsável. Também é um pecado!
Caros Amigos e Leitores, Salve Maria!
PROBLEMA
A "Fofoca" é um problema que encontramos dentro da família, com os vizinhos, no ambiente de trabalho, em nosso círculo de amizades e até mesmo nos ambientes religiosos (paróquias e apostolados).
Muitas vezes entendemos que o problema está apenas em quem profere a fofoca, mas quem ouve com gosto também comete o mesmo pecado.
ENTENDIMENTO
No oitavo mandamento proíbe Deus toda a ofensa contra a honra do próximo e toda a falsidade.
A honra (o bom nome) é um bem muito estimável, porque permite ao homem adquirir bens temporais e eternos.
Por isso convém que alcancemos bom nome para com os nossos próximos e procuremos conservá-lo, o que se obtém fazendo as nossas boas obras mesmo diante dos homens e defendendo a nossa honra, quando injustamente a mancham.
Somos, além disso, obrigados a omitir tudo o que ofenda a reputação do próximo: a suspeita e o juízo temerário, a maledicência, a calúnia, a injúria, a aceitação favorável de murmurações contra a honra do próximo.
A calúnia consiste em atribuir ao próximo faltas que ele não cometeu; quando esta denúncia se faz perante a autoridade torna-se uma acusação falsa.
Quem ouve com gosto as palavras que ofendem a honra do próximo comete o mesmo pecado que quem as profere.
Lesar a honra do próximo é um pecado tanto maior quanto maior é o dano que se lhe causa.
Todo aquele que causou dano à reputação do próximo é obrigado severamente a repará-lo, quer pedindo desculpa, quando o fez secretamente, quer por uma retratação, quando o fez publicamente. Aquele que não quer reparar o dano causado à reputação do próximo, não pode obter nem o perdão de Deus, nem a absolvição do sacerdote.
Aquele que julga duramente o próximo será um dia severamente julgado por Deus. Aquele que julga o próximo comete uma injustiça para com Deus, porque se intromete na sua jurisdição. Aquele que destrói a reputação do próximo é muitas vezes castigado severamente por Deus já nesta vida, caindo na desgraça que preparava aos outros. Aquele que tem o hábito de fazer o mal à reputação do próximo está a caminho da condenação eterna.
DICA PARA FUGIR DA FOFOCA
Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.
Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
– O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
– Três peneiras? – indagou o rapaz.
– Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?
Arremata Sócrates:
Se passou pelas três peneiras, conte! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.
CONCLUSÃO
A fofoca pode ser um pecado grave.
A "fofoca", em termos técnicos, abrange dois pecados: o da maledicência e o da murmuração.
O primeiro, a maledicência, consiste em revelar os pecados e defeitos de outrem para ferir a sua fama. Pode até ser que o que se fala a respeito do próximo não seja inventado – o que seria uma calúnia –, mas, ainda assim, trata-se de um pecado grave. Ensina Santo Tomás de Aquino que "privar a outrem de sua reputação é muito grave, porque a reputação é o mais precioso entre os bens temporais e, com a sua falta, o homem se acha na impossibilidade de praticar muitos bens". Diz, ainda, o Catecismo da Igreja Católica que "a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade". Por isso, ainda que as pessoas cometam erros e faltas, importa que os cubramos com um véu de caridade, assim como os filhos de Noé cobriram a nudez de seu pai, no Antigo Testamento (cf. Gn 9, 23).
É lícito, quando se tem uma grave razão, revelar as faltas de alguém. É o caso dos políticos, que se submetem à apreciação pública, quando o que fazem afeta o bem comum ou compromete o desempenho do cargo que exercem ou virão a exercer.
O segundo, a murmuração, consiste em revelar os pecados e defeitos de outrem para destruir uma amizade. Por esse fim, Santo Tomás ensina que a murmuração é muito pior que a maledicência, posto que a amizade é um bem muito maior que a boa fama: "Um amigo é o mais precioso entre os bens exteriores". Aqui, novamente, a menos que haja uma razão para salvar o próximo dos malefícios praticados por outrem, está a se falar de um pecado grave.
Portanto, seja para falar, seja para calar, é preciso conduzir-se pela caridade, "que é o vínculo da perfeição" (Cl 3, 14).
Obs: O nosso texto é uma compilação de diversos outros textos.
14 de setembro de 2023
CATEQUESE - OS TRÊS PRINCÍPIOS DA LEI NATURAL
Prezados Leitores, Salve Maria!
O professor Orlando Fedeli foi o melhor catequista que eu conheci. Além das aulas, que tive a oportunidade de assistir, nas cartas respondidas por ele no site Montfort, oferecia uma doutrina clara e segura. Ele sempre comentava que apenas repetia o que a Santa Igreja ensina desde a sua fundação por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com uma linguagem simples e firme ensinava todos que estavam interessados em conhecer a doutrina Católica e seguir Nosso Senhor Jesus Cristo.
Não expulsava e nem condenava as pessoas que praticavam, falavam ou escreviam algo contrário aos ensinamentos de Nosso Senhor e de Sua Santa Igreja, mas procurava corrigir, ensinando o certo e condenando o erro.
Que legado ele deixou, conheço muitos alunos que continuam firmes na fé e lutando pela Santa Igreja Católica Romana.
Copio a seguir uma resposta dele tratando da Lei Natural. Se você for humilde, não vai rejeitar o ensinamento
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Sua pergunta versa sobre a salvação de pessoas que não têm naturalmente meio algum de conhecer a verdade. Claro que essas pessoas não poderão ser julgadas por Deus pela lei da Igreja que elas desconhecem. O estado delas é o de ignorância invencível. E elas não tem culpa por essa ignorância.
Deus julga essas pessoas pela lei natural que governa a natureza humana.
Caso elas obedeçam as leis colocadas por Deus na natureza, elas se salvarão. Caso violem essas leis, elas se perderão, se não tiverem arrependimento perfeito.
Caso elas sigam a lei natural, se diz que essas pessoas pertencem à alma da Igreja, e não a seu Corpo.
E o que manda a Lei natural, isto a vontade de Deus enquanto governa a natureza?
O princípio generalíssimo da Moral é que o BEM DEVE SER FEITO E O MAL DEVE SER EVITADO.
Como conhecer o que é o bem?
O princípio generalíssimo da Moral se desdobra em três princípios Gerais da Moral;
1º PRINCÍPIO GERAL DA MORAL é: A VIDA FÍSICA É UM BEM E DEVE SER CONSERVADA
Este princípio é conhecido por todos sem ser preciso ser ensinado, por que todos o conhecem, pelo instinto de conservação, que é inerente a natureza.
Nenhum índio quer ser morto, e, se alguém tenta matá-lo, ele se defende.
Todo selvagem sabe então que a vida é um bem. Disso decorre que todo homem sabe que não deve matar a outro homem, e nem se matar.
Por esse primeiro princípio, então, todo homem conhece o Quinto Mandamento: Não matarás. Todavia, pode-se matar alguém, impedindo que ele coma, tirando-lhe a comida que o faz sobreviver. Por isso, pelo mesmo instinto de conservação, todo homem sabe que deve respeitar a propriedade alheia. O selvagem luta pelo seu território de caça, e por suas plantações e rebanhos, porque sabe que tudo isso o mantém vivo. Daí, todos conhecerem que não se pode pegar o que é de outro. Todos conhecem, pelo instinto de conservação, que não se pode roubar. Todos conhecem o Sétimo Mandamento: Não roubarás.
2º PRINCÍPIO DA LEI NATURAL é: A VIDA DA ESPÉCIE É UM BEM E DEVE SER CONSERVADA
Esse princípio nos é ensinado pela instinto sexual. Todo ser humano busca propagar a espécie pela reprodução sexual. A morte é algo que violenta nossa natureza. A vista de um cadáver é desagradável e nos repugna. A vista de uma multidão massacrada nos abala, porque nos coloca diante dos olhos a possibilidade de extinção da humanidade. Conservar a vida da humanidade é um bem, e isto nos é patente pelo instinto de reprodução.
Tudo o que viola a finalidade do sexo, que é a manutenção da espécie pela reprodução sexual, é visto como mal. Por isso, em todos os povos, o adultério era normalmente punido com a morte. Em Roma pagã o casamento era monogâmico e indissolúvel.
Na Roma primitiva havia a profecia de que Roma pereceria quando não gerasse mais virgens, isto é, homens e mulheres que controlassem plenamente seus instintos que não vivessem para o prazer, porque, quando um povo vive para o prazer ele foge da dor, e já não há soldados heroicos e perece.
Daí, no antigo Egito se condenar o adultério e se considerar os atos sexuais que não visassem a procriação como impureza.
Portanto, todos os povos conhecem, por natureza os mandamentos relacionados com o sexo, e que são:
Quarto Mandamento: Honrar pai e mãe. Note o verbo honrar, que indica que se faz sempre uma distinção entre o ato procriador visando dar vida, -- que é ato honroso -- do ato da prostituta, que não visa dar vida. Todos os povos mandam honrar pai e mãe.
Sexto Mandamento: Guardar a pureza.
Nono Mandamento: Não cometer adultério.
3º PRINCÍPIO GERAL DA MORAL é: A VIDA INTELECTUAL É UM BEM E DEVE SER PRESERVADA
É evidente que todo homem detesta ser enganado. Isto demonstra nossa tendência para a verdade. Ainda ontem, um amigo me contava que, num tribunal de pequenas causas, uma mulher gritava para o juiz: "A Verdade é uma só Não pode haver duas verdades contrárias".
Essa mulher jamais estudou Criteriologia. Jamais estudou Kant ou São Tomás. Porém ela sabe que a verdade é una. Dessa Tendência natural para conhecer a verdade decorrem os mandamentos relativos a Deus, Verdade Absoluta e a testemunhar o certo:
Primeiro Mandamento: Amar a a Deus, a Verdade acima de tudo.
Segundo Mandamento: Não violar a palavra dada.
Terceiro Mandamento: Fazer sacrifícios a Deus, reconhecendo o seu Senhorio sobre todas as coisas.
Oitavo mandamento: Não prestar falso testemunho.
Quando um povo viola e desrespeita, por suas leis ou costumes, esses princípios fundamentais da Moral Natural, esse povo desaparece.
Portanto, mesmo sem conhecer a religião católica, todo homem conhece a Lei natural e por ela Deus julgará os que não puderam, por ignorância invencível, conhecer a verdade católica plenamente. Esperando ter solucionado a sua dúvida e me colocando à sua disposição, me subscrevo atenciosamente
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.