31 de janeiro de 2011
31 de janeiro: São João Bosco, Confessor
Feitos os votos, esteve primeiro na cidade de Chieri, e depois na Augusta de Turim, sendo seu mestre São José Cafasso, com grande aplicação, fez progressos na ciência dos santos, e no aprendizado de teologia moral. Aí também, sua vontade se inclinava, como por uma inspiração sobrenatural, a dedicar-se aos jovens, para ensinar-lhes os rudimentos da doutrina cristã. Quando o número deles cresceu, fundou, com inspiração celestial, uma sede estável para reuni-los, na cidade chamada Valdocco, tendo de superar ásperas e quotidianas dificuldades, e gastava todas as suas energias nisso. Um pouco depois, com o auxílio da Virgem Mãe de Deus, que lhe aparecera quando criança, revelando-lhe o seu futuro, João fundou a Sociedade dos Salesianos, cujo principal fim fosse ganhar para Cristo as almas dos jovens; fondou ainda uma outra congregação, de virgens consagradas, chamada de Nossa Senhora Auxiliadora, para dirigir as jovens nos caminhos do Senhor; por fim, fundou a Ordem Terceira dos Cooperadores, para, com zelo e piedade, ajudar na obra Salesiana. Assim, em breve tempo, fez grandes contribuições tanto à sociedade cristã quanto à civil.
Cheio de zelo pelas almas, ele não se poupava nenhum trabalho e nenhum gasto para construir centros recreacionais para os jovens, orfanatos, escolas para crianças trabalhadoras, escolas e casas para a instrução dos jovens, e igrejas longe e largamente pelo mundo. Ao mesmo tempo, ele não cessou de espalhar a Fé por todo o país Subalpino, por palavra e pelo exemplo, e por toda a Itália, escrevendo e editando bons livros e distribuindo-os, e nas missões estrangeiras, às quais enviou numerosos pregadores. Um homem simples e reto, inclinado a toda boa obra, ele brilhou em todas as virtudes, principalmente por sua intensa e ardente caridade. Com a alma sempre aplicada a Deus, e agraciada com dons celestiais, esse santo homem de Deus não tinha medo das ameaças, nem se cansava com o trabalho, nem era oprimido pelos cuidados, nem se perturbava pela adversidade. Ele recomendou três obras de piedade aos seus seguidores: receber tão frequentemente quanto possível os sacramentos da Penitência e da Santa Eucaristia, cultivar a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora, e ser um fidelíssimo filho do Soberano Pontífice. Também deveria ser mencionado que João Bosco, nas circunstâncias muito difíceis, ia ao Papa mais de uma vez, para consolá-lo nos males vindos de leis que naquele tempo foram promulgadas contra a Igreja. Com uma vida de tantas realizações, ele morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Ilustre por seus muitos milagres, o Sumo Pontífice, Pio XI, beatificou-o em 1929. Cinco anos depois, no dia solene da Páscoa, no nongentésimo aniversário da Redenção do gênero humano, ele foi canonizado, em meio a uma multidão vinda a Roma de todas as partes do mundo.
Fonte: Breviário Romano
30 de janeiro de 2011
30 de janeiro: Santa Martina, Virgem e Mártir
Alguns dos seus torturadores, edificados pela notícia dos milagres, por graça de Deus, abraçando a fé de Cristo, mereceram a gloriosa palma do martírio, após serem torturados. À oração da santa, terremotos e fogos do céu trovoante derrubaram os templos dos deuses e demoliram os simulacros. Enquanto isso, das suas chagas, além do sangue, saía um certo leite, e emanavam do seu corpo um resplendor nitidíssimo e um suavíssimo odor, e, enquanto isso, foi vista num trono real, louvando a Deus junto com os bem-aventurados.
Esses prodígios, e, principalmente, a sua repetição, moveram fortemente o juiz a mandar decapitar a virgem. Cumprida a ordem, e ouvida do céu uma voz como que a chamando para o Paraíso, toda a cidade tremeu, e muitos idólatras se converteram à fé de Cristo. O corpo sagrado de Martina, martirizado no pontificado de Urbano I, foi descoberto pelo Sumo Pontífice Urbano VIII, na antiga Igreja da santa, perto da prisão de Marmetino, ao pé da colina do Capitólio, junto com os corpos dos santos mártires Concórdio, Epifânio e seus companheiros, e, com grande concurso de povo e toda a cidade feliz, foi reposto com solenidade e pompa, no mesmo lugar, reformado e mais formoso.
Do Breviário Romano.
29 de janeiro de 2011
29 de janeiro: São Francisco de Sales, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja
Recusando uma enorme dignidade no senado de Sabaudia, inscreveu-se à milícia clerical. Iniciado no sacerdócio e encarregado da igreja de Genebra, cumpriu seu papel com tanta perfeição que Granier, o Bispo, para retomar da heresia calvinista os povos de Chablais e das proximidades de Genebra, dedestinou-o à pregação da divina palavra. Tomando essa missão, tomada com agudeza de alma e asperamente levada a cabo, amiúde foi perseguido pelos hereges para matá-lo, e vexado com muitas calúnias e insídias. Porém, entre tantas oposições e lutas, sempre evidenciou-se a sua constância insuperável, e, protegido pelo poder de Deus, consta que converteu setenta e dois mil hereges à fé católica, entre os quais muitos insignes por sua nobreza e cultura.
Morto Granier, que o procurara como coadjutor, e sendo ele sagrado Bispo, espalhou por toda a volta os raios da sua santidade, notável pelo zelo da disciplina eclesiástica, amor pela paz, misericórdia para com os pobres, e todas as virtudes. Para o engrandecimento do culto divino, instituiu uma nova ordem de freiras, chamada da Visitação da Bem-Aventurada Virgem, sob a regra de Santo Agostinho, a cujas constituições conferiu sabedoria, discrição e suavidade admiráveis. Também ilustrou a Igreja por seus escritos, plenos da celeste doutrina, que mostram, seguro e reto, o caminho da perfeição cristã. Com 55 anos de idade, retornando da França para Annecy, após celebrar em Lião a festa de São João Evangelista, acometido de uma grave moléstia, passou ao céu no dia seguinte, no ano do Senhor de 1622. Seu corpo foi levado a Annecy, e honrosamente sepultado na igreja das monjas da referida ordem, e imediatamente começou a se fazer notar pelos milagres. Esses foram comprovados, e, pelo Sumo Pontífice Alexandre VII, ele foi admitido no número dos santos, marcada sua festa para o dia 29 de janeiro; e, pelo Sumo Pontífice Pio IX, consultando a Congregação dos Sagrados Ritos, foi declarado Doutor da Igreja.
Ecclésiæ sanctæ lumen,
beáte Francísce, divínæ legis amátor,
deprecáre pro nobis Fílium Dei.
28 de janeiro de 2011
28 de janeiro: São Pedro Nolasco, Confessor
Deus, numa ocasião seguinte, declarou o quanto ficou agraciado com o desejo deste santo homem: rezando durante uma noite, e aplicando-se com muito ânimo aos meios de livrar os cristãos cativos, apareceu-lhe a Virgem, e disse-lhe que lhe agradaria muitíssimo a Ela e a Seu Filho, se ele instituísse uma ordem religiosa, cujo principal cuidado fosse libertar os cativos da tirania dos infiéis. Conformando-se com esse conselho celestial, uniu-se a São Raimundo de Peñafort e Tiago I, rei de Aragão, aos quais a mesma revelação havia sido feita na mesma noite, e instituiu a Ordem Religiosa de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos. Com seus companheiros, ligou-se por um quarto voto: o de permanecer na prisão, sob o poder dos pagãos, se fosse útil para a libertação dos cristãos.
Desde que fez o voto de virgindade, conservou perpetuamente imaculada a castidade. Aproveitou admiravelmente na paciência, humildade, abstinência, e demais virtudes. Iluminado pelo dom da profecia, predisse coisas futuras: delas, a mais famosa é que fez ao rei Tiago, de que tomaria Valência, ocupada pelos mouros, feita antes que houvesse certeza da vitória. Era frequentemente recreado com a aparição do Anjo da Guarda e da Virgem Mãe de Deus. Ancião, sendo-lhe revelado que a morte era iminente, caiu doente, e, tomando os santos sacramentos, exortou os seus irmãos à caridade para com os cativos, e, recitando devotissimamente o Salmo "Confitebor tibi Domine in toto corde meo" (Professar-Vos-ei, Senhor, de todo o meu coração), quanto chegou às palavras "Redemptionem misit Dominus populo suo" (O Senhor mandou a redenção para o seu povo), entregou o espírito a Deus, na meia-noite da Vigília do Natal do Senhor, do ano 1256. Alexantre VII mandou que sua festa fosse celebrada no dia 31 de janeiro.
28 de janeiro: Santa Inês (Agnes), Virgem e Mártir
Fonte: Breviário Romano
27 de janeiro de 2011
27 de janeiro: São João Crisóstomo, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja
Alguns bispos fizeram um conciliábulo na Calcedônea, ao qual ele não quis ir, porque não era um concílio legítimo nem público; fazendo pressão contra Crisóstomo, em primeiro lugar a própria Eudóxia, expulsou-o para o exílio, mas, pouco depois, como o povo fisesse uma sedição pedindo por ele, foi trazido de volta do exílio, com a admirável aprovação da cidade. Entretanto, não deixando ele de reprovar os maus costumes, e proibindo a celebração de jogos públicos para a estátua de prata de Eudóxia na praça de Santa Sofia, por conspiração de bispos inimigos foi novamente exilado, para a tristeza de todas as viúvas e pobres, privados, então, do pai de todos eles. É incrível o quanto Crisóstomo sofreu no exílio, e quantos converteu à fé de Jesus Cristo.
Entretanto, sendo celebrado um concílio em Roma, foi restituído por decreto do Pontífice Inocêncio I, mas era afligido por muitos males e calamidades pelo caminho, por parte dos soldados que o guardavam. Sendo conduzido pela Armênia, apareceu-lhe, de noite, São Basilisco Mártir, em cujo templo antes orara, dizendo-lhe: Irmão João, amanhã estaremos no mesmo lugar. No dia seguinte, tomando o sacramento da Eucaristia e munindo-se com o sinal da cruz, entregou a alma a Deus, no dia 14 de setembro*. Morto ele, caiu um Constantinopla um terrível granizo, e, após quatro dias, a Imperatriz deixou a vida. No dia 27 de janeiro, o seu corpo, com insigne pompa e celebrado por multidões de homens, foi levado a Constantinopla por Teodósio, filho de Arcádio, e sepultado com honra. Venerando as suas relíquias, esse pediu perdão pelos seus pais. Depois, o corpo foi trasladado a Roma, na basílica Vaticana. A multidão, piedade e esplendor dos seus sermões e demais escritos, a sabedoria de sua interpretação e explicação das sentenças dos livros sagrados são admirados por todos, e muitos dos seus escritos e pregações são julgados dignos de ter sido ditados pelo próprio Apóstolo Paulo, pelo qual ele tinha grande devoção.
* de 407.
Fonte: Breviário Romano
26 de janeiro de 2011
26 de janeiro: São Policarpo, Bispo e Mártir
25 de janeiro de 2011
25 de janeiro: Conversão de São Paulo
Hoje proclamou-se esta leitura dos Atos dos Apóstolos: aquela onde diz que Paulo Apóstolo tornou-se, de perseguidor dos cristãos que era, anunciador de Cristo. Cristo prostrou o perseguidor, para fazer dele doutor da Igreja: ferindo-o, e curando-o: matando, e vivificando: morto o Cordeiro pelos lobos, faz dos lobos cordeiros. Já fora predito na famosa profecia, em que o Patriarca Jacó abençoa os seus filhos (tocando o presente, e prevendo o futuro), o que se realizou em Paulo. Paulo era, como ele mesmo atesta, da tribo de Benjamim. Jacó, abençoando seus filhos, quando chegou a vez de abençoar Benjamim, dele disse: Benjamim é um lobo ladrão.
Que então? Lobo ladrão para sempre? Não; mas aquele que, pela manhã, rouba a presa, pela tarde divide o alimento. Isso se cumpriu em Paulo Apóstolo, porque fora dito também sobre ele. Agora, se o desejais, ouçamo-lo roubando pela manhã, e dividindo o alimento pela tarde. A manhã e a tarde são como se fossem, para ele, o antes e o depois. Portanto, entendamos assim: Primeiro rouba, depois divide o alimento. Atentai para o ladrão. Saulo, está escrito, recebendo cartas dos príncipes dos sacerdotes, partiu, para que, onde quer que encontrasse cristãos, prendesse e trouxesse aos sacerdotes, para serem punidos.
Partia bufando, e anelando por carnificina; isto é: de manhã, rouba. Também quando Estêvão, o primeiro Mártir, foi apedrejado pelo nome de Cristo, evidentemente estava presente Saulo, e estava tão unido aos apedrejadores, mais do que se estivesse apedrejando com suas próprias mãos. Para estar nas mãos de todos os apedrejadores, ele conservava as vestimentas de todos: mais atacava ajudando a todos, do que se estivesse apedrejando com suas próprias mãos. Ouvimos como roubou pela manhã: vejamos como dividiu o alimento pela tarde. Prostrado pela voz de Cristo do céu, e recebendo de cima a proibição de continuar fazendo mal, prostrou-se com a face em terra, primeiro sendo prosternado, e depois erguido; primeiro ferido, depois curado.
Per quem omnes Gentes cognoverunt gratiam Dei.
Intercede pro nobis ad Deum, qui te elegit.
23 de janeiro de 2011
22 de janeiro de 2011
21 de janeiro de 2011
A educação cristã dos filhos - Santa Catarina de Sena
20 de janeiro de 2011
Oração à Virgem Imaculada antes do estudo
19 de janeiro de 2011
19 de janeiro: Santos Mário, Marta, Audifax e Ábaco, Mártires
18 de janeiro de 2011
O terrível enterro do Heresiarca Lutero
Fonte: O Diabo, Lutero e o Protestantismo
17 de janeiro de 2011
Sacerdote Eternamente - Parte 34
Deus não é ouro nem prata; e o homem de dinheiro não poderá ser homem de Deus.
O padre, se possível fosse, não deveria pousar na terra, quia Angelus Domini exercitum est (pois ele é o Anjo do Senhor dos exércitos — Mal 2,7).
Mensageiro celeste, embaixador de Deus, o pastor não deve aspirar senão o Céu, não desejar senão Deus, herança que escolheu quando se ordenou: Dominus pars haereditatis meae (O Senhor é o quinhão da minha herança — Sl 15,5).
Um pastor ocupado com Deus e com as almas não deve ter solicitude com o beber e o comer: Nollite solliciti esse dicentes: Quid manducabimus aut quid bibemus (Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos ou que beberemos? — Mt 6,31). Ao pastor que para tais coisas se confiasse pura e simplesmente aos cuidados da Providência nada de necessário lhe faltaria.
É o que vemos muito claramente pelo que sucedeu aos Apóstolos. Nosso Senhor os enviou a pregar; enviou-os sem nada, mas nada lhes faltou. Quando misi vos sine sacculo et pera et calceamentis, nunquid aliquid defuit vobis? At illi dixerunt: Nihil! (Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje, sem sandálias, faltou-vos alguma coisa? Eles disseram: Nada! — Lc 22,35-36).
O pastor receberá de Deus seu pão de cada dia, mas não só para si como também para seus pobres. Receberá em uma das mãos e dará com a outra; e tanto mais terá para dar quanto mais somente de Deus espere o que lhe for necessário. Esse é o testemunho de São Vicente de Paulo, o homem que mais deu neste mundo.
17 de janeiro: Santo Antão (Antônio), Abade
Ninguém era mais continente nem mais vigilante do que ele. Superava a todos na paciência, mansidão, misericórdia, humildade, laboriosidade, e no estudo das divinas Escrituras. Abominava a companhia e o diálogo com os hereges e cismáticos, principalmente arianos, dizendo que não se deve nem aproximar deles. Deitava-se sobre a terra, dormindo apenas o tanto necessário. Praticava tanto o jejum, que punha no pão somente sal, e bebia somente água o suficiente para matar a sede; nem tomava alimento algum antes do pôr-do-sol, e frequentemente fazia abstinência de alimento por dois dias; muito frequentemente pernoitava em oração. Sendo tão valoroso soldado de Deus, o santíssimo jovem foi atormentado por muitas tentações dos inimigos do gênero humana, que ele vencia com o jejum e a oração. Seus frequentes triunfos sobre satanás não faziam Atão sentir-se seguro, pois conhecia as inúmeras artes que o diabo pode usar para fazer o mal.
Então, dirigiu-se para o vastíssimo deserto do Egito, onde, aproveitando todo dia para a perfeição cristã, tanto espezinhou os demônios (cuja violência era tanto mais sagás quanto mais fortemente Antão resistia) que reprovou a impotência deles; e amiúde instigava os seus discípulos a lutar contra o diabo, ensinando-lhes com que armas venceriam: Crede-me, dizia, irmãos, Satanás teme as vigílias, orações, jejuns, pobreza voluntária, misericórdia e humildade dos piedosos, e principalmente o artente amor por Cristo Senhor, de cujo único sinal da santíssima cruz foge, debilitado. Era tão temido pelos demônios que muitos, pelo Egito, agitados por eles, eram livrados pela invocação do nome de Antão; e tanta era sua fama de santidade que, por cartas, Constantino Magno a ele recomendou-se, ele e seus filhos. No centésimo quinto ano de idade, tendo inúmeros imitadores do seu exemplo, chamando os monjes, e instruíndo-os na perfeita regra da vida cristã, glorioso pela santidade e pelos milagres, migrou para o céu, no dia 17 de janeiro.
Fonte: Breviário Romano.
16 de janeiro de 2011
16 de janeiro: São Marcelo I, Papa e Mártir
Como o santo não desse ouvidos às insanas palavras do homem, este o mandou a um estábulo, para cuidar dos animais que eram alimentados pelo Estado. Marcelo passou aí nove meses, entre assíduos jejuns e preces, e, não podendo visitar as paróquias com sua presença, fê-lo pelas epístolas. Então, resagtado pelos clérigos, recebeu hospedagem em casa da bem-aventurada Lucina, no local onde dedicou uma igreja, que hoje é chamada de São Marcelo, na qual os cristãos oravam e o próprio São Marcelo pregava.
Sabendo disso, Maxêncio transferiu o estábulo dos animais para aquela igreja, e mandou que fossem cuidados por Marcelo. Aí, devido ao fedor do local e à aflição de muitos trabalhos, dormiu no Senhor. O seu corpo foi sepultado no cemitério de Priscila, na via Salariana, pela bem-aventurada Lucina, no dia 16 de janeiro. Ele reinou por cinco anos, um mês e vinte e cinco dias. Escreveu a epístola aos bispos da província de Antioquia sobre o primado da Igreja Romana, que ele provou que com razão é chamada cabeça das igrejas. Nela, ele também escreveu que nenhum concílio pode ser celebrado senão pela autoridade do Romano Pontífice. Ele ordenou, em Roma, em dezembro, vinte e cinco presbíteros, dois diáconos, e vinte e um bispos para diversos lugares.
Fonte: Breviário romano.
* Imperadores romanos. Pontificou, portanto, desde o ano do Senhor de 304 até o de 310 (N. do T.)
Sacerdote Eternamente - Parte 33
Todo acontecimento pode ter alguma influência sobre os interesses das almas, e, portanto, o pastor deve necessariamente estar um pouco atento a tudo. Todas as idades, todas as condições, todos os bons e todos os demais devem ser para ele objeto de incessante solicitude.
Há, por causa disso, um verdadeiro perigo de deixar-se absorver por solicitudes exteriores, por preocupações com pessoas e coisas.
A caridade que o pastor deve a seu rebanho corre o risco de tornar-se ela própria uma causa, um pretexto, uma ocasião para ele de deixar-se absorver no cuidado das coisas exteriores, da saúde, dos interesses temporais, de quaisquer negócios.
Um pastor deve pensar um pouco em tudo, levar em conta tudo, estender sua caridade a tudo, mas, entretanto, esse tudo não o deve absorver. Acima de tudo o que concerne ao rebanho há o infinito que é Deus; e o padre se deve a Deus mais que a tudo e não poderá ser realmente útil em tudo senão sendo todo de Deus.
É em Deus que o pastor encontrará a luz, a medida, o verdadeiro zelo, a discrição, todas as virtudes necessárias para poder passar por entre as solicitudes exteriores do ministério, sendo útil ao rebanho sem diminuição de sua vida interior, prestando-se a cuidados materiais sem neles se absorver, sendo devotado ao próximo sem cessar de estar unido a Deus.
15 de janeiro de 2011
Da hediondez da imodéstia dentro do Santo Templo - São Leonardo de Porto Maurício
Sacerdote Eternamente - Parte 32
Os interesses de Deus são freqüentemente comprometidos pelos homens. Colocado entre Deus e os homens, vê-se então o pastor muitas vezes em luta com os homens por causa dos interesses de Deus.
Essa luta não deixa de apresentar dificuldades, pois se o pastor sendo homem de Deus deve servi-lo, também deve servir às almas das quais é pastor, e pastor responsável. Se vir os interesses de Deus por um olho só, por assim dizer, trabalhará por eles prova-velmente de maneira imperfeita, comprometendo as almas. Por outro lado, se pretender não melindrar as almas, poderá desatender aos interesses de Deus.
A dificuldade é grande e às vezes chega a ser extrema. Há perigo de ambos os lados, e o pastor tem que temer de um lado vir a ficar em falta com Deus, de outro lado a ficar em falta com as almas.
Em tal estado de coisas, o zelo não é conselheiro suficiente, e poderá, por si só, levar a excessos e até a comprometer o próprio bem almejado.
Ao lado do zelo é necessária a ciência; e com esta a humildade, a pureza de vistas e de intenção, isto é, coisas que o pastor jamais encontrará se antes de tudo não for homem de oração: Orationi ... instantes erimus.
14 de janeiro de 2011
Sacerdote Eternamente - Parte 31
Ele tem necessidade de conhecer os caminhos de Deus e seus planos; ele tem necessidade de atrair para si a graça do alto e de granjeá-la também para as asmas de que é pastor. Como poderá ele ser um mediador aceito por Deus se não for humilde? Deus confiará no homem que quer entrar em seus segredos para arrebatar sua glória e atribuí-la a si próprio? Tornará canal de sua graça o homem que, por orgulho, se comporta como inimigo da graça? Como poderá tratar perante Deus da reconciliação das almas culpadas, aquele que por seu orgulho procede como revoltado contra Deus?
Sem humildade não é possível ministério. Deus quer dar-nos sua graça, mas não quer que lhe tomemos sua glória. E quando um padre quer para si mesmo a glória, deixa de ser o mediador da graça. Deus superbis resistit et gratiam praestat humilibus (Deus se opõe aos orgulhosos e dá a sua graça aos humildes — Tgo 4,6).