11 de janeiro de 2011

Sacerdote Eternamente - Parte 28

SACERDOTE ETERNAMENTE
Dom Emmanuel Marie André

LIVRO QUARTO
DAS VIRTUDES NECESSÁRIAS PARA O EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO

CAPÍTULO V
A Utilidade no Uso da Palavra




Há tempo para calar e tempo para falar, diz o Espírito Santo. O homem de Deus deve saber discernir esses tempos. E, quando chegar o tempo de falar, é preciso que cuide de dizer o que Deus quer que ele diga, ou o que as almas têm direito de esperar de um enviado de Deus.

São Pedro, ensinando a todos os cristãos, dizia: Si quis loquitur, quase sermones Dei (Se alguém falar, que seja como palavra de Deus — 1 Ped 4,11). Mas, se tivesse escrito especialmente para os padres, ele certamente teria dito: Si sacerdos loquitur, sermones Dei (Se o padre falar, que sejam palavras de Deus). Excluiria o termo quase (como).

No púlpito, o padre deve falar como o próprio Deus. Fora dele, como um homem de Deus.

É conhecido o dito de São Bernardo a respeito de palavras jocosas:

In ore saecularium nugae, nugae sunt; in ore sacerdotum, blasphemiae (na boca de homens do mundo, os gracejos são gracejos; na boca de sacerdotes, são blasfêmias).

A palavra do padre deve ser sempre digna sem afetação, afável sem trivialidade, doce sem lisonja, grave sem dureza, de forma que lembre às almas o pensamento de Nosso Senhor do qual foi dito: Nunquam sic locutus est homo, sicut hic homo (Nunca homem algum falou como este homem — Jo 7,46).



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ANDRÉ, Dom Emmanuel Marie. Tratado do Ministério Eclesiástico.

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