2 de janeiro de 2011

A Medalha Milagrosa - Dom Antônio de Castro Mayer

Medalha Milagrosa


Oval, tendo-no anverso a imagem da Virgem Santíssima, com os braços amavelmente estendidos, as mãos abertas de onde procedem raios de graças os pés poisando sobre a cabeça de uma serpente deitada sobre um globo, bordejando a medalha e começando à altura da mão direita e terminando à altura da mão esquerda, a frase: ó Maria Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

No reverso um “M” atravessado por um traço que sustentam a Cruz, e repousando sobre outro traço, tendo em baixo dois corações, um chamejante e coroado de espinhos, outro também chamejante e atravessado por uma espada: doze estrelas bordejam, deste lado a medalha.

Essa é a medalha que chama “milagrosa” pelas inúmeras garças que obtêm da Virgem Santíssima aqueles que a trazem devotamente com sigo. Não é, pois uma medalha comum. Não. Ela tem sua história que mostra o desvelo materno de Maria Santíssima para com seus filhos na terra. Vamos contá-la:

Origem: a visão

Vivia em Paris à rua do Bac no convento das filhas da caridade a irmã Catarina Labouré – hoje, Santa Catarina Labouré. Agraciada por diversas visitas da Virgem Santíssima, Mãe de Deus, conta ela especial que teve no dia 27 de novembro de 1830, sábado véspera do primeiro domingo de Advento apareceu-lhe Maria Santíssima por detrás do Sacrário:

A Virgem Santíssima, diz ele estava de pé sobre um globo, vestida de branco, com um véu branco a cobrir-lhe a cabeça e um manto azul que descia até os pés um o cabelo em tranças, seguro por uma fita debruada de pequena renda, o rosto bem descoberto e de uma formosura indiscritível.


As mãos elevada até as cintas sustentavam outro globo, figura do mundo rematado por uma cruzinha de ouro. A Senhora toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto iluminou-se-lhe de radiante claridade no momento em que com os olhos levantados ao Céu, oferecia ao Senhor o globo.

– De repente os dedos cobriram-se de anéis e pedrarias preciosas de extraordinária beleza, de onde se desprendiam raios luminosos envolvendo a senhora em tal esplendor que já se lhe não via a túnica nem os pés. As pedras preciosas eram maiores umas menores outras e proporcionais eram também os raios luminosos. – O que então experimentei e aprendi naquele momento é impossível de explicar-

As palavras da Virgem

Como estivesse ocupada em contemplá-la, a Virgem Santíssima baixou para meus olhos e uma vós interior me disse no íntimo do coração: “este globo que vez representa o mundo inteiro e em especial a França e cada pessoa em particular”.
- Não sei exprimir o que descobri de beleza e brilho nos raios tão resplandecentes. A Santíssima Virgem acrescentou “eis o símbolo das graças que derrama sobre as pessoas que mais pedem”. – desapareceu então o globo que tinha nas mãos: e como se estas não pudessem com o peso das graças, os braços se abaixaram e se abriram na atitude graciosa reproduzida na Medalha.

A Medalha e a Promessa da Virgem Mãe

Formou-se, então em torno da Virgem um quadro um pouco oval onde em letras de ouro se liam estas palavras: “O Maria Concebida Sem pecado Rogai por nós que Recorremos e vós”. Fez-se então ouvir uma voz que me dizia: “manda cunhar uma medalha com este modelo : as pessoas que a trouxerem receberam grandes graças, mormente se a trouxerem ao pescoço: ao de ser abundantes as graças às pessoas que a trouxerem com confiança”.

– No mesmo instante, o quadro apareceu voltar-se e a viu no reverso a letra “M” encimada por uma Cruz, tendo um traço na base e por baixo do monograma de Maria dois corações de Jesus e Maria, o primeiro cercado de espinhos, o segundo atravessado por uma espada, e, segundo uma tradição oral comunicada pela vidente, uma coroa de doze estrelas a cercar o monograma de Maria e os dois corações. Também a mesma irmã disse que a Virgem Santíssima calçava aos pés uma serpente de cor esverdeada com pintas amarelas.

A Difusão da Medalha

Após dois anos, terminado o processo canônico o arcebispo de Paris, D. Quelen mandou cunhar a Medalha. Difundiu-se logo a Medalha, acompanhada de graças espirituais e corporais. Celebre é conversão do Judeu Afonso Ratisbona.

Ratisbona

Afonso Maria Ratisbona, nascido em Estransburgo, de família judia riquíssima, em 1º de maio de 1814, viveu como ateu dos 15 aos 23 anos, alimentando ódio mortal ao irmão Teodoro já convertido, aos padres, especialmente aos jesuítas, e às Religiosas. Visitando Roma, contra sua vontade acompanhou seu amigo o Barão Teodoro de Bussier, membro da embaixada francesa, à Igreja de Santo André delle frate.

Ficou na carruagem, enquanto o amigo fazia sua visita ao Templo. Cansado de esperar desceu ele também à Igreja, com intenção de apressar o amigo. Ali o aguardava a Misericórdia de Deus, amavelmente, pois vinha-lhe ao encontro através de Maria Santíssima. Naquele dia, 20 de janeiro de 1842, aparece a Virgem Santíssima segundo o modelo da Medalha Milagrosa, prostra o judeu incrédulo, que se levanta convertido apostolo ardorosamente voltado à conversão dos seus conacionais judeus.

Dia 31 de janeiro desse ano recebia, na Igreja de Gesú dos jesuítas, o Batismo, a confirmação e a Sagrada Comunhão. No dia 08 de dezembro de 1868 Pio IX confirmava “Instituto pela regeneração dos Israelitas”, por ele fundado e seu irmão Teodoro. Após várias obras apostólicas, morria em Jerusalém no dia 1º de maio de 1884, com o nome santíssimo de Maria Imaculada nos lábios.

Conclusão

Alimentemos a devoção à Medalha Milagrosa. Não deixemos de trazê-la ao pescoço, como recomendou a Virgem Mãe. E todos os dias rezemos pedindo-lhe a proteção, três Aves-Marias. Habituamo-nos a dá-la aos doentes que não se animam confessar-se, ou mesmo recusam o padre; pois, esta Medalha vence todas as resistências. É, pois, um meio fácil e ótimo de exercermos a caridade para como nosso próximo, a mais importante, a que cuida da salvação eterna.

Dom Antonio de Castro Mayer

(Boletim diocesano de novembro de 1975 - Diocese de Campos)

Nenhum comentário:

Postar um comentário