SACERDOTE ETERNAMENTE
Dom Emmanuel Marie André
LIVRO QUARTO
DAS VIRTUDES NECESSÁRIAS PARA O EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO
CAPÍTULO I
A Grandeza do Ministério é a Medida das Virtudes que Ele Requer
O ministério é uma obra divina: Hoc est opus Dei ut credatis in eum quem misit ille (A obra de Deus é esta: que creiais nAquele que Ele enviou — Jo 6,29). São Paulo o denomina obra do Senhor: Opus Domini.
Com efeito, Deus é o primeiro autor da salvação dos homens; o primeiro que a quis, determinando-lhe as condições e instituindo-lhe os meios; e o primeiro que por ela se empenhou em Jesus Cristo Nosso Senhor: Deus erat in Christo mundum reconcilians sibi (Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo — 2 Cor 5,19).
Tendo convocado homens para seus colaboradores na obra da salvação dos homens, Deus, entretanto, não deixa de ser o principal agente na execução da obra divina: Possuit in nobis verbum reconciliationis; pro Christo ergo legatione fungimur, tanquam Deo exhortante per nos (Deus nos confiou a palavra de reconciliação. Desempenhamos, pois, o encargo de representantes de Cristo, como se fosse Deus a exortar por nosso intermédio —2 Cor 5,19-20).
Daí se segue que o padre é verdadeiramente o embaixador, o encarregado de negócios, o ministro de Deus, e, como diz São Paulo: o homem de Deus, homo Dei (1 Tim 6,11).
São Paulo deduz em conseqüência disso que o homem de Deus deve ser perfeito: Perfectus sit homo Dei (2 Tim 3,17).
Essa perfeição deve tornar o homem de Deus preparado, disposto e, quase diríamos, equipado para toda boa obra: Perfectus sit homo Dei ad omne opus bonum instructus (que o homem de Deus seja perfeito e adestrado para toda boa obra — Ib.).
Em outros termos, o homem de Deus, que de certa forma vem a tornar-se homem-Deus em razão dos poderes divinos que exerce, deve ser ornado de todas as virtudes. Deve ser perfeito, como o Pai celeste é perfeito (Mt 5,48).
Assim, temos muito que nos esforçar antes de poder dizer como São Paulo: Idoneos nos fecit ministros novi Testamenti (Ele nos tornou capazes de ser ministros da Nova Aliança — 2 Cor 3,6).
Dentre todas as virtudes necessárias ao padre, ao ministro da salvação das almas, ao pastor, São Gregório Magno nos aponta principalmente dez. E a respeito delas falou admiravelmente bem na segunda parte de sua Pastoral. Perdoe-nos ele se, depois do que nos ensinou, ousamos também escrever alguma coisa sobre essas belas virtudes que ele possuía e que nós não possuímos.
Com efeito, Deus é o primeiro autor da salvação dos homens; o primeiro que a quis, determinando-lhe as condições e instituindo-lhe os meios; e o primeiro que por ela se empenhou em Jesus Cristo Nosso Senhor: Deus erat in Christo mundum reconcilians sibi (Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo — 2 Cor 5,19).
Tendo convocado homens para seus colaboradores na obra da salvação dos homens, Deus, entretanto, não deixa de ser o principal agente na execução da obra divina: Possuit in nobis verbum reconciliationis; pro Christo ergo legatione fungimur, tanquam Deo exhortante per nos (Deus nos confiou a palavra de reconciliação. Desempenhamos, pois, o encargo de representantes de Cristo, como se fosse Deus a exortar por nosso intermédio —2 Cor 5,19-20).
Daí se segue que o padre é verdadeiramente o embaixador, o encarregado de negócios, o ministro de Deus, e, como diz São Paulo: o homem de Deus, homo Dei (1 Tim 6,11).
São Paulo deduz em conseqüência disso que o homem de Deus deve ser perfeito: Perfectus sit homo Dei (2 Tim 3,17).
Essa perfeição deve tornar o homem de Deus preparado, disposto e, quase diríamos, equipado para toda boa obra: Perfectus sit homo Dei ad omne opus bonum instructus (que o homem de Deus seja perfeito e adestrado para toda boa obra — Ib.).
Em outros termos, o homem de Deus, que de certa forma vem a tornar-se homem-Deus em razão dos poderes divinos que exerce, deve ser ornado de todas as virtudes. Deve ser perfeito, como o Pai celeste é perfeito (Mt 5,48).
Assim, temos muito que nos esforçar antes de poder dizer como São Paulo: Idoneos nos fecit ministros novi Testamenti (Ele nos tornou capazes de ser ministros da Nova Aliança — 2 Cor 3,6).
Dentre todas as virtudes necessárias ao padre, ao ministro da salvação das almas, ao pastor, São Gregório Magno nos aponta principalmente dez. E a respeito delas falou admiravelmente bem na segunda parte de sua Pastoral. Perdoe-nos ele se, depois do que nos ensinou, ousamos também escrever alguma coisa sobre essas belas virtudes que ele possuía e que nós não possuímos.
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ANDRÉ, Dom Emmanuel Marie. Tratado do Ministério Eclesiástico.
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