26 de abril de 2024

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo Piedosas e edificantes meditações sobre os sofrimentos de Jesus

MEDITAÇÃO VIII

Para o sábado da paixão

Jesus é condenado por Pilatos
1. Pilatos, depois de haver tantas vezes declarado a inocência de Jesus, mais uma vez a proclama, protestando ser ele inocente do sangue daquele justo (Mt 27,24), e contudo pronunciou a sentença e o condenou à morte. Oh! injustiça nunca vista no mundo! Ao mesmo tempo que o juiz declara inocente o acusado, ele o condena. Ah, meu Jesus, vós não mereceis a morte, mas eu a mereço. Visto, porém, que quereis satisfazer por mim, não é Pilatos, mas é o vosso próprio Pai que vos condena a pagar a pena a mim devida. Eu vos amo, ó Padre eterno, que condenais vosso Filho inocente para livrar-me a mim que sou réu. Eu vos amo, ó Filho eterno, que aceitais a morte devida a um pecador.
2. Pilatos, tendo condenado a Jesus, o entrega às mãos dos judeus, para que façam com ele o que desejavam: “Entregou Jesus ao arbítrio deles” (Lc 23,25). É de fato o que acontece: quando se condena um inocente, não se limita a pena, mas é ele abandonado às minhas mãos dos inimigos, para que o façam padecer e morrer como lhes aprouver. Pobres judeus, vós então pedistes o castigo, dizendo: “Seu sangue caia sobre nós e nossos filhos” (Mt 27,25). E o castigo já veio! Desgraçados, sofreis e haveis de sofrer até ao fim do mundo o castigo desse sangue inocente. Ó meu Jesus, tende piedade de mim, que com minhas culpas também motivei a vossa mote. Não quero ficar obstinado com os judeus, quero chorar os maus tratos que vos dei e amar-vos sempre, sempre, sempre.
3. Eis que se lê diante do Senhor a injusta sentença, condenando-o à morte da cruz. Ele a ouve, e, inteiramente submisso à vontade do Pai, obediente a aceita com toda a humildade: “Humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fl 2,8). Pilatos na terra diz: Morra Jesus! E o eterno Pai no céu diz também: Morra o meu Filho. E o Filho responde por sua vez: Eis-me aqui; eu obedeço e aceito a morte e a morte da cruz. Meu amado Redentor, vós aceitais a morte que me é devida. Seja bendita a vossa misericórdia para sempre: eu vos agradeço sumamente. Mas visto que vós, inocente, aceitais a morte da cruz por mim, eu, pecador, aceito a  morte que me destinardes com todos os sofrimentos que a acompanharem e desde já a uno à vossa morte e a ofereço a vosso eterno Pai. Vós morrestes por meu amor e eu quero morrer por amor de vós. Pelos merecimentos de vossa santa morte, fazei-me morrer na vossa graça e abrasado no vosso santo amor. Maria, minha esperança, recordai-vos de mim.

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25 de abril de 2024

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo Piedosas e edificantes meditações sobre os sofrimentos de Jesus

MEDITAÇÃO VII

Para a 6.ª feira da Paixão

Pilatos mostra Jesus ao povo, dizendo: “Ecce Homo”
1. Tendo sido Jesus conduzido novamente à presença de Pilatos, este, vendo-o todo dilacerado e deformado pelos açoites e espinhos, julgou poder excitar a compaixão do povo, mostrando-lhe Jesus. Por isso, saiu para fora, até ao pórtico ou alpendre, levando consigo Jesus, e disse: Eis aqui o homem, como se dissesse: Vede, ainda não estais contentes com o que padeceu este pobre inocente? Ei-lo reduzido a um estado em que não poderá mais viver. Deixai-o, pois, em paz, pois pouco tempo lhe restará de vida. Contempla tu também, minha alma, o teu Senhor sobre aquele pórtico, como ele está amarrado e seminu, coberto todo de chagas e de sangue, e reflete a que estado está reduzido o teu pastor para salvar-te a ti, ovelha desgarrada.
2. No mesmo tempo em que Pilatos mostra aos judeus Jesus coberto de chagas, o Padre eterno no céu nos convida a contemplar Jesus em tal estado e nos diz igualmente: Eis aí o homem. Homens, esse homem que vedes tão chagado e desprezado é o meu Filho muito amado, que para pagar por vossos pecados padece tanto: contemplai-o e amai-o. Meu Deus e meu Pai, eu contemplo o vosso Filho e lhe agradeço e o amo e espero amá-lo sempre. Suplico-vos, porém, que o contempleis também e pelo amor deste vosso Filho tende piedade de mim, perdoai-me e dai-me a graça de não amar senão a vós.
3. Que respondem, porém, os judeus à vista deste rei de dores? Fazem uma grande gritaria e dizem: Crucifica-o, crucifica-o. E vendo que Pilatos, apesar de seus insultos, procurava libertá-lo, aterrorizam-no dizendo: “Se soltares a este, não és amigo de César” (Jo 19,12). Pilatos resiste ainda uma vez e replica: “Então hei de crucificar o vosso rei?” E eles responderam: “Nós não temos outro rei além de César”. Ah, meu adorado Jesus, eles não querem vos conhecer por seu rei e afirmam que não querem outro rei senão César. Eu vos reconheço por meu rei e protesto que não quero outro rei para o meu coração senão vós, meu amor e meu único bem. Infeliz de mim. Também eu vos desconheci por algum tempo como meu rei e protestei não querer servir-vos. Agora, porém, quero que só vós domineis sobre minha vontade. Fazei que ela obedeça a tudo o que ordenardes. Ó vontade de Deus, vós sois o meu amor. Ó Maria, rogai por mim, pois as vossas súplicas nunca são desatendidas.

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Dia 25/4 - Façamos o bem enquanto temos tempo à nossa disposição. Assim, daremos glória ao nosso Pai celeste, santificaremos nós mesmos e daremos bom exemplo aos outros.

24 de abril de 2024

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo Piedosas e edificantes meditações sobre os sofrimentos de Jesus

MEDITAÇÃO VI

Para 5.ª feira da paixão

Jesus é coroado de espinhos e tratado como rei de escárnio
1. Depois de terem os soldados flagelado a Jesus Cristo, reuniram-se todos no pretório e, despojando-o novamente de suas vestes, para escarnecer dele o torná-lo um rei de comédia, puseram-lhe sobre os ombros um manto velho de cor vermelha, para representar a púrpura real, e na mão uma cana significando o cetro, e na cabeça um feixe de espinhos parodiando a coroa, que lhe envolvia toda a sagrada cabeça (Mt 27,28). E visto que os espinhos com a força das mãos não se cravavam na sua divina cabeça, tomam-lhe a cana e enterram-lhe na cabeça aquela horrenda coroa: “E cuspindo-lhe no rosto, tomaram-lhe a cana e batiam-lhe na cabeça” (Mt 27,28). Ó espinhos ingratos, assim atormentais o vosso Criador? Mas que espinhos, que espinhos! Vós, maus pensamentos meus, vós traspassastes a cabeça de meu Redentor. Detesto, ó meu Jesus, e aborreço mais que a morte aqueles perversos consentimentos com que tantas vezes vos desgostei a vós, meu Deus tão bom e misericordioso. Mas já que me fazeis conhecer quanto me tendes amado, quero amar-vos a vós somente e nada mais.
2. Ó Deus, já escorre a fio o sangue dessa cabeça ferida sobre a face e o peito de Jesus, e vós, meu Salvador, nem sequer vos lamentais de tão injusta crueldade! Vós sois o rei do céu e da terra, mas agora estais reduzido ao papel de um rei de burla e de dores, feito o ludíbrio de toda a Jerusalém. Devia, porém, realizar-se a profecia de Jeremias: “Oferecerá a face ao que o ferir; fartar-se-á de opróbrios” (Lm 3,30). Jesus, meu amor, eu vos desprezei pelo passado, mas agora eu vos estimo e vos amo com todo o meu coração e desejo morrer por vosso amor.
3. Mas esses homens não estão ainda satisfeitos com os tormentos e escárnios a que vos sujeitaram. Depois de vos haver assim atormentado e tratado como rei de teatro, ajoelhavam-se diante de vós e zombando vos diziam: “Nós te saudamos, ó rei dos judeus. E davam-lhe bofetadas” (Mt 27,29). Aproxima-te ao menos tu, minha alma, e reconhece Jesus como o Rei dos reis e o Senhor dos senhores e agradece-lhe e ama-o, porque se fez, por teu amor, rei das dores. Ah, meu Senhor, esquecei-vos dos desgostos que vos dei. Agora eu vos amo mais que a mim mesmo. Só vós mereceis todo o meu amor e por isso só a vós eu quero amar. Tenho medo de minha fraqueza, mas vos me dareis força para executá-lo. E vós, ó Maria, ajudar-me-eis com as vossas súplicas.