29 de fevereiro de 2020

A ALMA DE TODO APOSTOLADO

J. B. Chautard

5 - Excelência desta união

A união das duas vidas, contemplativa e ativa, constitui o verdadeiro apostolado, obra principal do cristianismo, diz São Tomás: Principalíssimum offícium.
O apostolado supõe almas capazes de estuar de entusiasmo por uma ideia, de se consagrar ao triunfo de um princípio. Sobrenaturalize-se a realização desse ideal pelo espirito interior, animem-se com o espírito de  Jesus o fim, o foco de zelo e a escolha dos meios, e logo teremos a vida mais perfeita em si mesma, a vida por excelência, visto como os teólogos a preferem à simples contemplação: Praefertur simplici contemplationi.
O apostolado do homem de oração é a palavra conquistadora com o mandato de Deus, o zelo das almas, a frutificação das conversões: Míssio a Deo, zelus animarum, fructificátio auditorum.
É o vapor da fé de emanações salutares: Zelus, id est vapor fidei.
O apostolado do santo é a sementeira do mundo. O apóstolo lança às almas o grão de Deus. É o amor em fogo que devora a terra, o incêndio do Pentecostes irresistivelmente propagado através dos povos: Ignem veni míttere in terram.
A sublimidade deste ministério consiste em prover à salvação de outrem, sem prejuízo para o apóstolo; sublimatur ad hoc ut áliis provideat. Transmitir as verdades divinas às inteligências humanas! Não é este porventura um ministério digno dos anjos?
Bom é contemplar a verdade; mas melhor é ainda comunicá-la aos outros. Refletir a luz é algo mais que recebê-la. Iluminar vale mais que luzir debaixo do alqueire. Pela contemplação, a alma alimenta-se; pelo apostolado, dá-se: Sicut majus est illumibare quam lucere solum, ita majus est contemplata áliis tradere, quam solum contemplare.
É esta mistura do apostolado com todos os dispêndios do seu próprio zelo, e da contemplação com as suas elevações sublimes que produziu os maiores santos: São Dionisio, São Martinho, São Bernardo, São Domingos, São Francisco de Assis, São Francisco Xavier, São Filipe Néri, Santo Afonso, todos tão ardentes contemplativos como apóstolos poderosos.
Vida interior e vida ativa! Santidade nas obras! União poderosa, união fecunda! como são grandes os prodígios de conversão que vós operais! Ó Deus, concedei à vossa Igreja apóstolos numerosos, mas reacendei nos seus corações, devorados pelo desejo de se dar, uma sede ardente de vida de oração. Dai a vossos operários essa ação contemplativa e esta contemplação ativa: então, vossa obra há de ter sua realização, e vosso obreiros evangélicos hão de alcançar essas vitórias que lhes anunciastes antes de Vossa ascensão gloriosa.

28 de fevereiro de 2020

Como uma Gotinha de Orvalho - Santa Teresinha

Uma gota de orvalho, o que há de mais simples e mais puro? Não foram as nuvens que a formaram, visto que o orvalho desce sobre as flores quando o céu é estrelado. Não se pode comparar à chuva, a quem supera em frescura e em beleza. O orvalho só existe de noite; logo que o sol dardeja seus raios quentes, faz destilar as encantadoras pérolas que cintilam nas extremidades das ervazinhas dos prados e o orvalho transforma-se em vapor sutil. Celina é uma gota de orvalho que não  foi formada pelas nuvens mas que desceu do lindo Céu, sua Pátria. Durante a noite da vida a sua missão é a de esconder no coração da Flor dos campos; nenhum olhar humano a deve descobrir aí, só o cálice que possui a minúscula gotinha conhecerá a sua frescura.

27 de fevereiro de 2020

A ALMA DE TODO APOSTOLADO

J. B. Chautard

Parte 2/2

O homem, ai! amiúde separa oque Deus uniu; por isso é que tão rara é essa união perfeita. Demais, para ser realizada, exige ela um conjunto de precauções de frequente negligenciadas.  Nada empreender que exceda as próprias forças. Ver em tudo habitual, mas simplesmente, a vontade de Deus. Não nos metermos em obras senão quando Deus quer, e na medida exata em que lhe apraz ver-nos consagrados a elas, e somente com o desejo de exercer a caridade. Logo no princípio, oferecer-lhe nosso trabalho e, no decurso de nossos labores, reanimar amiúde, por meio de pensamentos santos, por meio de ardentes orações jaculatórias, nossa resolução de não trabalhar senão por Ele e para ele. Em suma, seja qual for a atenção que devemos prestar a nossos trabalhos, conservar-nos sempre em paz, perfeitamente senhores de nós mesmos. Quanto ao bom êxito, deixá-lo unicamente nas mãos de Deus e aspirarmos a ver-nos livres de todos os cuidados apenas para nos reencontrarmos sós por sós com Jesus Cristo. Tais são os sapientíssimos conselhos dos mestres da vida espiritual, para chegarmos a essa união.
Por vezes, as ocupações hão de multiplicar-se a ponto tal que exijam o dispêndio de todas as nossas energias, sem que, por outro lado, nos possamos desembaraçar do fardo, ou mesmo aligeirá-lo. A consequência poderá ser a privação, por um tempo mais ou menos longo, do gozo da união a Deus, mas essa união somente sofrerá algum dano se nós assim o quisermos. Prolongando-se este estado, é necessário por tal motivo gemer, sofrer e temer acima de tudo o habituarmo-nos a ele. O homem é fraco, inconstante. Se descuida a sua vida espiritual, depressa perde o gosto dela. Absorvido pelas ocupações materiais, acaba por comprazer-se nelas. Pelo contrário, se o espírito interior manifesta a sua vitalidade latente por meio de suspiros e gemidos, esses lamentos contínuos, como provêm de uma ferida que se não fecha mesmo no meio de uma atividade transbordante, constituem o mérito da contemplação sacrificada, ou melhor, a alma realiza essa admirável e fecunda união da vida interior e da vida ativa. Oprimida por essa sede de vida interior que não logra apagar a seu bel prazer, a alma há de voltar com ardor, logo que possa, à vida de oração. Nosso Senhor sempre lhe há de reservar alguns instantes de entretenimento com ele. Exige, porém, que a alma os não despreze e há de então compensar-lhe com o fervor a brevidade desses felizes momentos.
Como as vias de Deus se assinalam pela sabedoria e pela bondade! Que maravilhosa direção não dá Ele as almas por meio da vida interior! Conservada no seio da ação e sem embargo generosamente oferecida, essa pena profunda de termos de consagrar tanto tempo às obras de Deus, e tão pouco ao Deus das obras, tem a sua compensação. Graças a ela, desvanecem-se todos os perigos de dissipação, de amor próprio, de afeições naturais. Essa disposição da alma longe de prejudicar a liberdade do espírito e a atividade, dá-lhes um caráter mais ponderado. É ela a forma prática do exercício da presença de Deus, porque a alma, na graça do momento presente encontra Jesus vivo, oferecendo-se oculto sob a obra a realizar. Jesus trabalha com ela e ampara-a. Quantas pessoas, que desempenham cargos, hão de dever a essa pena salutar bem compreendida, a esse desejo sempre sacrificado e sempre vivo de ter mais momentos livres para estar junto do sacrário, e essas comunhões espirituais desde então quase incessantes, hão de dever, repetimos, a fecundidade de sua ação e ao mesmo tempo assim a salvaguarda da sua alma como seus progressos na virtude!

26 de fevereiro de 2020

Então, Devem Perdoar-me - Santa Teresinha

Não é certo "que a verdade sai da boca das criancinhas?" Pois bem, devem perdoar-me se eu disser a verdade, eu que sou e quero sempre ser uma criança...

25 de fevereiro de 2020

Missa de Cinzas


Amáveis como Criancinhas que Dormem - Santa Teresinha

Em vez de alegrar-me com minha aridez deveria atribuí-la ao meu pouco fervor e fidelidade; deveria desolar-me por dormir durante as minhas orações e ações de graças (há sete anos). No entanto não me desconsolo... Penso que as criancinhas agradam a seus pais tanto quando dormem como quando estão acordadas... Penso que "o Senhor vê nossa fragilidade e lembra-se de que não somos senão pó".

24 de fevereiro de 2020

Uma Menina Audaciosa que Considera como Próprios os Tesouros de Deus - Santa Teresinha

Sempre achava um meio de tocar em tudo. Desta forma pudemos venerar na Igreja da Santa Cruz de Jerusalém (em Roma) várias partículas da verdadeira Cruz, dois espinhos, e um dos sagrados cravos, contido em magnífico relicário, lavrado em ouro, mas sem vidro. Com isso, quando venerava a preciosa relíquia, descobri um meio de enfiar o dedo mínimo num dos orifícios do relicário e consegui tocar no cravo que fora banhado no Sangue de Jesus... Fui realmente audaciosa demais!... Felizmente, o Bom Deus que enxerga o fundo dos corações, sabe da pureza de minha intenção, e que por nada deste mundo quereria desagradar-lhe. Procedia para com ele como uma criança que julga ser-lhe permitido tudo, e considera como próprios os tesouros de seu pai.

22 de fevereiro de 2020

A ALMA DE TODO APOSTOLADO
J. B. Chautard

4 - Vida interior e vida ativa mutuamente se reclamam

Parte 1/2

Como o amor de Deus se revela pelos atos da vida interior, assim o amor do próximo se manifesta pelas operações da vida exterior; portanto, não podendo o amor de Deus separar-se do amor do próximo, resulta daí que essas duas formas de vida não podem também, de maneira alguma, subsistir uma sem a outra.
De igual sorte, diz Suárez, não pode existir estado correta e normalmente ordenado para chegar à perfeição, sem que participe em certa medida da ação e da contemplação.
O ilustre jesuíta limita-se a comentar o ensinamento de São Tomás. Aqueles que são chamados às obras da vida ativa, diz o Doutor angélico, erram se julgam que este dever os dispensa da vida contemplativa. Tal dever é um acréscimo desta vida e não lhe diminui a intensidade. Destarte, as duas vidas, longe de se excluir, reclamam-se, supõem-se, misturam-se, completam-se mutuamente; e, se de qualquer das duas se deve fazer um quinhão mais considerável, é por sem dúvida da vida contemplativa, a mais perfeita e a mais necessária.
A ação, para ser fecunda, carece de contemplação; quando esta atinge certo grau de intensidade, difunde sobre a primeira algum tanto do seu excedente e, por meio dela, a alma vai haurir diretamente no coração de Deus as graças que a ação se encarrega de distribuir.
Por isso é que, fundindo-se, na alma de um santo, a ação e a contemplação, em harmonia perfeita, ambas dão à vida dele unidade maravilhosa. Tal, por exemplo, São Bernardo, o homem mais contemplativo e ao mesmo tempo mais ativo do seu século, e de quem faz esta admirável pintura um dos seus contemporâneos: a contemplação e a ação harmonizavam-se nele a ponto tal que este santo a um tempo parecia inteiramente dedicado às obras exteriores e inteiramente absorvido na presença e no amor do seu Deus. Comentando este texto da Sagrada Escritura: Pone me ut signáculum super cor tuum, ut signáculum super bráchium tuum, o padre Saint-Jure descreve admiravelmente as mútuas relações entre as duas vidas. Vamos resumir as suas reflexões:
O coração significa a vida interior contemplativa. O braço, a vida exterior, ativa.
O texto sagrado fala do coração e do braço para mostrar que as duas vidas se podem aliar e harmonizar perfeitamente na mesma.
O coração é indicado em primeiro lugar, porque é um órgão sobremaneira mais nobre e necessário que o braço. Da mesma forma, a contemplação é muito mais excelente e mais perfeita e merece muito mais estima que a ação.
Dia e noite, o coração palpita. Um só instante que este órgão essencial parasse, logo a morte sobreviria. O braço, parte apenas integrante do corpo humano, esse somente se move por intervalos. Do mesmo  modo, devemos algumas vezes dar tréguas a nossos trabalhos exteriores; mas, ao invés, nunca devemos afrouxar na nossa aplicação às coisas espirituais.
O coração dá vida e força ao braço por meio do sangue que lhe envia e, sem este, o braço se dessecaria. Da mesma forma, a vida contemplativa, vida de união a Deus, graças às luzes e à perpétua assistência que a alma recebe desta intimidade, vivifica as ocupações exteriores; só ela é capaz de lhes comunicar simultaneamente o caráter sobrenatural e a real utilidade. Sem ela, tudo fica entanguido, estéril, cheio de imperfeições.

21 de fevereiro de 2020

O Meu Céu é Sorrir - Santa Teresinha

Que me importa, Senhor, se é sombrio o futuro! Suplicar-te por amanhã, oh! eu me sinto impotente... Cobre-me com tua sombra, conserva meu coração puro, por hoje somente!
Meu céu é sorrir a esse Deus que eu adoro quando ele quer se esconder para provar-me a fé; enfim, sorrir, esperando que ele ainda me olhe, eis o Céu para mim!

20 de fevereiro de 2020

18 de fevereiro de 2020

Feliz por Ter Necessidade de Deus - Santa Teresinha

Oh! como sou feliz por ver-me imperfeita e por ter necessidade da misericórdia de Deus no momento da morte.

17 de fevereiro de 2020

Alegria e Paz - Santa Teresinha

Minha paz está, no meu pranto, em escondê-lo de minhas irmãs. Oh! como a dor tem encantos, quando se disfarça sob flores louçãs! Eu quero sofrer sem dizê-lo, para Jesus ser consolado, minha alegria é vê-lo sorrir estando meu coração exilado.
Minha paz é lutar sem descanso para gerar almas para os céus, é com ternura repetir tanto a meu doce Jesus e meu Deus: "Por ti, meu divino Irmãozinho, sou feliz de sofrer e amar! Minha única alegria no exílio é de poder te alegrar.

15 de fevereiro de 2020

Imolação Cotidiana - Santa Teresinha

Jesus, minha vinda sagrada, tu o sabes, meu divino Rei, eu sou teu cacho de uva dourada e por ti desaparecerei.
Sob o lagar do sofrimento meu amor vou te provar, não quero outro contentamento que o de cada dia me imolar.

14 de fevereiro de 2020

Como Poderei ser Feliz sem Sofrer? - Santa Teresinha

Se pudesse, por uns instantes, ler na minha alma, ficaria surpreso! O pensamento da felicidade celeste, não só não me causa nenhuma alegria, mas até me pergunto, às vezes, como me será possível ser feliz sem sofrer. Jesus, sem dúvida, mudará a minha natureza, de outro modo ficaria saudosa do sofrimento e do vale de lágrimas... Só o pensamento de cumprir a vontade do Senhor é o que faz toda a minha alegria.

13 de fevereiro de 2020

A Alegria no Coração - Santa Teresinha

Há almas nesta  terra, enfim, que buscam a felicidade em vão, mas, é justo o contrário para mim, a alegria habita em meu coração.
Sim, minha alegria é amar o sofrimento eu sorrio mesmo lágrimas vertendo, pois aceito com agradecimento os espinhos que entre rosas vou colhendo.
Minha paz é a vontade santa de Jesus, meu único amor: eu amo tanto a noite como o dia assim eu vivo sem nenhum temor.
Se for, Senhor, vosso desejo muito tempo quero ainda viver; ou no Céu seguir-vos eu almejo se com isso vos fizer prazer.
O amor, fogo celeste e forte, me consome sempre, sem cessar: que me importa a vida ou a morte? Minha felicidade é de vos amar!...

12 de fevereiro de 2020

A Alegria de Não Ter Alegria - Santa Teresinha

Se soubesse quanto é grande a minha alegria de não ter nenhuma alegria, para dar prazer a Jesus!... É uma alegria puríssima, mas não sentida.

11 de fevereiro de 2020

Não Delírio, mas Paz - Santa Teresinha

Então, no transporte de minha delirante alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, minha vocação, encontrei-a afinal: MINHA VOCAÇÃO É O AMOR!...
Por que falar de alegria delirante? Não, a expressão não é bem adequada. É antes a paz calma e tranquila do navegante, tão logo percebe o farol do amor, sei como achegar-me a ti. Descobri o segredo de apossar-me de tua chama.

10 de fevereiro de 2020

Faz-me Bem ter Sido Má - Santa Teresinha

Estou contente por ter visto a minha imperfeição. Ah! como me faz bem ter sido má! Não ralhou com sua filhinha e contudo ela merecia-o; mas a sua filhinha está habituada a isso, a sua doçura fala-lhe mais do que as palavras severas. Foi para ela a imagem da misericórdia do Bom Deus.
Sito-me muito mais feliz por ter sido imperfeita do que se, sustentada pela graça, tivesse sido um modelo de doçura...

8 de fevereiro de 2020

Somente o Céu Gozará dessa Alegria - Santa Teresinha

Amanhã ela será esposa de Jesus, DAQUELE cujo rosto estava escondido e que ninguém reconheceu! Que aliança e que futuro!... Sim, sinto-o, as minhas núpcias estarão cercadas de anjos, só o Céu se alegrará e também a esposinha e as suas irmãs queridas.

7 de fevereiro de 2020

Somente o Céu Gozará dessa Alegria - Santa Teresinha

Desejava muito que as velas do Menino Jesus estivessem acesas quando eu fosse para o capítulo. Quer fazer isso? Peço-lhe que não se esqueça... Não coloquei as velas cor de rosa novas, porque essas falam mais à minha alma. Começaram a arder no dia da minha Tomada de Hábito, estavam então mais rosadas e frescas: o Papai, que mas havia dado, estava presente e tudo era alegria! Mas agora a cor de rosa desapareceu... Há ainda para a sua Rainhazinha alegrias cor de rosa na terra?...
Oh! não, não há na terra para ela senão alegrias celestes...
Compreende a sua filhinha?...
Amanhã ela será a esposa de Jesus.

6 de fevereiro de 2020

Finalmente "Para Sempre" - Santa Teresinha

No Carmelo tudo me parecia encantador, cria-me transportada a um deserto, sobretudo nossa celinha me fascinava, a alegria que eu sentia era calma. Nem a mais leve brisa fazia ondular as águas tranquilas sobre as quais navegava minha barquinha. Nenhuma nuvem toldava meu céu azul... Ah! estava plenamente recompensada de todas as provações... Com que profunda alegria repetia estas palavras: "Estou aqui para sempre, para sempre!..."

5 de fevereiro de 2020

A Verdadeira Alegria está no Íntimo da Alma - Santa Teresinha

Oh! bem o sentia, a alegria não se encontra nos objetos que nos cercam. Encontra-se no mais íntimo da alma. Podemos possuí-la tão bem numa prisão como num palácio. Prova é que no Carmelo sou mais feliz, mesmo entre provações interiores e exteriores, do que era no século cercada das comodidades da vida, mormente dos encantos da casa paterna!

4 de fevereiro de 2020

Gostaria que Fosse Poupada a Dor às Pessoas que Amo - Santa Teresinha

Na terra haverá sempre alguma nuvenzinha, visto a vida não poder passar sem isso e só no Céu a alegria será perfeita, mas desejo que o Bom Deus poupe quanto possível àqueles que amo os sofrimentos inevitáveis na vida, disposta a tomar sobre mim, se for preciso, as provações que ele lhes reserva.

3 de fevereiro de 2020

O Coração Cheio de Nostalgia - Santa Teresinha

Ouvia ruídos ao longe... O murmúrio do vento e até a música indecisa de soldados, cuja sonoridade me chegavam aos ouvidos, melancolizavam suavemente o coração... A terra parecia-me lugar de exílio e eu sonhava com o Céu... A tarde passava rápida, e dentro em pouco era hora de regressar aos Buissonnets. Antes. Antes de partir, porém, tomava lanche trazido no meu cestinho. Mudara de aspecto a bela fatia de pão com geleia que me tínheis preparado. Em lugar da cor viva, já não via senão uma ligeira mancha cor de rosa, toda ressequida e amarfanhada... Então a terra me parecia que só no Céu a alegria será sem nuvens...

1 de fevereiro de 2020

Como um Mendigo - Santa Teresinha

Jesus encantava as almas fracas com as suas divinas palavras. Procurava torná-las fortes para o dia da provação... Mas como foi pequeno o número dos amigos de Nosso Senhor quando ele se calava diante dos juízes... Oh! que melodia esse silêncio de Jesus para o meu coração... Fez-se pobre a fim de que possamos praticar a caridade para com ele. Estende-nos a mão como um mendigo para que no dia radioso do juízo, quando aparecer na sua glória, possa fazer-nos ouvir estas doces palavras: "Vinde benditos de meu Pai, porque eu tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, não tinha onde dormir e me destes de asilo, estava preso, doente e me socorrestes"