24 de outubro de 2023

FOFOCA - Ela é destrutiva e irresponsável. Também é um pecado!

Caros Amigos e Leitores, Salve Maria!

PROBLEMA
A "Fofoca" é um problema que encontramos dentro da família, com os vizinhos, no ambiente de trabalho, em nosso círculo de amizades e até mesmo nos ambientes religiosos (paróquias e apostolados).

Muitas vezes entendemos que o problema está apenas em quem profere a fofoca, mas quem ouve com gosto também comete o mesmo pecado.

ENTENDIMENTO
No oitavo mandamento proíbe Deus toda a ofensa contra a honra do próximo e toda a falsidade.

A honra (o bom nome) é um bem muito estimável, porque permite ao homem adquirir bens temporais e eternos.

Por isso convém que alcancemos bom nome para com os nossos próximos e procuremos conservá-lo, o que se obtém fazendo as nossas boas obras mesmo diante dos homens e defendendo a nossa honra, quando injustamente a mancham.

Somos, além disso, obrigados a omitir tudo o que ofenda a reputação do próximo: a suspeita e o juízo temerário, a maledicência, a calúnia, a injúria, a aceitação favorável de murmurações contra a honra do próximo.

A calúnia consiste em atribuir ao próximo faltas que ele não cometeu; quando esta denúncia se faz perante a autoridade torna-se uma acusação falsa.

Quem ouve com gosto as palavras que ofendem a honra do próximo comete o mesmo pecado que quem as profere.

Lesar a honra do próximo é um pecado tanto maior quanto maior é o dano que se lhe causa.

Todo aquele que causou dano à reputação do próximo é obrigado severamente a repará-lo, quer pedindo desculpa, quando o fez secretamente, quer por uma retratação, quando o fez publicamente. Aquele que não quer reparar o dano causado à reputação do próximo, não pode obter nem o perdão de Deus, nem a absolvição do sacerdote.

Aquele que julga duramente o próximo será um dia severamente julgado por Deus. Aquele que julga o próximo comete uma injustiça para com Deus, porque se intromete na sua jurisdição. Aquele que destrói a reputação do próximo é muitas vezes castigado severamente por Deus já nesta vida, caindo na desgraça que preparava aos outros. Aquele que tem o hábito de fazer o mal à reputação do próximo está a caminho da condenação eterna.

DICA PARA FUGIR DA FOFOCA
Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.

Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
– O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
– Três peneiras? – indagou o rapaz.
– Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

Arremata Sócrates:
Se passou pelas três peneiras, conte! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.

CONCLUSÃO
A fofoca pode ser um pecado grave.

A "fofoca", em termos técnicos, abrange dois pecados: o da maledicência e o da murmuração.

O primeiro, a maledicência, consiste em revelar os pecados e defeitos de outrem para ferir a sua fama. Pode até ser que o que se fala a respeito do próximo não seja inventado – o que seria uma calúnia –, mas, ainda assim, trata-se de um pecado grave. Ensina Santo Tomás de Aquino que "privar a outrem de sua reputação é muito grave, porque a reputação é o mais precioso entre os bens temporais e, com a sua falta, o homem se acha na impossibilidade de praticar muitos bens". Diz, ainda, o Catecismo da Igreja Católica que "a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade". Por isso, ainda que as pessoas cometam erros e faltas, importa que os cubramos com um véu de caridade, assim como os filhos de Noé cobriram a nudez de seu pai, no Antigo Testamento (cf. Gn 9, 23).

É lícito, quando se tem uma grave razão, revelar as faltas de alguém. É o caso dos políticos, que se submetem à apreciação pública, quando o que fazem afeta o bem comum ou compromete o desempenho do cargo que exercem ou virão a exercer.

O segundo, a murmuração, consiste em revelar os pecados e defeitos de outrem para destruir uma amizade. Por esse fim, Santo Tomás ensina que a murmuração é muito pior que a maledicência, posto que a amizade é um bem muito maior que a boa fama: "Um amigo é o mais precioso entre os bens exteriores". Aqui, novamente, a menos que haja uma razão para salvar o próximo dos malefícios praticados por outrem, está a se falar de um pecado grave.

Portanto, seja para falar, seja para calar, é preciso conduzir-se pela caridade, "que é o vínculo da perfeição" (Cl 3, 14).


Obs: O nosso texto é uma compilação de diversos outros textos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.