5 de abril de 2018

Sermão para a Comemoração das Sete Dores de Nossa Senhora – Pe Daniel P Pinheiro

[Sermão] Amor e dor, resumo do Evangelho

S
Em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Ave Maria…
Um breve sermão para essa singela Comemoração de Nossa Senhora das Dores nessa sexta-feira do tempo da Paixão. Quis a Igreja comemorar as Sete Dores de Nossa Senhora nessa data para mostrar a união das dores de Maria Santíssima com a Redenção operada por Nosso Senhor Jesus Cristo no Calvário. Como no dia quinze de setembro a Festa propriamente de Nossa Senhora das Dores está unida profundamente à Festa da Exaltação da Santa Cruz. As Dores de Nossa Senhora e a Cruz de Cristo não se separam. E dentro disso, caros católicos, devemos considerar, olhar para o Coração de Maria transpassado pela espada. Devemos considerar o Coração de Jesus rodeado de espinhos. Nos dois corações nós vemos amor e dor. Nos dois corações nós vemos o amor a Deus. Nos dois corações, nós vemos o amor aos homens. Nos dois corações, a mais profunda dor para nos salvar, para reparar pelos nossos pecados e para cumprir a vontade divina. Nos dois corações, o resumo do santo Evangelho: amar a Deus e sofrer por Ele, amar a Verdade e sofrer por ela, amar o Bem e sofrer por ele. Nos dois corações, nós podemos ver essa união de corações, de querer e de não querer, que é a mais profunda possível.
Devemos então, considerando esses dois Corações e a união profunda entre eles, unir o nosso coração ao Sagrado Coração de Jesus. Devemos unir o nosso coração ao Imaculado Coração de Maria. Devemos unir o nosso coração no mesmo amor a Deus. Isso não parece, talvez, tão difícil à primeira vista. Como não amar o próprio Amor, que é Deus? Mas o amor, o Coração, não pode ser sem a dor, sem os espinhos, sem a espada. Para unir o nosso coração ao Coração de Nosso Senhor e ao Coração de Nossa Senhora, devo apresentar-me também com alguma dor, como o Sagrado Coração de Jesus está com os espinhos e como o Imaculado Coração de Maria está com a espada. Com que dor, com que sofrimento posso eu me apresentar? Devo apresentar-me com a renúncia a tudo aquilo que me leva ao pecado: as más companhias, os maus lugares, as más diversões, as más atividades… Devo apresentar-me com o sofrimento que Deus me deu para purificar a minha alma. Vou me apresentar com o sofrimento que Ele me der para moldar a minha alma na virtude e no amor a Ele.
Vendo o Coração de Jesus, vendo o Coração de Maria, devo compreender o valor do sofrimento. Não é o sofrimento pelo sofrimento, como já explicamos em outras ocasiões. Podemos, de modo ordenado, procurar uma solução a um sofrimento, quando possível, mas sempre nos conformando com a vontade de Deus, qualquer que seja o resultado. Não é o sofrimento pelo sofrimento. Não é nem somente o sofrimento para reparar pelos nossos pecados, o que é perfeitamente justo e excelente. Mas não é só o sofrimento para reparar pelos nossos pecados… É o sofrimento para purificar nossa alma de apegos desordenados, é o sofrimento para moldar a nossa alma, para que, em última instância, fique somente o amor a Deus e o zelo pela glória de Deus. É o sofrimento para amarmos a Deus. O sofrimento para unir o nosso coração, o meu coração, ao Sagrado Coração de Jesus Cristo, para unir o meu coração ao Coração Imaculado de Maria Santíssima.
Amor e dor, caros católicos, duas simples palavras, mas nelas está a nossa salvação. Nelas está o resumo de todo o Evangelho. Nessas duas palavras está o resumo de toda imitação a Nosso Senhor Jesus Cristo e a Nossa Senhora. Amor e dor: amor a Deus, dor por amor a Deus.
Em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

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