A PENITÊNCIA DO REI
Numa noite de outono de 1804 um peregrino, humildemente vestido, batia à porta do convento beneditino de Ossiach. Fingiu-se mudo e por sinais pediu que o admitissem naquele mosteiro como criado. Foi realmente recebido pelo santo abade Frencho e passou oito anos sem falar, desempenhando os mais humildes serviços e fazendo rigorosas penitências.
A hora da morte deu-se a conhecer aos monges, dizendo: “Eu sou Boleslau, rei da Polônia, que entre outros grandes pecados cometi o de dar morte ao santo bispo de Cracóvia, Estanislao a quem eu mesmo assassinei junto ao altar, por ter ele censurado meus cruéis desmandos. O Papa Gregório VII excomungou-me. Depois, arrependido de minhas culpas, fui a Roma em busca do perdão. Lá me confessei e fui absolvido; e, para melhor expiar os meus enormes crimes, passei estes anos fazendo penitências”.
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