Fontes:
- Explicações sobre as partes da Missa: "Curso de Liturgia" - Pe.Reus;
- Citações: "Suma Teológica", de Santo Tomás de Aquino; e "Missal Quotidiano e Vesperal", de Dom Gaspar Lefebvre;
A Oração (Coleta = collectio, collecta). Depois de ter recebido de Jesus Cristo a paz pelo ósculo do altar, o celebrante comunica-a ao povo, dizendo: Dominus vobiscum (o bispo diz: A paz seja convosco), saudação esta que se repete 7 vezes durante o sacrifício. O povo deseja-lhe a mesma graça. Assim o celebrante, com o coração cheio de confiança, convida para a oração comum: Oremus. O nome oficial da prece que se segue é oração. Mas chamam-na também coleta. Historicamente a coleta significava 1) em Roma a reunião dos fiéis (Collectio fidelium) na igreja, de que saía a procissão nos dias da estação; 2) a oração que o celebrante rezava pelos fiéis unidos (Oratio super plebem collectam); 3) misticamente explica-se a coleta pelo ofício que tem o sacerdote de recolher (colligit) as orações dos fiéis e de oferecê-las reunidas (collectas) a Deus. (Collectio orationum); 4) nas novas rubricas a coleta significa a oração imperada pelo bispo.
Índole da oração: A oração (coleta) tem o caráter de declaração e petição. É uma declaração, pois que exprime os sentimentos de gratidão pelos benefícios outorgados à Igreja, ou ao santo festejado. É petição, porque pede novas graças. É composta pela Igreja.
A oração da missa do Sagrado Coração de Jesus mostra estes elementos. “Deus que vos dignais dispensar-nos misericordiosamente pelo Coração de Vosso Filho ferido pelos nossos pecados os infinitos tesouros do Vosso amor; concedei-nos, Vo-lo suplicamos que tributando-Lhe o devoto obséquio da nossa piedade, Lhe ofereçamos também o dever de condigna satisfação."
É uma declaração dos sentimentos de gratidão pela misericórdia e os tesouros celestiais do divino Coração dispensados aos homens. É petição, porque pede as graças de amor e reparação, próprias desta festa.
Em Roma, até ao século XII-XIII, a missa tinha uma oração, em outros lugares 2-5. Alegava-se, como motivo do número 5, a significação do número ímpar em geral, considerado como número de perfeição, como número puro e santo, por não ser divisível e não admitir dualidade. No cristianismo encerra os mistérios mais profundos e amáveis. O número 3 lembra o inefável mistério da SS. Trindade, o Deus trino, o número cinco as santas chagas de Jesus Cristo, o Deus encarnado e Redentor; o número 7 os dons do Espírito Santo, o Deus Santificador e as sete petições do Padre Nosso, que compreendem tôdas as necessidades humanas. Por isso, a Igreja, na missa, não admite mais de 7 orações e prescreve, como regra geral, o número ímpar de orações nas missas de rito inferior a duplex.
“O sacerdote se volta cinco vezes para os fiéis, para simbolizar que o Senhor, no dia da ressurreição, se manifestou cinco vezes. Ele saúda sete vezes o povo. Cinco vezes o faz de frente, duas vezes de costas, quando antes do prefácio diz: “Dominus vobiscum” (“O Senhor esteja convosco”) e quando diz: “Pax Domini sit semper vobiscum” (“A paz do Senhor esteja sempre consvoco”). Com isto, quer significar os sete dons do Espírito Santo. O Bispo, porém, quando celebra nos dias de festa, diz na primeira saudação: “Pax vobis” (“A paz esteja convosco”), como ,depois da ressurreição, fez o Senhor, a quem ele representa” (Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, III, q.83, a.5 ad6).
Nenhum comentário:
Postar um comentário