A MISSA DE SÃO PIO V EXPLICADA
Fontes: - Explicações sobre as partes da Missa: "Curso de Liturgia" - Pe.Reus; - Citações: "Suma Teológica", de Santo Tomás de Aquino; e "Missal Quotidiano e Vesperal", de Dom Gaspar Lefebvre;
PARTE IV - OFERTÓRIO
“Assim, portanto, o povo, preparado e instruído, aproxima-se da celebração do mistério. Este é oferecido enquanto sacrifício, consagrado e consumido enquanto sacramento. Com efeito, em primeiro lugar, realiza-se a oblação; em segundo, a consagração da matéria oferecida; em terceiro, a sua recepção. Dois atos acompanham a oblação, a saber o louvor do povo no canto do “offertorii” (“ofertório”), pelo qual se simboliza a alegria dos oferentes; e a “oratio” (“oração”) do sacerdote, que pede que a oferenda dos fiéis seja aceita por Deus. Daí, Davi dizer: “quanto a mim, foi na retidão do meu coração que ofereci voluntariamente tudo isto, e agora vejo com alegria teu povo, aqui presente, fazer-te essas ofertas espontâneas” (I Cr, 18); e em seguida reza dizendo: “Senhor Deus, conserva as disposições do coração de teu povo” (Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, III, q,83, a.4).
[Cristo institui a Santíssima Eucaristia] “sob as espécies de pão e vinho, como é evidente no Evangelho. Portanto, pão e vinho são a matéria necessária a este sacramento. E é muito razoável que o seja: 1º. Quanto ao uso deste sacramento que é a modo de comida. Pois, como no sacramento do Batismo se usa água para a ablução espiritual, porque a ablução corporal se realiza normalmente com água, assim na Eucaristia se usa para alimento espiritual pão e vinho, que são os alimentos habituais do homem. 2º. Quanto à paixão de Cristo, na qual o Sangue se separou do Corpo. Por isso, neste sacramento, que é memorial da paixão do Senhor, tomam-se separadamente o pão como sacramento do Corpo, e o vinho como sacramento do Sangue. 3º. Quanto ao efeito considerado em cada um dos que se alimentam do Pão e do Vinho eucarístico. Como diz Ambrósio, este sacramento “vale para a conservação do corpo e da alma” e por isso “a Carne de Cristo” sob a espécie de pão “é oferecida para a salvação do corpo, e o sangue sob a espécie de vinho para a salvação da alma”, já que a Escritura diz que “a alma” do animal “está no sangue”. 4º. Quanto ao efeito com relação a toda a Igreja que se constitui de muitos fiéis, como “se elabora o pão dos muitos grãos e o vinho provém das muitas uvas”, diz a Glosa, comentando texto da primeira Carta aos Coríntios, “Nós, os numerosos, somos um só corpo, etc.” (I Cor X, 17)” (Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, q.74, a.1).
A missa dos catecúmenos é a preparação para a segunda parte da missa, a mais importante, a missa chamada dos fiéis, porque os catecúmenos eram despedidos antes do início do sacrifício incruento e ficavam só os fiéis. Nela o celebrante fala raras vezes em voz alta e guarda silêncio místico, dirigindo-se de preferência à Majestade divina. A missa dos fiéis começa pelo ofertório. A palavra "ofertório" tem três sentidos: Primeiro significa o oferecimento das oblatas, que o povo fazia antigamente; segundo, todas as cerimônias e orações desde o Oremus até ao prefácio; terceiro, a antífona (Bened. XIV). O celebrante dirige-se ao povo com a saudação: Dominus vobiscum, e logo convida a orar: Oremus. Mas não se segue a oração. Antigamente neste lugar os fiéis faziam orações pelas várias necessidades da igreja à maneira das orações da sexta-feira santa, as quais, porém, depois se omitiram. Se, apesar disso, a Igreja mantém o Oremus no seu lugar, tem ótimas razões, indicadas já por antigos liturgistas. O ofertório na sua totalidade é uma oração ou por palavras ou por ações sacrificais. Pelo Oremus a Igreja convida os fiéis 1) a unirem-se, rezando e acompanhando as ações litúrgicas, ao celebrante, que reza e atua em nome do povo; 2) a rezarem por si, a fim de crerem a fé professada no símbolo e serem constantes nela; 3) a oferecerem-se em holocausto. (Durandus I V, c. 27, II. 7.)
Segue-se o ofertório, uma antífona que resta do antigo salmo, cantado durante as oblações do povo. Pois na antiguidade a contribuição para o sacrifício não estava entregue ao arbítrio dos fiéis, mas era dever inculcado com insistência. Além do pão e do vinho deviam oferecer outros objetos indispensáveis ao culto e à sustentação do clero e dos pobres. A partir do século XII as oblações, que consistiam em objetos, foram substituídas por ofertas em dinheiro. Uma lembrança do antigo uso é a oblação das velas nas ordenações do clero, e de esmolas postas numa mesa perto do altar, por ocasião das missas de réquie.
Porque o recebimento das ofertas levava muito tempo, também o canto do salmo devia-se prolongar. É esta a razão por que na missa de réquie, que guardou o caráter antigo, o ofertório é tão grande.
As oferendas visíveis dos fiéis significam a oblação invisível espiritual de si mesmos, que é indispensável para tornar-lhes frutuosa a assistência ao santo sacrifício.
O pão oferecido (oblata, mais tarde hostia, por ser destinada à consagração) a partir do século VIII exclusivamente é pão ázimo na Igreja ocidental. Antes deste tempo em geral era pão comum, feito, porém, de trigo e preparado de modo especial. O sínodo de Toledo (693) repreendeu os sacerdotes que usavam para a missa o seu pão comum, mas não diz que é matéria inválida. Com o uso do pão ázimo originou-se o uso das hóstias grandes e das pequenas em forma de moeda. A preparação do pão eucarístico outrora era reservada aos clérigos.
I. Antífona
A antífona muda conforme o ano eclesiástico ou a festa. Especial menção merece o ofertório da missa de réquie. As palavras: inferno, tártaro, lago profundo, Bento XIV (de sacrif. 1. 2. c. 9) entende-as como referindo-se ao purgatório. Belarmino e outros as entendem como referindo-se ao inferno, e dizem que a igreja se transporta para junto do moribundo, pedindo a Deus que não o deixe cair no inferno. Em todo o caso, este ofertório não contém nada de menos exato.
*Exemplo de antífona de Ofertório, da Missa em honra do Sagrado Coração de Jesus:
“(Sl LXVIII, 21) O meu coração aceitou a desgraça e o vitupério, na esperança de quem se condoesse de mim. Mas de-balde procurei quem me aliviasse”.
“(Sl XXXIX, 7-9) Não me pediste um holocausto pelo pecado. Então disse eu: aqui estou. No princípio do livro está escrito de mim que devo fazer a vossa vontade. Meu Deus, assim o quis, e tenho a vossa lei no meio do meu Coração, aleluia” (Tempo Pascal).
II. Oblação do pão
O oferecimento dos elementos para o sacrifício. O rito romano antigo antes do cânon tinha só uma oração, a secreta. A partir do século ÍX, devido à devoção privada, aparecem no ofertório muitas orações especiais. As orações prescritas no rito atual com os gestos respectivos remontam ao século IX-XI. Formam o chamado cânon menor, abrangendo desde Suscipe até Suscipe Sancta Trinitas. As palavras das orações do cânon menor se referem textualmente aos elementos materiais: pão e vinho. Mas atribuem-se-Ihes qualidades e efeitos (pro nostra totiusque mundi salute) que só convém propriamente ao sacrifício eucarístico, as quais qualidades se afirmam antecipadamente dos elementos materiais, i. é, do pão e do vinho.
O Suscipe. O celebrante toma na mão a patena com a hóstia e, cheio de confiança, levanta os olhos para a Majestade divina, representada visivelmente pela cruz e logo abaixando-os humildemente, reza o Suscipe. Depois traça com a patena e a hóstia uma cruz sôbre o altar, quase exatamente sobre a cruz feita na consagração do altar, e coloca a hóstia nesta cruz, preparando por assim dizer a imolação da Santa Vítima. (Cf. Durandus IV c. 29 n. 3; 17.) A patena põe-se sob a extremidade do corporal. Na missa solene o subdiácono a conserva envolvida no véu de ombros. Remonta este rito ao costume antigo de reservar uma hóstia consagrada para ser deitada no cálix no dia seguinte. No princípio da missa um acólito punha a sagrada hóstia no altar e a tirava ao ofertório para maior comodidade dos ministros. Assim se explica a reverência que se tem ao guardar a patena.
Misticamente a patena escondida debaixo do corporal significa os discípulos que fugiram na paixão de Cristo. A parte da patena não escondida significa a Virgem Santíssima que não fugiu. (I Durandus IV c. 30 n. 29.)
Súscipe, sancte Pater, omnípotens ætérne Deus, hanc immaculátam hóstiam, quam ego indígnus fámulus tuus óffero tibi, Deo meo, vivo et vero, pro innumerabílibus peccátis, et offensiónibus, et negligéntiis meis, et pro ómnibus circumstántibus, sed et pro ómnibus fidélibus christiánis vivis atque defúnctis: ut mihi, et illis profíciat ad salútem in vitam ætérnam. Amen.
Recebei, Pai santo, Deus omnipotente e eterno, esta hóstia imaculada, que eu, vosso indigno servo, Vos ofereço a Vós, meu Deus vivo e verdadeiro, pelos meus inumeráveis pecados, ofensas e negligências, por todos os que estão aqui presentes e por todos os fiéis, vivos e defuntos, para que tanto a mim como a eles aproveita para a salvação e vida eterna. Ámen.
III. Bênção da água e mistura ao vinho
Ao vinho junta-se a água. O vinho simboliza a divindade, a água a humanidade. A mistura dos dois elementos significa o mistério da incarnação, o mistério do Corpo Místico de Jesus Cristo e a íntima união com Ele na s.comunhão. A água simboliza também a água que saiu do Sagrado Coração trespassado do Senhor. A água benze-se antes de ser misturada com o vinho, porque significa o povo, que neste mundo não pode ser sem pecado. (Durandus I. c.n. 21.) Não se benze na missa de réquie, porque esta missa se diz principalmente pelas almas, que já não podem pecar e não precisam desta bênção. A oração Deus qui é da Liturgia do natal do século IV. (Leonianum.)
Deus, qui humánæ substántiæ dignitátem mirabíliter condidísti et mirabílius reformásti: da nobis, per hujus aquæ et vini mystérium, ejus divinitátis esse consórtes, qui humanitátis nostræ fíeri dignátus est párticeps, Jesus Christus Fílius tuus, Dóminus noster: Qui tecum vivit et regnat in unitáte Spiritus Sancti Deus: per ómnia sáecula sæculórum. Amen.
Ó Deus, que de modo maravilhoso criastes em sua dignidade a natureza humana e de modo mais maravilhoso ainda a reformastes, concedei-nos, pelo mistério desta água e vinho, sejamos participantes da divindade d’Aquele que se dignou partilhar da nossa humanidade, Jesus Cristo vosso Filho e Senhor nosso, que, sendo Deus, convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Ámen.
IV. Oblação do cálice
Na oblação do cálix, o celebrante levanta os olhos ao alto e os conserva nesta posição em sinal de confiança e porque a última palavra ascendat exige êste gesto. (Cf. n.° 698.) Na missa solene o diácono sustenta o braço do celebrante ou o pé do cálix, porque antigamente era o diácono que punha o cálix no altar, rezando ele ou o celebrante Offerimus. Outros alegam o peso do grande cálix, outrora em uso. Mas nas antigas fontes não se acha esta explicação.
Offérimus tibi, Dómine, cálicem salutáris, tuam deprecántes cleméntiam: ut in conspéctu divínæ majestátis tuæ, pro nostra et totíus mundi salúte, cum odóre suavitátis ascéndat. Amen.
Nós Vos oferecemos, Senhor, o cálix da salvação, e da vossa clemência imploramos que ele se eleve até à presença da vossa divina majestade, qual suave odor, para salvação nossa e de todo o mundo. Ámen.
V. Invocação
A oração In Spiritu humilitatis lembra o forno ardente (Dan 3, 39. 40), em que, como num altar flamejante, os três jovens, com as mesmas palavras, ofereceram o seu próprio coração humilde e contrito em holocausto. Assim o celebrante e os fiéis, representados nos elementos materiais, destinados ao sacrifício, oferecem ao Pai celeste as suas orações, a sua vontade em holocausto nas chamas da caridade. E logo se levantando, num gesto de desejo ardente, com as mãos e os olhos ao alto, o celebrante pede ao Espírito Santo (Veni Sanctificator), ao fogo divino, que desça sobre o sacrifício e que o prepare pela sua bênção para a consagração.
In spíritu humilitátis et in ánimo contríto suscipiámur a te, Dómine: et sic fiat sacrifícium nostrum in conspéctu tuo hódie, ut pláceat tibi, Dómine Deus.
Veni, Sanctificátor, omnípotens ætérne Deus: et bénedic hoc sacrifícium, tuo sancto nómini præparátum.
Com o espírito humilhado e coração contrito, sejamos por Vós acolhidos, Senhor; e que este nosso sacrifício se realize hoje na vossa presença por forma a merecer o vosso agrado, Senhor nosso Deus.
Vinde, Santificador, Deus omnipotente e eterno, e abençoai este sacrifício preparado para o vosso santo nome.
VI. Incensação
“Ocorrem aqui duas razões. 1ª. Manifestar o respeito devido a este sacramento, a saber o bom odor afasta qualquer mau cheiro corporal que haja no recinto, o que poderia provocar mal-estar.2ª. Simbolizar o efeito da graça, da qual Cristo estava repleto, como de um bom odor, segundo o dito da Escritura: “Oh! O odor de meu filho é como o odor de um campo fecundo” (Gn XXVII, 27). De Cristo, a graça derrama-se sobre os fiéis pelo ministério dos celebrantes, como diz Paulo: “Por meio de nós, espalha em todo lugar o perfume do seu conhecimento” (II Cor II, 14). Daí se segue que, depois de incensar-se de todos os lados o altar, símbolo de Cristo, se incensam todos segundo a ordem” (Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, III, q.83, a.5 ad 2).
A incensação. Na missa solene segue-se a incensação, a qual se faz desde o século IX. O incenso como que envolve as oblatas num fogo visível, santificando-as e tornando-as aceitáveis a divina Majestade, e depois comunica a mesma santidade ao altar e a todos os fiéis, enquanto são capazes de recebê-la. O celebrante explicitamente pede: "Acenda em nós o Senhor o fogo do seu amor e a chama da sua caridade." E como que para mostrar que esta súplica tem efeito, o diácono, pela incensação, comunica-lhe e depois aos fiéis o amor e a caridade divinas.
A oração Per intercessionem pedindo a São Miguel a sua poderosa intercessão junto ao trono de Deus, encontra-se nos missais dos séculos XI-XII, com o nome de São Miguel, e muitas vezes também o de São Gabriel.
*A fórmula de bênção do incenso é: “Pela intercessão do bem-aventurado Arcanjo São Miguel, que está à direita do altar do incenso, e de todos os seus eleitos, digne-se o Senhor abençoar este incenso e recebê-lo qual suave perfume. Por Jesus Cristo Senhor nosso. Amém”.
VII. Ablução das mãos
“A ablução das mãos se faz na celebração da missa por respeito devido ao sacramento. E isso por duas razões: 1ª. Costumamos lavar as mãos para tocar em coisas preciosas. Daí se segue parecer indecoroso que alguém se aproxime de tão grande sacramento com as mãos sujas, mesmo no sentido corporal. 2ª. Há uma razão simbólica. Porque, como ensina Dionísio, a ablução das extremidades simboliza a purificação até dos menores pecados, conforme diz o Evangelho de João: “Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar senão os pés”. E tal purificação é exigida de quem se aproxima deste sacramento. É o que significa a confissão que antecede o intróito da missa. E isso mesmo significava a ablução dos sacerdotes na Antiga Aliança, como observa Dionísio na mesma passagem” (Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, III, q.83, a.5 ad 1).
Segue a ablução das mãos, a qual é necessária depois da incensação; outrora era necessária principalmente depois de receber as ofertas do povo. Na missa privada é cerimônia simbólica. Pois a rubrica exige a ablução só das pontas de 2 dedos, para indicar que se devem evitar também as faltas insignificantes no serviço de Deus. Reza-se o salmo 25: Lavarei as minhas mãos.
LAVABO inter innocéntes manus meas: et circúmdabo altáre tuum, Dómine. Ut áudiam vocem laudis, et enárrem univérsa mirabília tua. Dómine, diléxi decórem domus tua, et locum habitatiónis glóriæ tuæ. Ne perdas cum ímpiis, Deus, ánimam meam, et cum viris sánguinum vitam meam: In quorum mánibus iniquitátes sunt: déxtera eórum repléta est munéribus. Ego autem in innocéntia mea ingréssus sum: rédime me, et miserére mei. Pes meus stetit in dirécto: in ecclésiis benedícam te, Dómine. Glória Patri, et Fílio, et Spirítui Sancto. Sicut erat in princípio, et nunc, et semper: et in sáecula sæculórum. Amen.
Lavo na inocência as minhas mãos, e acerco-me, Senhor, do vosso altar, Para fazer ouvir os vossos louvores, e apregoar todas as vossas maravilhas. Amo, Senhor, a beleza da vossa casa, e o lugar em que repousa a vossa glória Não deixeis, ó Deus, que minha alma se perca com os pecadores, nem a minha vida com os homens sanguinários; Eles que têm as mãos manchadas de iniqüidade, e a dextra de peitas repleta. Eu, pelo contrário, conduzo-me pelas sendas da inocência; livrai-me, Senhor, e compadecei-Vos de mim. Os meus pés andam pelo caminho da retidão; nas assembléias Vos bendirei, Senhor. Glória ao Pai (...).
VIII. Oferecimento à Santíssima Trindade
O Suscipe Sancta Trinitas. Depois de voltar ao meio do altar, o celebrante, lançando para a cruz um olhar de confiança, humildemente inclinado, principia a oração Suscipe, que pelo miúdo enumera os vários fins do s. sacrifício: a glorificação do divino Redentor, de Maria Santíssima e dos santos, mormente dos santos cujas relíquias estão no altar (istorum) e a salvação das almas.
Súscipe, sancta Trínitas, hanc oblatiónem, quam tibi offérimus ob memóriam passiónis, resurrectiónis, et ascensiónis Jesu Christi, Dómini nostri, et in honórem beátæ Maríæ semper Vírginis, et beáti Joannis Baptistæ, et sanctórum apostolórum Petri et Pauli, et istórum, et ómnium sanctórum: ut illis profíciat ad honórem, nobis autem ad salútem: et illi pro nobis intercédere dignéntur in cælis, quorum memóriam ágimus in terris. Per eúmdem Christum Dóminum nostrum. Amen.
Recebei, Trindade Santa, esta oblação, que Vos oferecemos em memória da Paixão, Ressurreição e Ascensão de Jesus Cristo nosso Senhor, e em honra da bem-aventurada sempre Virgem Maria, de S.João Batista, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, destes (cujas relíquias aqui estão) e de todos os Santos; seja para honra deles e salvação nossa, e por nós se dignem intereceder no céu aqueles cuja memória celebramos na terra. Pelo mesmo Jesus Cristo Senhor nosso. Ámen.
IX. Secreta
A Secreta. Com as palavras Orate fratres, outrora dirigidas só ao clero, o celebrante convida os fiéis a rezar por ele e com ele, lembrando que a missa é também o sacrifício deles (meum ac vestrum sacrificium). Sem dizer Oremus, o celebrante acrescenta a secreta, antigamente a única oração no ofertório sobre as oblatas. Uns, seguindo os antigos liturgistas, derivam a secreta de secreto, porque é rezada em voz baixa, a coleta, porém, em voz alta; outros de secerno, separar, porque se reza sôbre os elementos do sacrifício, separados dos destinados a outro fim ou porque se rezava depois de separarem-se os catecúmenos da assembléia litúrgica.
Oráte fratres, ut meum ac vestrum sacrifícium acceptábile fiat apud Deum Patrem omnipoténtem. R. Suscípiat Dóminus sacrifícium de mánibus tuis ad laudem, et glóriam nóminis sui, ad utilitátem quoque nostram, totiúsque Ecclésiæ suæ sanctæ.
Orai, irmãos, para que este sacrifício, meu e vosso, seja aceite de Deus Pai omnipotente. R. Receba o Senhor de tuas mãos este sacrifício para louvor e glória do seu nome e para bem nosso e de toda a sua santa Igreja. *Exemplo de Secreta, da Missa em honra do Sagrado Coração de Jesus: “Olhai, Senhor, para o amor inefável do Vosso dileto Filho e fazei que este sacrifício Vos seja agradável e sirva de expiação dos nossos pecados. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo (...)”.
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