9 de outubro de 2009

19.º Domingo depois de Pentecostes: Como um Rei que preparou as núpcias a seu filho.

Salve Maria!

Eis parte da 38ª Homilia sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno - tradução nossa e exclusiva - referente ao Evangelho deste domingo: Mt 22, 1-4.

Lembrai-vos de ter-me frequentemente ouvido falar que, geralmente, no santo Evangelho, a atual Igreja é chamada reino dos céus: a congregação, pois, dos justos, é dita reino dos céus. Por ter o Senhor dito pelo profeta [Isaías]: O céu é a minha sede; e Salomão acrescentado: A alma do justo é sede da sabedoria; e Paulo dito que Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, então claramente deduzimos que, se Deus é sabedoria, e a alma do justo, sede da sabedoria, enquanto o céu é dito sede de Deus, portanto a alma do justo é céu. Daí ser dito pelo Salmista, a respeito dos santos pregadores: Os céus narram a glória de Deus.

Portanto, a Igreja dos justos é o reino dos céus, pois, nada ambicionando na terra os seus corações, por suspirar pelas coisas superiores, neles o Senhor já reina como nos céus. Diz-se, pois: O reino dos céus é semelhante a um rei que preparou as núpcias para o seu filho. Já compreende a vossa caridade quem seja este Rei, pai do Rei filho: sem dúvida, aquele de quem o Salmista falou: Deus, dai o Vosso juízo ao Rei, e a Vossa justiça ao filho do Rei. Aquele que preparou as núpcias ao seu filho. Assim, pois, Deus Pai preparou as núpcias a Deus Seu Filho, quando, no seio da Virgem, juntou-O à humana natureza, quando, do Deus de antes dos séculos, quis fazer homem no fim dos séculos.

Mas, sendo que entre duas pessoas é que sói realizar-se a mesma junção nupcial, é, entretanto, proibido às nossas inteligências crer que, como pessoa divina e humana, o nosso Redentor, Jesus Cristo, tenha sido unido a partir de duas pessoas. Certamente que dessas duas e nessas duas naturezas [divina e humana] dizemos que Ele existe; mas crer que seja composto de duas pessoas, devemos evitá-lo como pecado. Mais claramente, portanto, e mais seguramente pode ser dito que nisto realizou o Pai do Rei as núpcias para o Filho: quando, pelo mistério da encarnação, uniu-o à santa Igreja. O ventre da Virgem Mãe, portanto, foi o leito nupcial. Daí dizer também o Salmista: No sol Ele pôs seu tabernáculo, e, qual esposo saíndo do seu aposento.

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