Encíclica "Sacra virginitas", 25 mar. 1954
Valor do matrimônio e da virgindade
Recentemente tivemos de reprovar com tristeza a opinião dos que chegam a apresentar o casamento como meio único de garantir à personalidade humana o seu desenvolvimento e a sua perfeição natural. Alguns afirmam, de fato, que a graça, comunicada ex opere operato pelo sacramento do matrimônio, santifica o uso do casamento a ponto de o tornar instrumento para unir as almas a Deus mais eficaz que a própria virgindade, porque o matrimônio cristão é um sacramento, mas não (o é) a virgindade.
Denunciamos porém essa doutrina como falsa e nociva. Sem dúvida, o sacramento concede aos esposos a divina graça para cumprirem santamente o dever conjugal, como também reforça os laços do afeto recíproco pelos quais são unidos um ao outro; mas não foi instituído para fazer do uso do matrimônio como que um meio mais apto, em sí, para unir com o próprio Deus a alma dos esposos pelos laços da caridade. Quando o Apóstolo Paulo reconhece aos esposos o direito de se absterem algum tempo do uso do casamento para se entregarem à oração, não é exatamente porque tal renúncia torna mais livre a alma que queira dedicar-se às coisas celestiais e à oração a Deus?
Portanto, não se pode afirmar - como fazem alguns - que "a ajuda mútua" que esposos procuram no matrimônio cristão seja ajuda mais perfeita para conseguir a santidade do que a solidão do coração - como dizem - das virgens e dos célibes. Pois, embora todos os que abraçaram a profissão da perfeita castidade tenham renunciado a tal amor humano, absolutamente não se pode por isso dizer que, por causa dessa renúncia, tenham deixado como diminuída e empobrecida a sua personalidade humana. Com efeito, recebem do Doador dos dons celestes um socorro espiritual imensamente superior a essa "mútua ajuda" prestada pelos cônjuges entre si.
Valor do matrimônio e da virgindade
Recentemente tivemos de reprovar com tristeza a opinião dos que chegam a apresentar o casamento como meio único de garantir à personalidade humana o seu desenvolvimento e a sua perfeição natural. Alguns afirmam, de fato, que a graça, comunicada ex opere operato pelo sacramento do matrimônio, santifica o uso do casamento a ponto de o tornar instrumento para unir as almas a Deus mais eficaz que a própria virgindade, porque o matrimônio cristão é um sacramento, mas não (o é) a virgindade.
Denunciamos porém essa doutrina como falsa e nociva. Sem dúvida, o sacramento concede aos esposos a divina graça para cumprirem santamente o dever conjugal, como também reforça os laços do afeto recíproco pelos quais são unidos um ao outro; mas não foi instituído para fazer do uso do matrimônio como que um meio mais apto, em sí, para unir com o próprio Deus a alma dos esposos pelos laços da caridade. Quando o Apóstolo Paulo reconhece aos esposos o direito de se absterem algum tempo do uso do casamento para se entregarem à oração, não é exatamente porque tal renúncia torna mais livre a alma que queira dedicar-se às coisas celestiais e à oração a Deus?
Portanto, não se pode afirmar - como fazem alguns - que "a ajuda mútua" que esposos procuram no matrimônio cristão seja ajuda mais perfeita para conseguir a santidade do que a solidão do coração - como dizem - das virgens e dos célibes. Pois, embora todos os que abraçaram a profissão da perfeita castidade tenham renunciado a tal amor humano, absolutamente não se pode por isso dizer que, por causa dessa renúncia, tenham deixado como diminuída e empobrecida a sua personalidade humana. Com efeito, recebem do Doador dos dons celestes um socorro espiritual imensamente superior a essa "mútua ajuda" prestada pelos cônjuges entre si.
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