9 de outubro de 2009

"Deixai vir a mim as criancinhas ..." (Mateus, 19, 14) - Parte 17

17) Que é o inferno ?
O inferno é o sofrimento eterno da privação de Deus, nossa felicidade, e do fogo, com todos os outros males, sem nenhum bem.
O quadro reproduz, com expressão dramática, a precipitação surda e desesperada dos condenados nos subterrâneos do inferno, a que os levou a sentença do Divino Juíz: "Apartai-vos de mim, malditos, ide para o fogo eterno" (Mateus, 25,41).
Depois da morte, a alma sente para Deus a mesma atração, que impele o ferro para o polo magnético, mas estando a alma em pecado mortal, Deus a repele para longe de si.
Ficará a alma eternamente separada de Deus, porque não quis servi-lo durante a vida.
O inferno é "o lugar dos tormentos".
Lá se encontram todos os males que possam afligir a criatura: fome, sêde, trevas, sofrimentos os mais atrozes, pranto sem esperança, ódio sem tréguas, desespero o mais horrível. Tudo isto se concentra no inferno.
A pena do fogo torturará tanto a alma como o corpo, sem jamais consumi-los. É fogo real, tenebroso, inteligente, criado pela justa ira de Deus.
A pena mais dolorosa, porém, será a privação de Deus - Sumo Bem - pelo qual a alma anela com nostalgia desesperadora. Esta pena é para o condenado uma eterna morte, que o priva a cada instante e pelos séculos sem fim, da verdadeira vida da alma que é Deus.
E novamente Dante Alighieri, o maior poeta da Itália, vem contar-nos, em seus versos, o sentido trágico da eternidade do inferno, por meio destas palavras que ele encontrou gravadas na entrada do abismo infernal, descrito em seu imortal poema:
No existir, ser nenhum a mim se avança
Não sendo eterno e eu eternal perduro
Deixai, ó vós que entrais toda a esperança!
(Inferno, 3,9).

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