5/15 - A uma senhora - consolações sobre a morte de seu pai.
Ânimo, filha; é preciso que o vosso coração sofra agora a ausência de vosso pai, pois que enfim a divina Providência o chamou para si e tirou-o desta miserável vida mortal, na qual vivemos morrendo e morremos continuamente vivendo.
Quanto a mim, minha querida filha, não quero apresentar-vos outra consolação senão a Jesus Cristo crucificado, cuja vista a vossa fé vos consolará; porque depois da morte do Salvador toda a morte é feliz para os que, como o falecido de que falo, morrem no aprisco e com o socorro da santa Igreja; e todo o que se glorifica na morte de Nosso Senhor nunca se afligirá dos que ele reuniu e recebeu para si.
Tenho costume de dizer a todas as almas que se dirigem a mim, que é preciso elevar o coração para o céu, como diz a Igreja no santo sacrifício. Vivei com pensamentos gloriosos e magníficos, que só dispôs os seus momentos mortais para esta vida eterna.
Este coração, assim elevado generosamente, é sempre humilde porque esta estabelecido na verdade e não na vaidade! É doce e pacífico porque não se importa com o que o pode perturbar. Mas quando eu digo que é doce e pacífico, não quero dizer que não sinta dor, nem sentimentos de aflição. Não, por certo, minha filha, não digo isso; mas digo que os sofrimentos, as penas, as tribulações são acompanhados com uma forte resolução de sofrer por Deus, que toda a amargura, por custosa que seja, esta em paz e tranquilidade.
Além disso esta terrível separação é tanto menos dura que pouco tempo leva e nós não só esperamos mas aspiramos a este repouso no qual esta bela alma esta ou estará em breve. Tomai eu vô-lo peço, de vontade, esta pequena demora que deveis ter na terra e em lugar de multiplicar por ela as nossas lágrimas, lancemo-las ante Nosso Senhor, para que sirva apressar a sua recepção nos braços da divina bondade, se ainda não lhe fez esta graça.
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