25/25 - O amor de submissão pela qual nossa vontade se une ao gosto de Deus; sua prática pela resignação.
Nós não nos conformamos à vontade divina, que se chama de gosto, como a vontade expressa, porque a vontade de gosto ou desejo não precisa da nossa obediência para ser cumprida, porque sempre se cumpre, embora não queiramos. Não obstante, podemos honrá-la e unirmo-nos a ela, submetendo-nos ao que ela ordenar: e quando este amor sagrado é o que nos submete, chama-se amor de submissão. Ora esta união e conformidade ao desejo divino, faz-se ou pela santa resignação, ou pela santa indiferença. A resignação pratica-se por esforço e submissão; quereríamos viver em vez de morrer; no entanto, visto que Deus deseja que morramos, submetemo-nos a isso. Quereríamos viver se agradasse a Deus e quereríamos que agradasse a Deus o vivermos. Morre-se com agrado; mas ainda com mais agrado se viveria. Caminha-se com vontade; mas ainda com mais vontade se pararia. Jó, nas suas angústias, resigna-se: "Se recebemos os bens da mão de Deus, porque não havemos de suportar os trabalhos e penas que Ele nos envia?" Notai que fala em suportar, sofrer e padecer. "Como é do agrado do Senhor, faça-se; seja bendito o nome do Senhor". São palavras de resignação, de sofrimento, de paciência. Esta resignação é agradável a Deus, porque o amor que ela possui, é já grande; mas é muito mais excelente quando desejamos, amamos, e acariciamos os sofrimentos pelo agrado divino de quem procedem. O coração indiferente é como um bolo de cera nas mãos de Deus, para receber todas as formas que lhe queira dar. Se devemos obedecer às sentenças dos tribunais superiores, compostos de juízes corruptíveis, e crer que não as deram sem motivo, embora o não compreendamos, oh! Deus! com que amorosa reverência devemos adorar a equidade da vossa suprema Providência, que é infinita em justiça e bondade! Sem dúvida; bem baixas seriam as razões da Providência celeste se os nossos espíritos se pudessem atingir: seriam menos amáveis na suavidade, menos admiráveis na sua majestade se estivessem menos afastadas da nossa compreensão.
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