II - A única coisa necessária
Há muitos cristãos, meus filhos, que nem sequer sabem porque é que estão no mundo... "Por que foi, ó meu Deus, que me pusestes no mundo? - Para te salvar. - E por que me quereis salvar? - Porque te amo".
Como é belo, como é grande conhecer, amar e servir a Deus! Só isto temos a fazer neste mundo. Tudo o que fazemos fora disto, é tempo perdido. É preciso só agir por Deus, pôr as nossas obras nas mãos dele...
Devemos dizer quando acordamos: "Quero trabalhar hoje para vós, ó meu Deus! Submeter-me-ei a tudo quanto me enviardes, como vindo de vós. Ofereço-me em sacrifício . Mas, meu Deus, eu não posso nada sem vós; ajudai-me!"
Oh! como no momento da morte havemos de lastimar o tempo que houvermos dado aos prazeres,às conversas inúteis, ao descanso, em vez de o termos empregado na mortificação, na oração, nas boas obras, em pensarmos na nossa miséria, em chorarmos os nossos pecados! Então é que veremos nada havermos feito para o céu.
Ó meus filhos, como é triste! Três quartas partes dos cristãos só trabalham em satisfazer esse "cadáver" que vai em breve apodrecer na terra, ao passo que não pensam na sua pobre alma, que deve ser eternamente feliz ou desgraçada. Carecem de espírito e de bom senso: isto faz tremer!
Vede, meus filhos, é preciso refletir que nós temos uma alma a salvar e uma eternidade que nos espera. O mundo, as riquezas, os prazeres, as honras passarão; o céu e o inferno nunca passarão. Tenhamos pois cuidado!
Os santos, nem todos começaram bem, mas todos acabaram bem. Nós começamos mal, e acabemos bem, e nos iremos juntar a eles um dia no céu.
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