XXVI - Eia, ao inimigo.
Não se deve crer que haja algum lugar na terra onde possamos escapar da luta contra o demônio. O encontraremos por toda parte, e por toda parte ele procurará roubar-nos o céu, mas por toda parte e sempre podemos ser vencedores.
Quando julgamos que tudo esta perdido, temos só que gritar: "Senhor, salve-nos, que perecemos !" Porque Nosso Senhor lá esta, bem ao lado de nós, que nos olha com complacência, que sorri e nos diz: "Verdadeiramente tu me amas, reconheço que me amas !..." Com efeito, é nos combates contra o inimigo, e na resistência as tentações, que nós provamos a Deus o nosso amor.
Quantas almas há desconhecidas no mundo e que veremos ricas, um dia, de todas essas vitórias de cada instante! É a essas almas que o bom Deus dirá: "Vinde, benditos de meu Pai... entra na alegria do vosso Senhor... "
Nós ainda não havemos sofrido como os mártires: perguntai-lhes se eles estão incomodados agora... O bom Deus não nos pede tanto... Há uns a quem uma só palavra põe por terra. Uma pequena humilhação faz adernar a barca... Coragem, meus amigos, coragem ! Quando vier o derradeiro dia, haveis de dizer:" Ditosos combates, que me valeram o céu !"
Se marchássemos sempre para a frente como os bons soldados, quando viesse a guerra ou a tentação, elevaríamos o nosso coração à Deus e retomaríamos coragem. Mas ficamos para trás, e dizemos : "Contanto que eu me salve, é só o que me é preciso. Não quero ser um santo". Se não fordes um santo, sereis um réprobo ; não há meio termo; há que ser um ou outro: atente nisto ! Todos os que possuírem o céu um dia, serão santos.
O demônio diverte-nos até o último momento, como a gente diverte um pobre homem enquanto os policiais não o vêm prender. Quando os policiais chegam, ele grita, atormenta-se; mas não o largam só por isso...
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