1 de junho de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 109

PERDOAR AOS INIMIGOS

João Gualberto era homem como outros. Trazia uma espada à cinta e costumava viver metido em brigas e desafios. Tinha um irmão a quem amava com tôda a sua alma. Um dia, porém, um malvado matou o seu irmão. Gualberto conhecia muito bem o assassino, e daquele dia em diante procurava ocasião da varar-lhe o peito com sua espada. Êle o havia jurado e assim o faria.
Era uma Sexta-feira Santa. João Gualberto montou a cavalo e saiu passear pelo campo... Foi andando, até que se meteu num caminho estreito entre penhascos muito altos. Nesse momento vê que vem ao seu encontro um viandante... fixa-o... conhece-o... e, veloz como um raio, salta de seu cavalo. Era o assassino de seu irmão. Ali o tinha diante de si; podia saciar seus desejos de vingança, e grita:
- Canalha! assassino! por Barrabás que agora mesmo morres em minhas mãos
E, desembainhando a espada, lança-se sôbre o outro.
Nesse momento, o assassino, que ia desarmado, prostra-se-lhe aos pés e, com voz angustiosa e com os braços em cruz, dirigi-lhe esta súplica:
- Irmão, hoje é Sexta-feira Santa; por amor de Cristo crucificado, perdoa-me!...
Que se passou então no coração de Gualberto?
Conteve-se; ergueu os olhos ao céu... olhou para a cruz gravada em sua espada... Pensou em Jesus Cristo que do alto da cruz perdoara a seus crucificadores,
- Irmão - disse Gualberto ao assassino - por amor de Jesus Cristo eu te perdôo...
Despediram-se. O assassino afastou-se arrependido e dando graças a Deus. Gualberto entrou numa capela que encontrou no caminho. Ajoelhou-se diante do Cristo que ali estava pregado na cruz. Tirou a espada, suspendeu-a aos pés daquela Vítima divina e jurou aos pés da mesma deixar tudo e enveredar pelo caminho da santidade. E assim fêz. A Igreja comemora-o a 12 de julho.

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