29 de junho de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 137

D. BOSCO CONFESSA UM DEFUNTO

Havia um jovem, chamado Carlos, que só pensava em viver e divertir-se. Mas eis que cai doente, tão doente que o médico lhe dá apenas algumas horas de vida. Quis confessar-se a D. Bosco, que lhe era muito afeiçoado, mas D. Bosco não pôde ir. Confessou-se com outro sacerdote, mas a confissão não foi sincera, pois ocultou faltas graves.
E o jovem morreu... Comunicaram logo a D. Bosco que o seu querido Carlito falecera. Nesse momento uma voz misteriosa parecia segredar a D. Bosco que o infeliz não se confessara bem. Saltou do leito, correu à casa do defunto... Ali estava Carlito imóvel, amarelo, endurecido: ia ser colocado no caixão... D. Bosco ordenou que todos deixassem o aposento; ali só ficaram o santo e o cadáver...
D. Bosco, falando ao ouvido do defunto, disse:
- Carlito!
O rapaz abriu os olhos e fitou-os em seu santo diretor.
- Onde estiveste? - perguntou-lhe o servo de Deus.
- Padre, numa região misteriosa e desconhecida. Vi muitos demônios e todos me queriam arrastar ao inferno. Diziam que tinham direito sôbre mim.
- Filho, é porque não te confessaste bem. Ocultaste um pecado por vergonha, não é verdade?
- Sim, padre; mas agora que declará-lo.
E o rapaz confessou com grande humildade seus pecados e sacrilégios.
- Padre, se não fôra esta grande misericórdia de Deus, eu estaria perdido para sempre.
D. Bosco, erguendo a destra, deu-lhe a absolvição. Recebeu-a o jovem com grande recolhimento e na atitude da mais profunda gratidão. O santo abriu a porta e disse aos que esperavam do lado de fora:
- Podem entrar.
Entraram... e lançaram um grito de surprêsa e de terror. O morto estava sentado na cama. Parentes e amigos caíram de joelhos, mudos de assombro.
D. Bosco inclinou-se e disse ao ouvido do jovem:
- Carlito, agora que estás na graça de Deus, que é que desejas: viver ou morrer?
- Padre, respondeu o rapaz, quero morrer.
Enquanto o santo lhe dava a bênção, Carlito deixava cair a cabeça sôbre o travesseiro, juntava as mãos sôbre o peito, fechava os olhos e... morria.

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