12 de junho de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 120

SOU UM ASSASSINO! SOU UM ASSASSINO!

Dia inesquecível naquele colégio!
Era a festa de Nossa Senhora que se venerava na igreja, e ao mesmo tempo a festa do Padre Diretor. Felicidade, alegria, entusiasmo por tôda parte.
Pela manhã, comunhão geral; às dez, missa soleníssima com sermão; à tarde, esplêndida procissão. Como rezavam! Como cantavam aquêles alunos!
Que dia formoso! Quem pudera imaginar o desenlace trágico que ia ter!
Às seis da tarde haveria representação teatral, em que se levaria ao palco "A morte de Garcia Moreno".
Meia hora antes que soasse a sinêta para aquela festa, dois rapazes de uns quinze anos entraram num quarto contíngio ao cenário. Ali estava sôbre a mesa um revólver. Com êle iam disparar pela janela, quando no palco se representasse a pantomima de disparar o tiro em Garcia Moreno. Um dos rapazes, precisamente o que ia fazer de assassino no palco, toma o revólver e diz ao seu amigo:
- Toma posição... para veres como te vou apontar no palco.
O outro, que ia fazer de Garcia Moreno, a nobre vítima, apruma-se com energia e diz:
- Atira, traidor!
O amigo aperta o gatilho, soa um disparo, sai uma bala e enterra-se na cabeça do desventurado rapaz, que cai redondamente, derramando um rio de sangue pela ferida.
O inocente assassino atira-se sôbre o ferido, lançando gritos de dor.
- Amigo, que fiz? Eu te matei, eu te matei. Foi sem querer. Perdoa-me. Não, amigo, eu não queria te matar... Amigo, levanta-te... não, não morras!
E, tirando o lenço, procurava estancar o sangue. Mas era inútil; o ferido não se movia.
- Amigo (continuava gritando), levanta-te... não morras... não queria matar-te... Perdoa-me.
E pegava-o e levantava-o um pouco, mas não podia com êle. Ensopava-se naquele sangue.
- Morreu (gritava), morreu; matei-o. Sou um assassino! ai! sou um assassino!
Entretanto, os outros alunos estavam nos pátios do colégio, em conversa animada à espera do som da sinêta. De repente ouvem gritos, olham... Lá, no fundo do pátio aparece o rapaz todo cheio de sangue. Levantava os braços e gritava como desesperado, correndo de um lado para outro:
- Matei-o, matei-o! Sou um assassino!
E corria sem rumo nem destino, como um louco.
Por nossos pecados somos também assassinos. Por nossos pecados sofre e morre Jesus. Nossos sacrilégios, impurezas, profanações são os punhais que cravamos no coração de Nosso Senhor. Somos assassinos!
com que grande, imensa, infinita dor deveríamos chegar ao confessionário. Que santa seria então a nossa confissão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.