15 de junho de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 123

BAILANDO COM O DIABO

Uma jovem francesa, que freqüentava as salas de baile, atraída pela fama do santo Cura de Ars, resolveu procurá-lo para se confessar.
Vejamos como ela narrou o seu colóquio com o Santo.
- Lembras-te (disse êle) da última vez que fôste ao baile?... Estava lá um môço que te parecia bonito, e te causou sentimentos de ciúme e de inveja, porque bailava sómente com as outras e não se dignava dirigir-te um olhar sequer?
- É verdade. Lembro-me, sim.
- Lembras-te que, em dado momento, êle retirou-se da sala, deixando-te desiludida, por não se ter dignado dançar contigo nem uma vez?...
- Sim.
- E notaste, então, um pequeno fenômeno: duas como chamazinhas entre as solas dos sapatos dêle e o pavimento da sala, quando se retirou... E não fizeste caso, atribuindo aquilo a uma ilusão de ótica do contraste entre as luzes e a obscuridade da porta de saída... lembras-te disso?
- Sim; lembro-me.
- Pois bem. Aquêle que te parecia um rapaz encantador... que te causou tantos ciúmes... tanta inveja... tanto despeito... Quem era?
- ....
- Aquêle era o diabo. Dançou com aquelas que já lhe pertencem, com aquelas que não tem o menor escrúpulo da impureza... Contigo não quis dançar, porque ainda eras pura, e sabia que virias te confessar...
Ficou impressionadíssima com aquelas revelações do Santo e prometeu que nunca mais iria a um baile.
E tu, jovem leitora, não achas que contigo poderia acontecer...

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