6 de junho de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 114

O CORAÇÃO DE OURO

O moderno e famoso escritor Tihamér Toth narra a seguinte curiosidade.
Havia naquela cidade (não se diz o nome) um senhor cuja fé não devia ser lá muito profunda. Profundo, sim, e ridículo era o conceito que tinha das superstições. A todo o transe havia de levar consigo algum amuleto ou talismã. Pensava que sómente assim podia ser feliz.
Entrou numa joalheria. Pôs-se a contemplar os diferentes talismãs usados pela gente supersticiosa de nossos dias: uma ferradurinha com diamantes... uma estrêla de ouro... um corcundinha... um elefante de marfim... e outros muitos.
Contemplou-os demoradamente aquêle senhor, mas nenhum daqueles objetos lhe agradou. Voltando-se para o joalheiro, disse:
- Não teria um coração de ouro?... Creio que isso seria minha felicidade.
- Não tenho, respondeu o outro. Isso já não se usa... está fora de moda. Talvez noutra casa o senhor encontre.
E o homem percorreu pacientemente uma, duas, três casas... Os amuletos eram muitos e mui variados, mas todos os joalheiros lhe diziam a mesma coisa: O coração de ouro está fora de moda... já passou sua época... E, afinal, quem manda no comércio é a moda!
Desconsolado saía aquêle senhor da última casa. Não encontrara o coração de ouro que lhe poderia trazer a felicidade...
- Amigo, (disse-lhe o dono da última casa, acompanhando-o até à porta), vá a uma casa de antiguidades... talvez lá encontre o coraçãozinho de ouro que procura.
E o homem lá se foi...
Caro leitor, o coraçãozinho de ouro já não se usa... está fora de moda... e, contudo, para sêres feliz e para fazeres felizes aos outros só precisarias disso, que, desgraçadamente, não se encontra: um coração de ouro...
Como seríamos felizes, como viveríamos em paz, se todos levássemos, aqui dentro do peito, um coração de ouro... um coração cheio de caridade para com Deus... e para com o próximo...

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