2 de novembro de 2009

DIES IRÆ




Dia de cólera, o dia
Que tudo em cinzas fará:
Di-lo David e a sibila.
E que terror reinará,
Quando o Juíz aparecer,
A julgar-nos com rigor!
O forte som da trombeta
Entre os jazigos dos mortos,
Junto ao trono os levará!
Todo o mundo há de pasmar,
Ao erguer-se a criatura
P’ra responder ao Juíz!
Um livro será trazido,
Onde está contido tudo,
Para o mundo ser julgado!
Quando o Juíz se sentar,
Tudo será revelado,
Sem nada ficar impune!
Que direi, pobre de mim?!
A que hei de recorrer,
Se o justo está mal seguro?!
Rei tremendo em majestade,
Que por favor nos salvais,
Salvai-me, tende piedade!
Lembrai-Vos, Jesus piedoso,
Que por mim do Céu descestes:
Não me percais nesse dia!
Cansaste-Vos a buscar-me,
E sofrestes, ao remir-me:
Não seja em vão tanta dor!
Justo Juíz do castigo,
Dai-me a graça do perdão,
Antes do dia do juízo!
Gemo e choro, como réu;
Sinto pejo do pecado:
Peço que me perdoeis!
Vós que absolvestes Maria,
E ouvistes o bom ladrão,
Também me destes a esperança!
Não mereço ser ouvido;
Mas vós que sois a clemência,
Livrai-me do fogo eterno!
Colocai-me entre as ovelhas,
Separado dos cabritos,
Pondo-me à vossa direita!
Confundidos os malditos,
E entregues ao fogo eterno,
Chamai-me com os eleitos!
Rogo humilde e suplicante,
De coração feito em cinza,
Que cuides do meu destino!
Dia de prantos, o dia,
Em que do pó se erguerá
O homem, p’ra ser julgado!
Perdoai-lhes, Senhor Deus;
Vós que sois bom, ó Jesus,
Dai-lhes o repouso eterno.
Amén.


Dies iræ, dies illa
Solvet sæclum in favílla:
Teste David cum Sibýlla.
Quantus tremor est futúrus,
Quando judex est ventúrus,
Cuncta stricte discussúrus!
Tuba, mirum spargens sonum
Per sepúlcra regiónum,
Coget omnes ante thronum.
Mors stupébit et natúra,
Cum resúrget creatúra,
Judicánti responsúra.
Liber scriptus proferétur,
In quo totum continétur,
Unde mundus judicétur.
Judex ergo cum sedébit,
Quidquid latet, apparébit:
Nil multum remanébit.
Quid sum miser tunc dictúrus?
Quem patrónum rogatúrus,
Cum vix justus sit secúrus?
Rex treméndæ majestátis,
Qui salvándos salvas gratis,
Salva me, fons pietátis.
Recordáre, Jesu pie,
Quod sum causa tuæ viæ:
Ne me perdas illa die.
Quærens me, sedísti lassus:
Redemísti Crucem passus:
Tantus labor non sit cassus.
Juste judex ultiónis,
Donum fac remissiónis
Ante diem ratiónis.
Ingemísco, tamquam reus:
Culpa rubet vultus meus:
Supplicánti parce, Deus.
Qui Maríam absolvísti,
Et latrónem exaudísti,
Mihi quoque spem dedísti.
Preces meæ non sunt dignæ:
Sed tu bonus fac benígne,
Ne perénni cremer igne.
Inter oves locum præsta,
Et ab hoedis me sequéstra,
Státuens in parte dextra.
Confutátis maledíctis,
Flammis áctibus addíctis:
Voca me cum benedíctis.
Oro supplex et acclínis,
Cor contrítum quasi cinis:
Gere curam mei finis.
Lacrimósa dies illa,
Qua resúrget ex favílla
Judicándus homo reus.
Huic ergo parce, Deus:
Pie Jesu Dómine,
Dona eis réquiem.
Amen.


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