23 de novembro de 2009

Catecismo Romano – Parte 4

CAPÍTULO TERCEIRO

Segundo Artigo do Símbolo

E em Jesus Cristo, um só seu filho, Nosso Senhor

I. A importância deste artigo se deduz: [1] Em crer e professar o presente Artigo, encontra o gênero humano imensas e admiráveis vantagens, consoante o testemunho de São João: "Quem confessa que Jesus Cristo é o filho de Deus, Deus permanece nele, e ele permanece em Deus".(167)

Prova-o também a palavra de Cristo Nosso Senhor, quando proclamava a bem-aventurança do Príncipe dos Apóstolos: "Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas (168), pois não foi a carne nem o sangue que te revelou, mas antes meu Pai que está nos céus". (169)

Realmente, esta fé e esta profissão constituem a base mais sólida para nosso resgate e salvação.

1. Da desgraça do homem decaído [2] Os admiráveis frutos deste Artigo aparecem com maior evidência, se considerarmos como se destruiu o venturoso estado em que Deus colocara os primeiros homens. O pároco fará, pois, todo o possível, para que os fiéis reconheçam nisso, causa das misérias e desgraças que todos nós padecemos.

Adão apartou-se da obediência devida a Deus, quando violou a proibição: "De todas as árvores do Paraíso poderás comer, mas não comas da árvore da ciência do bem e do mal. No dia que dela comeres, morrerás de morte". (170)

Ele caiu logo no maior dos infortúnios, perdendo a santidade e justiça em que fora constituído, ficando sujeito a outros males, conforme ensina mais longamente o Santo Concílio de Trento. (171)

De outro lado, o pároco fará ainda ver que o pecado e seu castigo não se detiveram só na pessoa de Adão; mas que de Adão, como sua fonte e origem, passaram merecidamente para toda a sua posteridade. (172)

2. Da única possibilidade de redenção [3] Uma vez decaído de tão alta dignidade, nada podia levantar o gênero humano e reintegrá-lo no estado primitivo, nem as forças humanas, nem as forças angélicas.

Em vista de tal ruína e desgraça, não restava, pois, outro remédio, senão o infinito poder com que o Filho de Deus, assumindo a fraqueza de nossa carne, devia destruir a infinita malícia do pecado, e pelo seu Sangue reconciliar-nos com Deus.

3. Da promessa de redenção a) no Paraíso [4] Ora, o crer na Redenção e o professá-la sempre foram condições necessárias para a salvação dos homens. Assim Deus o ensinou, desde o início da Revelação.

No mesmo instante que condenava o gênero humano, imediatamente após o pecado, Deus fez nascer a esperança de resgate, pelas [próprias] palavras com que anunciou ao demônio a dura derrota que lhe resultaria da libertação dos homens: "Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua raça e a sua descendência. Esmagará ela a tua cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar". (173)

b) a Abraão Mais tarde, Deus confirmou por muitas vezes a mesma promessa. Fez revelações mais positivas de Seus desígnios, mormente àqueles varões, com os quais queria usar de uma benevolência toda particular. Entre outros, o patriarca Abraão recebeu freqüentes indicações a respeito deste mistério. (174) Na hora, porém, em que ia imolar Isaac, seu filho único por obediência a Deus, Abraão veio a ter revelações mais explícitas.

Deus, com efeito, lhe dissera: "Porque assim procedeste, a ponto de não poupar teu filho único, Eu te abençoarei, e multiplicarei tua descendência como as estrelas do céu, e como a areia que jaz nas praias do mar. Tua geração possuirá as portas (175) de teus inimigos, e em tua raça serão abençoados todos os povos da terra, porque obedeceste à minha voz". (176)

Destas palavras, era fácil reconhecer que, da posteridade de Abraão, nasceria Aquele que havia de livrar todos os homens da horrenda tirania de Satanás, e trazer-lhes a salvação. Ora, [o Libertador prometido] devia ser [também] Filho de Deus, ainda que fosse, como homem, gerado do sangue de Abraão.

c) a Jacó Pouco tempo depois, para que se conservasse a recordação da promessa, o Senhor reafirmou a mesma aliança com Jacó, neto de Abraão.

Na ocasião de ver, durante o sono, uma escada firmada na terra, mas com a ponta a tocar o céu; e [vendo] também os Anjos de Deus que por ela subiam e desciam, como afirma a Escritura, - Jacó ouviu ao mesmo tempo a voz do Senhor que, apoiado na escada, lhe dizia: "Eu sou o Senhor, Deus de teu pai Abraão, e Deus de Isaac. Dar-te-ei, a ti a tua posteridade, a terra em que estás dormindo. E tua geração será como o pó da terra. Hás de estender-te para o Oriente e o Ocidente, para o Setentrião e o Meio-dia. Em ti e na tua geração serão abençoadas todas as tribos da terra". (177)

Posteriormente, Deus nunca deixou de renovar a recordação de Sua promessa, nem de manter a esperança do Salvador, não só entre os filhos de Abraão, mas também entre muitos outros homens.

Desde a consolidação do regime político e da religião judaica, o povo ia ficando cada vez mais ciente dessa expectativa. As coisas mudas (178) tornavam-se sinais [da Redenção]. Homens houve que anunciavam quais e quantos benefícios havia de trazer-nos Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor.

d) aos Profetas em geral
Os Profetas, cujo espírito era aclarado por uma luz celestial, falavam diante do povo, e anunciavam-lhe o nascimento do Filho de Deus, as obras admiráveis que havia de praticar depois da Sua Encarnação, Sua doutrina, Seus costumes, Seu trato, Sua Morte e ressurreição, e os outros mistérios. (179)

Falavam com tanta clareza de todos estes fatos, como se os tivessem presentes à própria vista. Se, pois, abstrairmos da distância que medeia entre o passado e o futuro, já não podemos notar nenhuma diferença entre os oráculos dos Profetas e a pregação dos Apóstolos, entre a fé dos antigos patriarcas e a nossa própria fé atual.

Mas bom será passarmos, agora, a tratar cada um dos termos do presente Artigo.

II. O nome te Jesus: 1. Origem [5] Jesus é o nome próprio d'Aquele que é Deus e homem ao mesmo tempo. Significa "Salvador". Não Lhe foi posto casualmente, por escolha e vontade dos homens, mas por ordem e intenção de Deus.

Assim o declarou o Anjo Gabriel a Maria, Sua Mãe: "Eis que conceberás em teu seio, e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus". (180) E depois ordenou a José, esposo da Virgem, desse tal nome ao menino indicou-lhe ao mesmo tempo as razões por que devia chamar-Se assim: "José, filho de Davi, não tenhas receio de levar para tua casa Maria, tu esposa; pois o que nela foi concebido, obra é do Espírito Santo. Portanto, ela há de dar à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque Ele há de remir Seu povo de seus pecados". (181)

Corolário: Os homônimos no Antigo Testamento [6] Verdade é que, nas Escrituras, se nos deparam muitas pessoas com esse mesmo nome. Assim se chamava o filho de Navé (182) que sucedeu a Moisés; teve o privilégio, negado a seu antecessor, de levar à Terra de Promissão o povo que o mesmo Moisés havia arrancado do cativeiro do Egito. Assim se chamava também o filho de Josedec, sumo-sacerdote. (183)

2. Justeza desse nome A nosso ver, com quanto mais acerto não se deve atribuir esse nome a Nosso Salvador! A Ele que deu luzes, liberdade e salvação, já não a um povo singular mas a todos os homens de todas as épocas. A Ele que os livrou, não diremos da fome ou da opressão do Egito e da Babilônia, mas das sombras da morte em que estalavam sentados (184), presos com os duríssimos grilhões do pecado e do demônio. A Ele que lhes adquiriu o direito à herança do Reino dos céus, e os reconciliou com o Pai Eterno.

Naquelas pessoas não vemos senão uma figura de Cristo Nosso Senhor, que de tantos benefícios cumulou o gênero humano como acabamos de explicar.

3. Seu aspecto total Além do mais, todos os outros nomes que, segundo as profecias, deviam ser dados ao Filho de Deus, estão já incluídos nesse único nome de "Jesus". Cada um deles exprime aspectos parciais da salvação que nos devia trazer; ao passo que o nome de Jesus abrange, por si só, o resgate do gênero humano, em toda a sua extensão e eficácia. (186)

III. Significação de "Cristo" 1. No velho Testamento designa a) reis, sacerdotes [7] Ao nome de Jesus também se acrescentou o apelido de "Cristo", cuja significação é "Ungido". Serve para designar uma dignidade e um ministério. Não é próprio de uma só categoria, mas é uma designação comum de várias funções.

Na antiguidade, nossos pais chamavam de "cristos" aos sacerdotes e aos reis, porquanto Deus ordenara que fossem ungidos, em atenção à dignidade de seu ministério.

Sacerdotes são aqueles que, por meio de assíduas preces, recomendam o povo a Deus. São eles que oferecem sacrifícios a Deus, e aplicam pelo povo o poder de sua intercessão. (187)

Aos reis, porém, está confiado o governo dos povos. Seu dever primordial é salvaguardar a autoridade das leis, proteger a vida dos inocentes, e punir a audácia dos criminosos.

Ambos os ministérios são, pois, uma imagem da majestade de Deus, aqui na terra. Por isso, os que eram eleitos para a dignidade real ou sacerdotal, recebiam a unção do óleo santo. (188)

b) profetas Era também costume ungirem-se os Profetas. Na qualidade de intérpretes e mensageiros de Deus imortal, eles revelavam os segredos do céu, e com salutares conselhos e predições do futuro nos exortavam à regeneração dos costumes.

2. Em o Novo Testamento: O Redentor foi ungido pelo Espírito Santo... Ora, quando veio a este mundo, Nosso Salvador Jesus Cristo tomou sobre Si o tríplice encargo e função de profeta, de sacerdote e de rei. Por esse motivo é que foi chamado "Cristo", e ungido para o desempenho daqueles ministérios. Não o foi, contudo, por obra de nenhum mortal, mas pela virtude do Pai Celeste. Não o foi com uma unção de óleo terrestre, mas de óleo espiritual, quando em Sua Alma santíssima se derramaram a graça, a plenitude e os dons do Espírito Santo, em tal superabundância que nenhuma outra criatura a poderia jamais comportar.

É o que muito bem exprime o Profeta, quando interpela o próprio Redentor: "Vós amastes a justiça, e aborrecestes a iniqüidade Por isso Deus, o vosso Deus, vos ungiu com óleo de alegria na presença de vossos companheiros". (189) A mesma idéia, Isaías a exprime com muito mais clareza, na passagem seguinte: "O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu, e Me enviou para pregar aos que são mansos". (190)

a) como sumo profeta... Jesus Cristo foi, portanto, o Profeta e Mestre supremo que nos ensinou a vontade de Deus, e cuja doutrina fez ao mundo conhecer o Pai Celestial. Cabe-lhe o nome de Profeta com maior glória e distinção, porquanto não passavam de discípulos Seus todos aqueles que [anteriormente] tiveram a honra desse nome, e que não foram enviados senão para anunciar o Profeta por excelência, que viria salvar todos os homens. (191)

b) eterno sacerdote... Cristo foi também Sacerdote, não na ordem pela qual na Antiga Lei os sacerdotes procediam da tribo de Levi, mas por aquela que o profeta Davi exaltou em seu vaticínio: "Vós sois sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec". (192) Na epístola aos Hebreus, o Apóstolo explana detidamente o fundo desta passagem. (193)

c) rei universal... Reconhecemos, igualmente, que Cristo é Rei, não só como Deus, mas também enquanto Homem, participante de nossa natureza. De Sua dignidade real disse o Anjo: "Há de reinar eternamente na casa de Jacó, e Seu reino não terá fim". (194)

cujo domínio é a igreja... Esse Reino de Cristo é espiritual e eterno. Começa na terra, e consuma-se no céu. É com admirável providência que Cristo presta os ofícios de Rei à Sua Igreja. Ele a governa; defende-a dos ataques e embustes do inimigo; prescreve-lhe leis; comunica-lhe santidade e justiça; proporciona-lhe, ainda por cima, força e meios de perseverar.

que abrange bons e maus... Nos limites deste Reino, existem bons e maus. Por direito, fazem parte dele todos os homens. No entanto, aqueles que levam uma vida pura e santa, segundo os Seus Mandamentos, chegam a sentir, mais do que os outros, a suma bondade e benevolência de nosso Rei.

e também o mundo inteiro. Este Reino, porém, não Lhe foi adjudicado por direito de herança ou sucessão humana, ainda que Cristo descendesse dos reis mais ilustres. Era Rei, porque Deus reuniu em Sua humanidade tudo o que a natureza humana podia comportar de poder, grandeza e dignidade. Entregou-Lhe, portanto, o governo do mundo inteiro. E Cristo já começou a dominar, mas só no dia do Juízo é que todas as coisas se curvarão plena e incondicionalmente, à Sua autoridade. (195)

Um só Seu Filho

IV. Jesus Cristo 1. Filho de Deus [8] São mais profundos ainda os mistérios que estas palavras nos propõem a respeito de Jesus. Levam os fiéis a crer piedosamente que é Filho de Deus, e verdadeiro Deus como o Pai, que O gerou desde toda a eternidade.

a) de igual natureza como as outras pessoas; Além disso, confessamos que é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, perfeitamente igual às duas outras Pessoas Divinas. Nenhuma desigualdade ou diferença pode haver, ou imaginar-se nas três Pessoas divinas, porque em todas elas reconhecemos a existência de uma só natureza, de uma só vontade, de um só poder.

Esta verdade se nos antolha em muitos lugares da Sagrada Escritura. O mais claro, todavia, é o testemunho de São João: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus". (196)

b) gerado desde toda a eternidade; Ouvindo, porém, que Jesus é Filho de Deus, não nos ponhamos a imaginar que em Sua geração exista algo de terreno ou mortal. O ato pelo qual o Pai gera ao Filho desde toda a eternidade, não o podemos absolutamente perceber com a inteligência, e muito menos compreendê-lo de maneira adequada. Devemos, no entanto, acreditá-lo com firmeza, e adorá-lo com a maior devoção de nossa alma. Como que arrebatados de admiração pelo Mistério, cumpre-nos exclamar com o Profeta: "Quem poderá explicar a Sua geração?" (197)

c) consubstancial ao Pai Deve crer-se, portanto, que o Filho tem a mesma natureza, o mesmo poder, a mesma sabedoria que o Pai, conforme o confessamos mais explicitamente no Símbolo de Nicéia: "E em Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, e gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de Deus verdadeiro, gerado, não feito, da mesma substancia que o Pai, e pelo qual foram feitas todas as coisas". (198)

Corolário: Comparações. [9] De todas as comparações que se fazem, para explicar o modo e a razão de ser desta geração eterna, nenhuma parece tão próxima da realidade, como aquela que se tira da formação do pensamento em nossa alma. Por isso, São João dá o nome de "Verbo" ao Filho de Deus. (199)

Como nossa alma, reconhecendo-se até certo grau, concebe uma imagem de si mesma, imagem que os teólogos chamam de "verbo" (200); assim também, quanto as coisas humanas podem comparar-se com as divinas, Deus, reconhecendo-Se a Si mesmo, gera o Verbo Eterno.

2. Filho do Homem (união hipostática) No mais, é preferível contemplar simplesmente o que a fé nos propõe, e crer e confessar, com sinceridade, que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

Como Deus, foi gerado pelo Pai antes de todos os séculos; como Homem, nasceu no tempo, de Sua Mãe a Virgem Maria. (201)

Posto que em Cristo se deve admitir um duplo nascimento, cremos, todavia, que há um só Filho. É pois uma e a mesma Pessoa, na qual se unem as naturezas divina e humana.

3. Nosso Criador, e nosso Irmão [10] Da parte da geração divina, Cristo não tem irmãos nem co-herdeiros, visto ser Ele o Filho Único do Pai, enquanto nós homens somos apenas uma formação e obra de Suas mãos. (202)

Se entanto considerarmos Sua origem humana (203), veremos que Cristo não só dá a muitos o nome de "irmãos", mas também os trata realmente como tais, para que com Ele alcancem ao mesmo tempo a glória da herança paterna. São aqueles que pela fé receberam a Cristo Nosso Senhor (204), e por obras de caridade comprovam a fé que professam de boca. Eis por que o Apóstolo Lhe chamou o "Primogênito entre muitos irmãos". (205)

Nosso Senhor

V. 1. Jesus, nosso "Senhor": [11] entre as mudas afirmações da Sagrada Escritura a respeito de Nosso Salvador, não é difícil reconhecer que umas Lhe convêm como a Deus, outras como a Homem.

Das duas naturezas diversas, [Cristo] recebeu também as diversas propriedades. Assim dizemos, com toda a verdade, que Cristo é onipotente, eterno, imenso. Estes atributos Lhe advêm da natureza divina. E dizemos também que Ele sofreu, morreu e ressurgiu. Ninguém duvida que tais fatos só podem ser atribuídos à natureza humana.

a) como Deus Mas existem ainda outros atributos que convêm a ambas as naturezas, como o nome de "Nosso Senhor", que ora Lhe damos. Se, portanto, este nome se aplica a uma e outra natureza, é com toda a razão que Cristo deve ser chamado "Nosso Senhor".

Do mesmo modo que Ele é Deus eterno como o Pai, assim é também, como o Pai, Senhor de todas as coisas. Como Ele e o Pai não são dois deuses diversos, mas inteiramente o mesmo Deus, assim também Ele e o Pai não são dois Senhores diferentes. (206)

b) como Homem... por causa da Redenção... Com razão é chamado "Nosso Senhor" também em Sua condição de Homem. Há muitos títulos que o justificam. Em primeiro lugar, por ser nosso Redentor, e nos ter livrado de nossas culpas, recebeu por direito o poder de ser deveras e chamar-se "Nosso Senhor".

É o que nos ensina o Apóstolo: "Humilhou-se a Si mesmo, fazendo-Se obediente até a morte, e morte de cruz. Por essa razão, Deus também O exaltou e Lhe deu um nome que fica acima de todos os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho, dos que estão no céu, na terra, e nos infernos; e toda língua proclame que Jesus Cristo está na glória de Deus Pai". (207) Após a Ressurreição, Cristo disse de Si mesmo: "A Mim foi dado todo o poder no céu e na terra". (208)

por causa da união hipostática Em segundo lugar, é chamado "Senhor" também, porque reúne numa só Pessoa duas naturezas, a divina e a humana. Ainda que Cristo por nós não morrera, contudo essa admirável união Lhe teria merecido o título de soberano Senhor de todas as coisas criadas, em particular dos fiéis que Lhe prestam obediência, e que O servem com o maior afeto de seu coração.

2. Nós, somos seus escravos... [12] Como nos resta ainda dizer, o pároco inculcará aos fiéis que, levando nós de Cristo o nome de cristãos, não podemos ignorar os imensos benefícios de que Ele nos cumulou, máxime a bondade com que, pela luz da fé, nos fez conhecer todos estes mistérios. Convém, pois, e força é repeti-lo, que nós - com maior obrigação que os outros mortais - para sempre façamos entrega e consagração de nós mesmos a Nosso Senhor e Redentor, na qualidade de escravos totalmente Seus.

pelo compromisso batismal... Na verdade, assim o prometemos à porta da igreja, quando recebíamos a iniciação do Batismo. Ali declaramos que renunciávamos a Satanás e ao mundo, para nos consagrarmos inteiramente a Jesus Cristo.

Mas, desde que, para entrar na milícia cristã, nos entregamos a Nosso Senhor, por tão santo e solene compromisso, que castigo não mereceríamos, se, depois de entrar no grêmio da Igreja, depois de conhecer a vontade e os preceitos de Deus, depois de receber a graça dos Sacramentos, fôssemos viver segundo as leis e normas do mundo e do demônio, como se no dia do Batismo nos houvéramos alistado no serviço do mundo e do demônio, que não de Cristo Nosso Senhor e Redentor.

mas Cristo nos chama de "amigos e irmãos". Em vista de tanto amor e benignidade para conosco, que coração se não sentiria abrasado de amor por tão grande Senhor? Apesar de nos ter debaixo de Seu poder e domínio, servos que somos remidos pelo Seu sangue, Cristo nos ama com tais extremos que já não nos chama de servos, mas de amigos e irmãos. (209) Esta é, sem dúvida, a mais justa, e talvez a mais forte de todas as razões, por que devemos para todo o sempre reconhecê-l'O, venerá-l'O e servi-l'O como Nosso Senhor.

167) 1Jo 4,15. - 168) Bar-Jona quer dizer Filho de João. - 169) Mt 16, 17. - 170) Gn 2, 16-17. - 171) Cone. Trid. Sess. V can. 1-6; sess. VI can. 1-2 (DU 174 188). - O CRO diz "constitutus fuerat", atendo-se à terminologia do Tridentino; este não diz "creatus fuerat", para evitar questões controversas da teologia especulativa. - 172) Rm 5, 12; DU 175 316 711 734 1627 11,,1 - 173) Gn 3, 15; DU 2123. - 174) Gn 12, 3; 17, 15-16; 18, 18. - 175) ... as cidades. - 176) Gn 22, 16-17. - 177) Gn 28, 12-14. 178) Por exemplo, a estrela de Jacob (Num 24, 17; Mt 2, 2; DU 711). - 179) Por exemplo, Isaías (7, 44; 8,3; 9, 6; 11, 13; 53 per totum), Jeremias (23, 5; 30, 9), Daniel (7, 13; 9, 24), e outros. - 180) Lc 1, 31. - 181) Mt 1, 20-21. - 182) Josué ou Jésus, cfr. Sr 46, 1. - 183) Sr 48, 14; Agg 1. 1. - 184) Lc 1, 79 - 185) ... isto é, nos homônimos de Jesus no Antigo Testamento. - 186) Is 7, 14; 8, 8; 9, 6; Jr 23, 6. - 187) Nm 16, 46-50; Sb 18, 20-25; Hb 5, 1-4. - 188) 1Sm 10, 1; 16, 13; Ex 19, 21; 30, 30. - 189) Os 44, 8. - 190) Is 61, 1. - 191) Dt 18, 15; DU 1789. - 192) Sl 109, 4. - 193) Hb 5, 5 ss.; DU 122 430 938 940 2195 circa finem. - 194) Lc 1, 32. - 195) DU 627, 629, 838; Litt. Encycl. águas primas" de Principatu Christi 11-XII-1925 (DU 2194-219) cfr. Offic. de Christo Rege. - 196) Jo 1, 1, DU 344. - 197) Is 53, 8; DU 462 2027. - 198) Tauchnitz funde o presente parágrafo com o seguinte, mas conserva 8-9 na numeração. - 199) Jo 1, 1 ss. DU 118. - 200) ... verbum mentis. - 201) SQ DU 257 285 422 708 993. - 202) Is 64, 8. - 203) Hb 2, 12. - 204) Lc 8, 21; Jo 1, 12-13. - 205) Rm 8, 29. - 206) DU 72 148 258 262 288 290 780 1463; SQ. - 207) Fl 2, 8 ss. - 208) Mt 28, 18. - 209) Jo 15, 14-15.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.