8 de junho de 2017

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.

Nossa Senhora Colegial

Parte 2/3

A educação que a jovem recebe nos colégios e centros docentes deve ir encaminhada para o lar principalmente. Alguma privilegiada sentirá o chamamento de Deus a um estado mais perfeito: a virgindade; porém a maioria tem como ideal o matrimônio.
Por isso no colégio devem adquirir as virtudes sobrenaturais e domésticas de que necessita a mulher casada para desempenhar bem a sua missão.
Deve adquirir uma piedade sólida. Não uma piedade sentimental que dura enquanto se está na capela. Não uma piedade de beata: rezas intermináveis que não tem influência na vida prática.
Deve ser uma piedade fundada no santo temor de Deus, no conhecimento do domínio que Deus tem sobre os homens e da obrigação que os homens tem de servir a Deus; fundada no conhecimento e no amor a Jesus Cristo; piedade que leve a evitar todo o pecado mortal e ainda venial, que infunda espírito de abnegação e de sacrifício, que leve à prática de todas as virtudes. Assim era a piedade da Santíssima Virgem.
Maria no retiro do templo cultivava a açucena da pureza.
Que necessária é esta virtude para uma futura mãe!
O mundo está saturado de sensualidade e a mãe tem que afastar de sua casa esse ambiente envenenado. Mais ainda, a mãe no lar tem de ser a açucena de pureza que embalsame com o seu perfume todo o ambiente doméstico: puras as suas palavras, puros os seus olhares, puros os seus gestos, tudo nela pureza.
A jovem que cresce num ambiente de sensualidade criará no seu lar o mesmo ambiente.
A jovem que leva ao matrimônio um coração corrompido, longe de ser no lar açucena de pureza, será foco de corrupção que envenene a própria casa.
Quer Deus te chame a um estado de perfeição evangélica, quer Deus te destine ao matrimônio, deves cultivar com todo o cuidado, desde os teus anos de colegial, a virtude da pureza.
E como defesa da pureza, deves cultivar o pudor.
O pudor é um instinto do homem que o faz pôr em guarda, mal assome algum perigo contra a pureza. Quando a tentação quer entrar pelos olhos, o pudor fecha-os; quando quer entrar pelos ouvidos, o pudor tinge o rosto de carmim, para dizer ao desbocado: cala-te que me ofendes.
O pudor natural aperfeiçoa-se e atrofia-se. Vai-se atrofiando na jovem, conforme se vai habituando à nudez: exibindo-se ela mesma, e contemplando os mais. O mundo é um cemitério do pudor. E quando o pudor for enterrado, morre também a pureza.
Irmã do pudor é a modéstia.
Uma virtude que põe moderação nas atitudes exteriores do homem, sobretudo no vestir.
A modéstia é a flor que brota no exterior da raiz oculta da pureza. 
A modéstia vai desaparecendo do mundo também.
O ambiente em que vive a mulher é tal que necessita heroísmo para não se deixar arrastar pela corrente da moda, e a jovem deve sair do colégio disposta a lutar heroicamente para guardar a modéstia.
No ano de 1930 a Sagrada Congregação do Concílio, por mandado de Sua Santidade Pio XI, deu para todo o mundo normas de modéstia que deviam guardar-se. Dirige-se aos pais de família, e recorda-lhes a gravíssima obrigação de procurar para seus filhos a educação religiosa e moral e de imprimir nas almas de suas filhas o amor à modéstia e à castidade com a palavra e com o exemplo: que não lhes permitam vestir indecorosamente, nem consintam tomar parte em exercícios públicos de ginástica; e, se se vêem obrigados a consentir, procurem que os seus vestidos sejam honestos, e com vestidos desonestos não lhe permitam apresentar-se.
Exorta os pais a que, dentro do lar, imitem a Sagrada Família, para que nele tenham um estímulo continuo para guardar a modéstia e a honestidade. A Sagrada Congregação dirige-se depois às mestras e diretoras de colégios para que secundem o trabalho dos pais e elas também que introduzam tão fundo na alma das meninas o amor à modéstia, que se movam com eficácia a vestir honestamente; e manda às diretoras de colégios que não admitam no colégio nem as meninas nem as mães de meninas que não vistam honestamente.
Estas plantas delicadas têm de cultivar-se cuidadosamente desde a infância.

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