5 de junho de 2017

Retratos de Nossa Senhora, Juan Rey, S. J.

Nossa Senhora Colegial

Parte 1/3

O Evangelho nada nos diz, porém existe uma tradição antiga e venerada de que a Santíssima Virgem se educou no templo de Jerusalém, como muitas outras jovens de Israel.
A Igreja celebra a festa da Apresentação da Santíssima Virgem no templo.
A vida daquelas jovens podia comparar-se com a das meninas que se educam num colégio; podemos pois chamar à menina Maria, colegial.
Faremos o retrato com os dados que nos dá a tradição.

*  *  *

As ocupações das jovens que viviam no templo, reduziam-se à oração e ao trabalho.
Quando o sol começava a dourar os longínquos montes da Arábia, as jovens assistiam ao sacrifício matutino.
Cobertas com o véu, inclinavam a cabeça e oravam pedindo a vinda do Messias Redentor.
Depois dedicavam-se a trabalhar: cosiam os véus do altar, limpavam os vasos das oferendas e esfregavam o chão de mosaicos.
Aquelas jovens faziam trabalhos primorosos. Umas volteavam com os seus dedos ágeis o fuso de cedro; outras recamavam de ouro, de púrpura e de jacintos os véus do templo; outras inclinadas sobre um tear ou um bastidor, confeccionavam delicados trabalhos de tapeçaria.
As ocupações da mulher forte, que descreve a Sagrada Escritura, as que, segundo Homero, realizavam as antigas princesas. Ainda hoje chamam os orientais fio da Virgem a uns finíssimos trabalhos de renda, subtis como a nevoazinha que sobe do fundo dos vales nas manhãs de outono.
Em memória das ocupações da Virgem, as jovens da primitiva Igreja depositavam no altar de Maria uma roca com seus novelos de lã branca adornada com formosos laços de púrpura.
A Virgem estudava também um pouco; ouvia as explicações da Escritura e aprendia de memória, hinos e cânticos sagrados.
A Santíssima Virgem, como todas as suas companheiras, vivia no templo afastada do mundo, cultivando no retiro a flor delicadíssima da sua pureza.
Vivia longe das diversões mundanas, longe do trato com os homens, cultivava também as virtudes que são defesa, floração e complemento da pureza: o pudor e a modéstia.
Ao ouvir isto, pensarás: aquelas jovens parece que se educavam para religiosas. Não era assim. Aquelas jovens educavam-se para esposas e para mães.
Aquelas jovens estavam destinadas  a formar os lares modelos de Israel. Quanto têm que aprender dela as jovens modernas e as mães modernas também!
A jovem de hoje forma-se ou deforma-se na rua, no bar, no cinema, na praia; e é a sua própria mãe quem a leva ou manda a esses lugares de deformação.
A casa e o colégio, são os lugares onde se deve educar a menina e a jovem.
A educação familiar deve ser a base da educação do colégio; e uma e outra educação têm de completar-se.

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