12 de janeiro de 2014

Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo - Oitava da Epifania - Meditação 7

MEDITAÇÃO VII.

JESUS EM NAZARÉ. (Continuação)
Na casa de Nazaré, Jesus Menino crescia em sabedoria, e em idade, e em graça, diante de Deus e dos homens. Conside-remos atentamente essas palavras de S. Lucas.
Na media que Jesus crescia em idade, crescia também em sabedoria; não que adquirisse com os anos um maior conheci-mento das coisas, como se dá conosco; pois, desde o momento de sua conceição, Jesus foi cheio de toda a ciência e de toda a sabedoria divinas; mas diz-se que Ele progredia porque, avançando em idade, manifestava mais e mais sua sublime sabedoria.
Da mesma maneira se deve entender o resto do texto. Jesus crescia em graça diante de Deus: as ações do Homem-Deus não podiam torná-lo mais santo, nem aumentar seus mé-ritos, pois que desde o começo era cheio de santidade e de mérito, e é de sua plenitude, observa S. João, que nós recebemos todas as graças; todavia, as ações de nosso Redentor eram todas suficientes, em si mesmas, para aumentar sua graça e seu mérito.
Crescia também em graça diante dos homens, no sentido que crescia em beleza e amabilidade. Oh! Jesus, em sua mocidade, tornava-se cada dia mais caro e mais amável, manifestando melhor os belos títulos que tinha ao nosso amor. Com que presteza o santo adolescente obedecia a Maria e a José! com que recolhimento de espírito trabalhava! com que modés-tia tomava o alimento! com quanta discrição falava! com que doçura e afabilidade se entretinha com todos! com que devo-ção orava! Numa palavra, todas as ações, todas as palavras, todos os movimentos de Jesus, eram outras tantas setas de amor lançadas ao coração de todos os que o viam, e sobretudo de Maria e de José, que tiveram a felicidade de vê-lo constantemente a seu lado. Oh! quão atentos eram esses santos esposos em contemplar e admirar todas as ações, palavras e passos do Homem-Deus!

Afetos e Súplicas.
Crescei, amável Jesus, crescei para mim: crescei para ensinar-me com vossos divinos exemplos todas as vossas belas virtudes. Crescei para consumar o grande sacrifício da cruz, do qual depende minha eterna salvação. Ah! fazei, meu doce Se-nhor, que eu também cresça sempre mais em vosso amor e em vossa graça. Por infelicidade minha, até agora só tenho feito progresso em minha ingratidão para convosco, que tanto me tendes amado; fazei, meu Jesus, que no futuro se dê o contrário; conheceis minha fraqueza, aclarai-me e fortalecei-me. Fazei-me compreender o quanto mereceis ser amado. Sois um Deus de bondade infinita e de infinita majestade, e quisestes descer à terra, fazer-vos homem por nós, levar vida de sofrimentos e abjeção terminada pela morte mais cruel; onde pode-ríamos achar um objeto mais amável, um coração mais amante? Insensato! no passado não vos quis conhecer e por isso vos perdi. Peço-vos perdão, arrependo-me de toda a minha alma e estou resolvido a ser todo vosso. Mas ajudai-me, meu Deus; lembrai-me sempre a vida penosa e a morte dolorosa que sofrestes por meu amor. Dai-me luz e força. Quando o demônio me apresentar qualquer fruto proibido, dai-me força para o desprezar; não permitais que, com um gozo vil e momentâneo, eu consinta em perder-vos, bem sem limites. Amo-vos, meu Jesus, morto por mim, amo-vos, bondade infinita! amo-vos, Amante de minha alma!
Ó Maria, sois a minha esperança; espero obter por vossa intercessão a graça de amar doravante o meu Deus, e de não amar senão a Deus.

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