29 de janeiro de 2014

Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo - Meditações Novena de Natal - Meditação 8

MEDITAÇÃO VIII.

DA ESTADA DE JESUS MENINO NO EGITO E EM NA-ZARÉ
Nosso divino Redentor passou no Egito os sete primeiros anos de sua infância, levando vida pobre e desprezada. José e Maria eram estranhos e desconhecidos, sem parentes e sem amigos, e o trabalho de suas mãos mal lhes fornecia o necessário para o sustento diário. A sua habitação era pobre, o seu leito pobre, o seu alimento pobre. Foi lá que Maria continuou a amamentar a Jesus e o desaleitou. Depois de o nutrir com seu leite, ela o sustentou com suas mãos: duma tigela tomava um pouco de pão embebido em água, e o levava à boca sagrada de seu Filho. Foi lá que lhe fez a primeira túnica, lhe tirou as faixas, e começou a vesti-lo. Foi lá que Jesus aprendeu a andar, dando os primeiros passos, vacilando e caindo várias vezes como sucede às outras crianças. Foi lá que Jesus proferiu suas primeiras palavras, balbuciando. — Ó prodígio! a que es-tado se reduziu um Deus por nosso amor! um Deus vacilar e cair ao andar! um Deus balbuciar ao falar!
A vida que Jesus levou após a volta do Egito, na casa de Nazaré, não foi menos pobre nem menos abjeta. Até a idade de trinta anos exerceu o ofício de simples operário numa oficina; obedecia a José e a Maria. Jesus ia buscar água; Jesus abria e fechava a oficina; Jesus varria a casa, recolhia a lenha para o fogo, e afatigava-se o dia inteiro para ajudar a José em seu trabalho. — Ó espetáculo assombroso! um Deus que trabalha como operário! um Deus que varre a casa! um Deus que se fatiga até suar para desbastar uma peça de madeira! quem é Jesus? um Deus todo-poderoso, que com um aceno criou o mundo, e que pode aniquilá-lo quando quiser! — Ah! um só desses pensamentos deveria consumir-nos de amor.
Quão doce era então observar a devoção com que Jesus fazia oração, a paciência com que trabalhava, a prontidão com que obedecia, a modéstia com que tomava as refeições, e a mansidão e afabilidade com que falava e conversava! Ah! certamente todas as palavras e todas as ações de Jesus eram tão santas que inflamavam de amor todos os corações, mas principalmente os de Maria e de José que o observavam continua-mente.

Afetos e Súplicas.
Ó Jesus, meu Salvador, quando penso que vós, meu Deus, permanecestes tantos anos desconhecido e desprezado numa pobre casa por amor de mim, como posso desejar os prazeres, as honras, as riquezas deste mundo? Renuncio a todos esses bens, e quero ser vosso companheiro sobre a terra, pobre como vós, mortificado como vós, e desprezado como vós: com isso espero gozar um dia a vossa companhia no paraíso. Que são os reinos, os tesouros deste mundo? Meu Jesus, vós sereis o meu único tesouro, o meu único bem. Sinto pro-funda dor de no passado haver tantas vezes desprezado a vossa amizade para satisfazer os meus caprichos; arrependo-me de todo o coração. Para o futuro estou resolvido a antes perder mil vezes a vida do que perder a vossa graça. Meu Deus, não quero mais ofender-vos, quero amar-vos sempre. Ajudai-me a ser-vos fiel até a morte.
Maria, sois o refúgio dos pecadores, sois a minha esperança.

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