26 de janeiro de 2014

Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo - Meditações Novena de Natal - Meditação 5

MEDITAÇÃO V.

DA VIDA AFLITA QUE JESUS LEVOU DESDE O SEU NASCIMENTO.
Jesus Cristo podia salvar o homem sem sofrer e sem mor-rer; mas não: para melhor mostrar-nos o seu amor, escolheu uma vida cheia de aflições. Já o profeta o chamara Homem de dores, devendo sua vida ser repleta de penas. A paixão de nosso Salvador não começou no tempo da sua morte, mas desde o seu nascimento.
Ao nascer encontra-se num estábulo, onde tudo o faz sofrer. Sofre na vista que não encontra nessa gruta senão pedras brutas e negras. Sofre no olfato pelo cheio fétido das dejeções dos animais que a habitam. Sofre no tato pelas picaduras da palha que lhe serve de leito. — Pouco depois de seu nascimento, é constrangido a fugir para o Egito, onde passa vários anos de sua infância na pobreza e no desprezo. — A vida que de-pois leva em Nazaré pouco difere da do seu exílio. — Enfim termina sua carreira em Jerusalém expirando na cruz pela violência dos tormentos.
A vida de Jesus Cristo foi, pois, um martírio contínuo, e mesmo um duplo martírio, porque teve sempre diante dos o-lhos todas as penas que o deviam afligir até a morte. A Irmã Maria Madalena Orsini, queixando-se um dia a Jesus crucifica-do, disse-lhe: “Mas Senhor, vós estivestes só três horas na cruz, enquanto que eu suporto esta pena há vários anos”. Je-sus respondeu-lhe: “Ah! ignorante que dizes? Desde o seio de minha Mãe sofri todas as penas da minha vida e da minha mor-te”. Entretanto, o que mais afligiu o coração de Jesus não foram tanto esses sofrimentos, que aceitara voluntariamente; foi a vista dos nossos pecados e da nossa ingratidão após tantas provas de seu amor. S. Margarida de Cortona não cessava de 
chorar as ofensas que fizera a Deus; o seu confessor disse-lhe um dia: “Margarida, sossega e não chores mais; Deus já te perdoou”. Mas ela respondeu: “Ah! meu pai, como posso cessar de chorar os meus pecados, sabendo que eles afligiam meu Salvador durante toda a sua vida”.

Afetos e Súplicas.
Ó meu Amor, por meus pecados enchi de amargura toda a vossa vida. Meu doce Jesus, dizei-me o que devo fazer para obter o perdão, estou pronto a tudo. Arrependo-me de todas as ofensas que vos fiz, ó meu soberano Bem; arrependo-me e amo-vos mais do que a mim mesmo. Sinto grande desejo de amar-vos, e é de vós que me vem esse desejo; dai-me, pois, a força de amar-vos muito. É justo que vos ame muito quem mui-to vos ofendeu. Ah! lembrai-me sempre o amor que me tivestes, a fim de que minha alma arda sempre de amor por vós, pense sempre em vós, não deseja senão a vós, e não procure agradar senão a vós. Ó Deus de amor, eu, outrora escravo do inferno, dou-me hoje todo a vós. Aceitai-me por piedade, e prendei-me ao vosso amor. Meu Jesus, de hoje em diante que-ro viver amando-vos, e amando-vos quero morrer.
Ó Maria, minha Mãe e minha esperança, ajudai-me a amar o vosso e o meu Deus; só vos peço essa graça; de vós a espero.

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