15/15 - É preciso esperar ir para o céu.
Se estes bens são verdadeiros, notai se não valem um milhão de vezes mais, tanto para o corpo como para a alma, e então com que fim, vós ó mundanos, vos afastais da celeste habitação? Porque vós não aproximais desta soberana felicidade? Ah! não valeria mais aspirar a este dia delicioso, dirigir os vossos passos para o caminho da virtude, ir para o descanso o infinito, caminhar para esta abençoada terra que vos esta prometida, do que jazer na imundice dos pecados e viver nas trevas obscuras da sociedade dos maus!
Todos vos convidam para o paraíso; o vosso anjo impele-vos com todo o seu poder, oferecendo-vos da parte de Deus mil graças e auxílios; Jesus Cristo, do alto do céu, contempla-vos amorosamente, e convidá-vos com doçura para o trono da glória que vos prepara na abundância de sua bondade; a Santíssima Virgem chama-vos aí maternalmente; os santos, com um milhão de almas santas, exortam-vos a isso afetuosamente e certificam-vos que o caminho da virtude não é tão penoso como o mundo pinta. Não aceitareis os favores que vos oferece o céu? Não auxiliareis vós esses atrativos e inspirações que sentis?
Oh! como deveríamos muitas vezes, pelo menos nas festas, dirigir o nosso espírito para a Jerusalém celeste, essa gloriosa cidade de Deus, onde ouviríamos retinir de toda a parte os louvores pelas vozes duma variedade infinita de santos; e perguntando-lhes como aí chegaram, saberíamos que os Apóstolos chegaram lá, principalmente pelo amor, e os mártires pela constância, e os doutores pela meditação, os confessores pela mortificação, as virgens pela pureza do corpo e coração, e todos geralmente pela humildade.
Deus não nos teria dado uma alma capaz de pensar e desejar esta santa eternidade se não quisera dar-lhe os meios de poder alcançar. Assim pois, enchamos o nosso coração duma doce confiança e depois digamos: nós faremos bastante, não nós, mas a graça de Deus conosco. Quanto maior e mais forte em nós o desejo, tanto mais prazer e contentamento nos trará a sua posse e gozo.
Viva Deus! tenho firme confiança no íntimo do coração, que viveremos eternamente com Deus e nos reuniremos um dia no céu: é preciso coragem; iremos bem depressa para lá. E que faria Nosso Senhor da sua vida eterna se a não concedesse às pobres e mesquinhas criaturas, como nós, que não queremos esperar senão na sua soberana bondade? Oh! Meu Deus! quanta consolação eu sinto na certeza de que o meu coração há de abismar-se eternamente no amor do coração de Jesus! Leve-nos a Providência para onde lhe aprouver; pouco importa. Havemos de chegar a esse porto.
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