3 de julho de 2014

Pensamentos consoladores de São Francisco de Sales.

11/14  -  Deus não nos abandona no momento da morte.

Assim como uma doce mãe, conduzindo consigo o seu filhinho, o ajuda a andar e o leva quando disso há mister, deixando-o dar alguns passos por si nos lugares mais planos e menos perigosos, tomando-o umas vezes pela mão, e segurando-o e levantando-o outras vezes nos braços; assim Nosso Senhor tem um cuidado contínuo com a conduta dos seus filhos, isto é, com os que tem caridade, fazendo-os caminhar ante si, estendendo-lhes a mão nas dificuldades e conduzindo-os nas calamidades que não se lhes tornam insuportáveis. E isto declara-o Isaias; "Eu sou teu Deus, tomando-te pela mão e dizendo-te: Nada temas; eu tenho-te ajudado". E este procedimento cheio de doçura, usa-o para com as nossas almas desde a sua entrada na caridade até a perfeição final, que só se efetua à hora da morte. "O que perseverar até ao fim será salvo".
Enfim o rei celeste, tendo conduzido a alma que ama até ao fim da vida, assiste-lhe até a última hora na qual a leva para o leito nupcial da glória eterna que é o delicioso fruto da santa perseverança. E então esta alma arrebatada de amor pelo seu amado lembrando-se da multidão de favores iguais com que a enriqueceu e assistiu nesta peregrinação, oscula incessantemente esta doce mãe que a socorreu e gerou, e confessa que a sua felicidade vem deste divino Salvador, porque fez por Ele tudo o que o grande patriarca Jacó desejava para a sua virgem, quando viu a escada do céu.
Oh! Senhor, diz ele então, estivestes comigo e me guardastes no caminho por onde vim; destes-me para alimento o pão dos sacramentos; vestistes-me com a túnica nupcial da caridade; conduzistes-me a este palácio de glória, que é a vossa habitação, ó meu eterno Pai! Ah! que resta, Senhor, senão que eu afirme que sois meu Deus pelos séculos dos séculos? Amém.
Oh! meu Deus e meu Senhor, Deus amável para todo o sempre, vós me guiastes a minha destra e a vossa santa vontade me guiou até possuir um lugar honroso nessa divina habitação.
Tal é a ordem do nosso caminhar para vida eterna para cuja execução a divina Providência estabeleceu de toda a eternidade a multidão, distinção e encadeamento de graças para isso necessárias com dependência uma das outras.

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