12 de julho de 2014

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo - 23ª Parte

31. “O que não poupou nem sequer seu próprio Filho, mas entregou-o por nós todos, como não nos terá dado com ele todas as coisas?” (Rm 8,32). Oh! quantas chamas de amor não deveriam acender em nossos corações essas palavras: entregou-o por todos nós. A justiça divina, ofendida por nossos pecados, devia ser satisfeita, e que faz Deus? para nos perdoar, quer que seu Filho seja condenado à morte e pague o castigo que tínhamos merecido: Não poupou seu próprio Filho. Ó Deus, se o Padre eterno estivesse sujeito à dor, que dor não teria sentido ao condenar à morte seu Filho predileto e inocente pelos pecados de seus escravos! Figuremo-nos o Padre com seu Filho morto nos braços, a exclamar: “Eu o feri por causa dos crimes de meu povo” (Is 53,8). Tinha, pois, razão S. Francisco de Paula de exclamar em êxtase de amor, ao considerar a morte de Jesus Cristo: Ó caridade, ó caridade, ó caridade! Ao demais, quanta confiança não vos devem inspirar as palavras que seguem: Como não vos terá dado com ele todas as coisas? Como posso eu temer, ó meu Deus, que não me dareis o perdão, a perseverança, o vosso amor, o paraíso e todas as graças que posso esperar de vós, depois de me haverdes dado o objeto que vos é mais caro, a saber o vosso próprio Filho? Já compreendo o que devo fazer para obter de vós todos os bens: é pedir-vos pelo amor de Jesus Cristo. Isto é o que me ensinou o mesmo Jesus: “Em verdade, em verdade eu vos digo, se pedirdes alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele vo-la dará” (Jo 16,23). Meu sumo e eterno Deus, eu até ao presente desprezei a vossa majestade e bondade infinita, mas agora eu vos amo sobre todas as coisas e porque eu vos amo, me arrependo de todo o coração de vos haver ofendido e proponho aceitar antes a morte e todos os sofrimentos do que vos tornar a ofender. Perdoai-me e concedei-me as graças que, confiado nas promessas de Jesus Cristo, agora vos peço. Em nome de Jesus Cristo vos peço a santa perseverança até à morte; dai-me um perfeito e puro amor para convosco; dai-me uma total conformidade com a vossa santa vontade; dai-me, finalmente, o paraíso. Tudo isso eu espero e vos peço pelos merecimentos de Jesus Cristo. Eu não mereço nada: mereço apenas castigos e não graças; Vós porém, nada negais a quem vos suplica pelo amor de Jesus Cristo. Ah, meu bom Deus, vejo que me quereis todo a vós e eu quero ser todo vosso e não quero temer que os meus pecados me impeçam ser todo vosso:: Jesus Cristo já satisfez por eles, e vós, em consideração ao amor de Jesus, estais pronto a conceder-me tudo o que eu desejo. Ele é o meu desejo e o meu pedido. Meu Deus, ouvi-me: eu quero amar-vos, eu quero amar-vos muito e ser todo vosso. Maria santíssima, auxiliai-me.

32. “Nós, porém, pregamos Jesus crucificado, que é um escândalo para os judeus e uma loucura para os gentios” (1Cor 1,25). Segundo nos atesta S. Paulo, os gentios, ouvindo pregar que o Filho de Deus tinha sido crucificado pela salvação dos homens, tinham isso em conta de loucura. Quem poderá crer nessa loucura, diziam, que um Deus tenha querido morrer por amor de suas criaturas? Até S. Maria Madalena de Pazzi, extasiada de amor, exclamava, fora de si: Não sabeis, caras irmãs, que o meu Jesus não é senão amor? que ele é louco de amor? Digo que sois louco de amor, ó meu Jesus, e sempre o direi. Ah, meu Redentor, se eu possuísse os corações de todos os homens e com esses corações vos amasse quanto mereceis! Ó Deus de amor, por que é que nesta terra, na qual derramastes todo o vosso sangue e destes a vida por amor dos homens, tão poucos homens ardem em amor por vós? Vós viestes para acender nos nossos corações o fogo desse amor e nada mais desejais do que vê-lo aceso: “Eu vim trazer fogo à terra e que desejo eu, senão que ele se acenda?” (Lc 12,49). Suplico-vos, pois, com a santa Igreja, para mim e para todos os homens que vivem: Acendei neles o fogo de vosso amor, acendei, acendei. Meu Deus todo bondade, todo amor. fazei vos conhecer e fazei-vos amar por todos. Eu não me acanho de assim rogar, eu, que no passado desprezei mais que os outros o vosso amor. Agora, iluminado com a vossa graça e ferido por tantas setas de amor que me dirigistes de vosso coração inflamado e abrasado de amor por minha alma, não quero mais ser ingrato como fui até aqui; quero amar-vos com todas as minhas forças, quero arder em vosso amor e vós mo haveis de conceder. Não pretendo consolações e ternuras no vosso amor, não as mereço, nem vo-las peço, basta-me que eu vos ame. Amo-vos, meu sumo bem, amo-vos, meu Deus, meu tudo: “Meu Deus e meu tudo”.

33. “Nele pôs as iniqüidades de nós todos... e o Senhor quis quebrantá-la na sua enfermidade” (Is 53,6-10). Eis aqui até onde chegou o amor de Deus para com os homens. O eterno Padre carregou sobre os ombros de seu próprio Filho todos os nossos pecados e quis que o Filho pagasse com todo o rigor o castigo que merecíamos, fazendo-o morrer sobre um lenho infame, consumido de dores. Tem, pois, o apóstolo razão, falando de tal amor, de chamá-lo excessivo, querendo Deus que nós recebêssemos a vida por meio da morte de seu Filho querido: “Por causa da excessiva caridade com que nos amou, quando estávamos mortos pelos pecados, nos convivificou em Cristo (Ef 2,4-5). Muito, pois, me tendes amado, ó meu Deus, e mui ingrato me tenho mostrado, ofendendo-vos e voltando-vos tantas vezes as contas. Ó eterno Pai, olhai naquela cruz vosso Filho unigênito, dilacerado e morto por mim, e por seu amor perdoai-me e arrebatai o meu coração ao vosso amor. “Senhor, vós não desprezareis um coração contrito e humilhado”. Vós não sabeis desprezar um coração que se humilha e se arrepende pelo amor de Jesus morto por nossa salvação. Reconheço que mereço mil infernos, mas me arrependo de todo o meu coração de vos ter ofendido, ó sumo bem. Não me repilais, mas tende piedade de mim. Não me contento, porém, com o simples perdão: quero que me concedais um grande amor para convosco, que compense todas as ofensas que vos tenho feito. Eu vos amo, bondade infinita, eu vos amo, ó Deus de amor. Pouco seria se eu morresse e me consumisse por vós. Quereria amar-vos quanto o mereceis. Mas vós sabeis que eu nada posso, fazei-me vós mesmo grato ao grande afeto que me tendes, eu vo-lo peço pelo amor de Jesus, vosso Filho. Fazei que em vida eu supere tudo para vos agradar e na morte esteja todo unido à vossa vontade, para chegar e amar-vos face a face com um amor perfeito e eterno no paraíso.

34. “Eu sou o bom Pastor: o bom pastor dá a sua alma por suas ovelhas” (Jo 10,11). Que dizeis, meu Jesus? que pastor quer dar a vida por suas ovelhas? Só vós, porque sois um Deus de infinito amor, pudestes dizer: “E eu dou a vida por minhas ovelhas”. Só vós pudestes demonstrar no mundo esse excesso de amor, que, sendo nosso Deus e nosso supremo Senhor, quisestes morrer por nós. Desse excesso falavam Moisés e Elias no monte Tabor: “Falavam do excesso que realizaria em Jerusalém” (Lc 9,31). Também S. João nos exorta a amar um Deus que foi o primeiro a amar-nos: “Amemos, pois, a ele, porque Deus nos amou primeiro” (1Jo 4,19). É como se dissesse: se não quisermos amar este Deus por sua infinita bondade, amemo-lo ao menos pelo amor que nos demonstrou, querendo sofrer por nós as penas que nos eram devidas. Recordai-vos, pois, meu caro Jesus, que eu sou uma daquelas vossas ovelhas pelas quais destes a vida. Olhai-me com um daqueles olhares piedosos com que um dia do alto da cruz me olhastes, morrendo por mim: olhai-me, mudai-me e salvai-me. Vós afirmastes ser o pastor amoroso que, encontrando a ovelha perdida, a toma com alegria e a coloca sobre os ombros e chama os amigos para se alegrarem com ele: “Congratulai-vos comigo, porque encontrei a ovelha que havia perdido” (Lc 15,6).. Eis, eu sou a ovelha perdida, buscai-me e carregai-me: “Errei como uma ovelha que se perde; buscai o vosso servo” (Sl 118,176). Se por minha culpa ainda não me encontrastes, prendei-me agora, carregai-me e ligai-me a vós, para que não tresmalhe mais. O laço deve ser o vosso amor, se não me ligardes com esse doce laço, me perderei de novo. Ah, não fostes vós que deixastes de ligar-me com vosso santo amor, mas fui eu, ingrato, que andei fugindo sempre de vós. Peço-vos, porém, por aquela infinita misericórdia que vos fez descer à terra em busca de mim, ligai-me, mas ligai-me com laço duplo de amor, para que não me percais jamais e eu nunca mais vos perca. Meu amado Redentor, não quero separar-me mais de vós. Renuncio a todo bem e gosto deste mundo e me prontifico a padecer todas as penas, toda a espécie de morte, para que viva sempre e morra ligado a vós. Amo-vos, meu amabilíssimo Jesus, eu vos amo, meu bom pastor, morto por vossa ovelha perdida; ficai sabendo que esta ovelha agora vos ama mais do que a si mesma e não deseja outra coisa que amar-vos e consumir-se por vosso amor.Tende compaixão dela, amai-a e não permitais que se separe jamais de vós.

35. “Eu mesmo ponho a minha vida... Ninguém a toma de mim, porém eu de mim mesmo a entrego” (Jo 10,17-18). Eis, pois, que o Verbo encarnado, arrastado unicamente pelo amor que sente por nós, aceita a morte na cruz, para restituir ao homem a vida que perdera. Eis que um Deus, diz S. Tomás, faz pelo homem o que mais não poderia fazer se o homem fosse o deus dele (para assim falar) e como se Deus, privado do homem, não pudesse ser feliz. Nós pecamos, e pecando merecemos as penas eternas. E que faz Jesus? toma sobre si a obrigação de satisfazer e pagar por nós com seus sofrimentos e sua morte: “Em verdade tomou sobre si as nossas fraquezas e ele mesmo carregou com as nossas dores” (Is 53,4). Ah, meu Jesus, pois que fui a causa de tantas amarguras e tormentos que sofrestes durante a vida na terra, peço-vos que me façais participar da dor que sentistes dos meus pecados e confiar na vossa paixão. Que seria de mim, se vos não houvésseis dignado satisfazer por mim? Ó majestade infinita, arrependo-me de todo o coração de vos ter ultrajado, mas espero de vós compaixão, ó bondade infinita. Aplicai à minha alma, ó Salvador do mundo, o fruto da vossa morte, e de rebelde e ingrato que hei sido, tornai-me vosso filho tão amoroso que não ame senão a vós e nada mais tema senão causar-vos desgosto. Que aquele amor imenso que vos fez morrer por mim, também faça morrer em mim todos os afetos terrenos. Ó meu Jesus, tomai o meu corpo, para que ele só me sirva para vos obedecer, tomai o eu coração para que ele só um desejo tenha, o de vos agradar; tomai a minha vontade, para que ela não queira senão o que vós quereis. Eu vos abraço e aperto ao meu coração, meu Redentor; não vos dedigneis de vos unir a mim. Eu vos amo, ó Deus de amor, eu vos amo, meu único bem. E quem terá coração capaz de vos abandonar, depois de me haverdes feito conhecer quanto me tendes amado e quanta misericórdia usastes comigo, mudando os castigos que me eram devidos em graças e finezas? Ó Virgem santa, alcançai-me a graça de me mostrar grato a vosso Filho.

36. “Destruindo o quirógrafo do decreto que existia contra nós, ele o pôs de lado, pregando-o na cruz” (Cl 2,14). Já estava escrita contra nós a sentença que nos condenava à morte eterna como rebeldes contra a divina Majestade. E que fez Jesus Cristo? Com seu sangue apagou a escritura da condenação e para livrar-nos de todo o temor afixou-a à sua cruz, na qual morreu para satisfazer por nós a justiça divina. Considera, minha alma, a obrigação de contraíste para com este teu Redentor e ouve o que te diz o Espírito Santo: “Não te esqueças da graça que te fez teu fiador” (Eclo 29,20). Quando, pois, te recordares de teus pecados, olha para a cruz e confia: olha para aquele lenho sagrado, tinto com o sangue do Cordeiro de Deus, sacrificado por teu amor, e espera e ama o Deus que tanto te amou. Sim, meu Jesus, eu tudo espero da bondade infinita que sois vós. É próprio de vossa natureza divina pagar o mal com o bem a quem, tendo-se emendado de suas culpas, se arrepende de as haver cometido e vos ama. Sim, meu amado Redentor, o que me dói acima de todos os males é haver desprezado a vossa bondade. Ferido por vosso amor, eu vos amo e desejo comprazer-vos em tudo que for de vosso agrado. Miserável que sou! quando eu estava em pecado, era escravo do demônio e ele era meu senhor. Agora, espero estar na vossa graça, sede vós só, meu Jesus, meu único Senhor e meu único amor.Tomai posse de mim, possuí-me inteiramente, pois eu quero ser só vosso e todo vosso. Não, eu não quero mais esquecer-me dos tormentos que sofrestes por mim, para inflamar-me cada vez mais e crescer no vosso amor. Eu vos amo, meu amabilíssimo Redentor, eu vos amo, ó Verbo encarnado, meu tesouro, meu tudo, eu vos amo, eu vos amo.

37. “Se alguém pecar, temos um advogado junto do Pai, Jesus Cristo, o justo, e ele é a propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 2,12). Oh! quanta confiança não inspiram stas palavras aos pecadores arrependidos! Jesus Cristo, no céu, está fazendo o ofício de advogado deles e lhes obtendo com segurança o perdão. Quando um pecador escapa de suas cadeias, o demônio o tenta desconfiar do perdão. S. Paulo, porém, o anima, dizendo: “Quem é que nos condenará? Jesus Cristo, que morreu... e que também intercede por nós” (Rm 8,34). O Apóstolo quer dizer: se nós detestarmos os pecados cometidos, por que havemos de temer? Quem é que nos há de condenar? Jesus Cristo, o mesmo que morreu para não nos condenar e presentemente está no céu e nos defende. E continua a dizer: “Quem, pois, nos separará da caridade de Cristo?” como se dissesse: Depois de termos sido perdoados por Jesus Cristo e recebidos na sua graça, quem terá mais coragem para voltar-lhe as costas e separar-se de seu amor? Não, ó meu Jesus, não quero mais viver separado de vós e privado de vosso amor. Deploro aqueles dias infelizes que vivi sem a vossa graça. Espero que já me tenhais perdoado, pois eu vos amo e vós me amais.Vós, porém, me amais com um amor imenso e eu vos amo tão pouco: dai-me mais amor. Ó bondade infinita, eu me arrependo sobre todas as coisas de vos haver assim maltratado no passado; agora, porém, amo-vos sobre todas as coisas, amo-vos mais do que a mim mesmo e me comprazo mais, ó meu Deus, em saber que sois infinitamente feliz do que com toda a minha felicidade própria, porque amo mais a vós, que mereceis um amor infinito, do que a mim, que só mereço o inferno. Jesus, eu não quero outra coisa de vós senão vós mesmo.

38. “Vinde a mim vós todos que trabalhais e estais sobrecarregados, que eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Ouçamos a Jesus Cristo, que da cruz na qual está pregado e do altar permanece sacramentado nos chama a nós, pobres e aflitos pecadores, para nos consolar e enriquecer com suas graças. Oh! que dois grandes mistérios de esperança e de amor são para nós a paixão de Jesus e o sacramento da Eucaristia; mistérios que seriam inaceitáveis se a fé não nos desse certeza. Um Deus querer derramar todo o seu sangue até à última gota (o que significa a palavra: será derramado — Mt 26,28) e por quê? para pagar pelos nossos pecados. E querer ainda dar em alimento às nossas almas esse mesmo corpo que fora sacrificado na cruz para nossa salvação. Estes grandes mistérios deveriam enternecer os corações mais duros e abrandar os pecadores mais desprezados. Diz em suma o Apóstolo que “fomos enriquecidos em todas as coisas nele... de modo que nada nos falta em graça alguma” (1Cor 1,5-7). Basta que invoquemos este Deus, para que use de misericórdia conosco, que ele encherá de graças cada um que lhe peça, como nos assegura o mesmo Apóstolo: “Ele é rico para com todos que o invocam” (Rm 10,12). Logo, meu divino Salvador, se eu tenho motivo de desesperar do perdão das ofensas e traições que vos fiz, tenho muito mais motivo de confiar na vossa bondade. Meu Pai, eu vos abandonei qual filho ingrato, agora eu me volto para vossos pés, contrito e enternecido por tanta misericórdia usada para comigo, e humilhado vos digo:“Pai, eu não sou digno de ser chamado vosso filho.” Vós dissestes que há festa no paraíso quando um pecador se converte (Lc 15,7). Eis que eu abandono tudo e me volto para vós, meu Pai crucificado; eu me arrependo de todo o meu coração de vos haver perdido o respeito, voltando-vos as costas. Recebei-me novamente na vossa graça e inflamai-me no vosso santo amor, para que nunca mais vos abandone. Vós dissestes: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Por isso, eu não só espero de vós a graça que eu já possuía antes de vos ofender, mas uma abundância de graça que me transforme todo em fogo para vos amar. Oh! pudesse eu amar-vos, ó meu Deus, quanto mereceis! Eu vos amo sobre todas as coisas, eu vos amo mais do que a mim mesmo, eu vos amo com todo o meu coração e desejo o céu para amar-vos eternamente: “Pois que tenho eu no céu e fora de ti, que desejei eu sobre a terra? Deus, para sempre” (Sl 72,25-26). Ah, Deus de meu coração, tomai e conservai a posse de todo o meu coração e arrancai dele todo o afeto que não for para vós. Vós sois o único tesouro, meu único amor. Eu só quero a vós e nada mais. Ó Maria, minha esperança, atraí-me todo a Deus com as vossas súplicas. Amém.

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