23 de dezembro de 2013

Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo - Novena de Natal - Meditação 8

MEDITAÇÃO VIII.

Apparuit gratia Dei Salvatoris nostri omnibus hominibus, erudiens nos, ut... pie vivamus in hoc saeculo, exspectantes beatam spem et adventum gloriae magni Dei et Salvatoris nostri Jesu Christi.

A graça de Deus nosso Salvador apareceu a todos os homens e nos ensinou a viver no século presente com piedade aguardando a beatitude que esperamos, e o futuro glorioso de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (Tt 2,11).

Considera que por essa graça de que aqui fala o apóstolo, entende-se o ardente amor de Jesus Cristo aos homens, amor que não merecemos e que por essa razão é chamada graça.
Esse amor em Deus foi sempre o mesmo, mas não apareceu sempre. Foi o primeiro prometido por um grande número de profecias e anunciado por muitas figuras; mas apareceu manifestamente quando o Redentor nasceu, quando o Verbo eterno se mostrou aos homens sob a forma duma criancinha, reclinada sobre palha, chorando e tremendo de frio, começando assim a satisfazer pelas penas por nós merecidas, e fazendo-nos conhecer o afeto que nos tinha pelo sacrifício que fez de sua vida por nós. Nisto conhecemos o amor de Deus, diz S. João, em ter ele dado a sua vida por nós.
Apareceu pois o amor do nosso Deus e apareceu a todos os homens: Omnibus hominibus. Mas por que não o conheceram todos? e ainda hoje nem todos o conhecem? Eis como Jesus mesmo responde, a essa pergunta: A luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à luz. Não o conheceram e não o conhecem, porque não querem conhecê-lo, amando mais as trevas do pecado do que a luz da graça.
Procuremos não ser do número desses infelizes. Se no passado fechamos os olhos à luz pensando pouco no amor de Jesus Cristo, procuremos no resto da nossa vida não perder jamais de vista as dores e a morte de nosso Salvador, a fim de amarmos, como devemos, Aquele que tanto nos amou. Assim teremos direito de esperar, segundo as divinas promessas, o belo paraíso que Jesus Cristo nos adquiriu com seu sangue: Esperando a beatitude, objeto de nossas esperanças e o glorioso advento de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. No seu primeiro advento, Jesus veio sob a forma duma criança pobre e desprezada, nascida num estábulo, coberta de míseros paninhos e reclinada sobre palha; no segundo aparecerá como juiz sobre um trono glorioso. Eles verão o Filho do homem vir sobre as nuvens do céu, com grande poder e majestade. Feliz de quem o tiver amado! mas ai de quem o não tiver amado!
Afetos e Súplicas.
Ó santo Menino, vejo-vos hoje sobre a palha, pobre, aflito e abandonado; mas sei que um dia vireis, para julgar-me, num trono resplendente e cercado de anjos. Ah! perdoai-me antes desse dia terrível. Então devereis agir como juiz rigoroso; mas hoje sois Redentor e Pai de misericórdia. Eu, ingrato, fui um dos que vos não conheceram, porque não quis conhecer-vos; eis por que, em vez de pensar em amar-vos considerando o amor que me testemunhastes, só pensei em satisfazer-me desprezando vossa graça e vosso amor. Entrego agora nas vossas mãos a alma que perdi; salvai-a. Ponho em vós todas as minhas esperanças, sabendo que, para resgatar-me do inferno, destes o vosso sangue e a vossa vida: Redemisti me, Domine. Não me fizestes morrer quando estava em pecado, e esperastes-me com tanta paciência, a fim de que, caindo em mim e arrependido de vos haver ofendido, comece a amar-vos, e vós possais depois perdoar-me e salvar-me. Ó meu Jesus, quero corresponder a tanta bondade: arrependo-me sobre to-das as coisas dos desgostos que vos dei; arrependo-me e amo-vos sobre todas as coisas. Salvai-me por vossa misericórdia, e a minha salvação consista em amar-vos sempre nesta vida e na eternidade.
Maria, minha querida Mãe, recomendai-me a vosso divino Filho. Dizei-lhe que sou vosso servo e que pus em vós a minha esperança; ele vos ouve e nada vos recusa.

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