13 de dezembro de 2013

Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo - Parte 2 - Meditação 16

MEDITAÇÃO XVI.

Haurietis aquas in gaudio de fontibus Salvatoris.

Vós tirareis com gosto águas das fontes do Salvador (Is 12,3).

Considera as quatro fontes de graças que temos em Jesus Cristo, contempladas por S. Bernardo.
A primeira é uma fonte de misericórdia, em que podemos purificar-nos de todas as manchas do pecado. Essa fonte foi para nós formada com as lágrimas e o sangue do nosso Redentor: Ele nos amou e nos lavou dos nossos pecados com seu sangue.
A segunda é uma fonte de paz e de consolação em nossas penas. Invocai-me no dia da aflição, diz-nos Jesus, e eu vos consolarei. Se alguém tem sede das verdadeiras consolações possíveis nesta vida, venha a mim, que eu o contentarei. Quem bebe da água que eu darei, já não terá sede: virá a ser nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. Isto é: Quem provar as águas do meu amor desprezará para sempre as delícias do mundo; ficará plenamente satisfeito quando entrar na mansão dos eleitos, porque a água da minha graça o levará ao céu. A paz que o Senhor dá às almas que o amam, não é a paz que o mundo nos promete quando nos convida aos prazeres sensuais; estes deixam após si mais amargura do que paz; a paz que Deus dá excede todos os prazeres dos sentido. Bem-aventurados os que tem sede das águas dessa fonte divina.
A terceira é uma fonte de devoção. Oh! como se torna de-voto e pronto para obedecer à voz de Deus, como cresce sem-pre em virtudes, quem a miúdo medita o que Jesus Cristo fez por amor de nós! Será como uma árvore plantada junto às cor-rentes das águas.
A quarta é uma fonte de amor. A meditação acenderá o fogo na minha alma. Não é possível que, quem medita os padecimentos e as humilhações que Jesus suportou por nosso amor, não se sinta inflamado do belo fogo que Ele veio trazer à terra.
Assim se verifica perfeitamente a palavra do profeta, que quem se aproveita dessas felizes fontes abertas para nós em Jesus Cristo, delas tira sem cessar águas de alegria e salvação: Vós tirareis com gosto águas das fontes do Salvador.
Afetos e Súplicas.
Ó doce e caro Salvador meu, quanto vos devo! quanto me tendes obrigado a amar-vos, já que por mim fizestes o que não faria um servo para o seu senhor nem um filho para seu pai! Se pois me tendes amado mais do que qualquer outro, é justo que vos ame mais do que todos os outros. Quisera morrer de dor, quando penso que tanto padecestes por mim, que levastes o amor a aceitar a morte mais cruel e mais ignominiosa que possa um homem sofrer, e que eu tantas vezes tenho desprezado a vossa amizade. Quantas vezes me perdoastes e eu tornei a desprezar-vos! Mas os vossos méritos são a minha esperança. Agora prefiro a vossa graça a todos os reinos da terra. Amo-vos, e por amor de vós aceito qualquer espécie de pena e de morte. Se sou indigno de morrer pela mão dos algozes para glória vossa, aceito ao menos de coração a morte que me destinastes; aceito-a da maneira e no tempo que haveis determinado.
Maria, minha Mãe, obtende-me a graça de passar toda a minha vida e de morrer no amor de Jesus.

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