3 de agosto de 2021

Teresa de Los Andes - Deus, Alegria Infinita - Diário e Cartas

GUIA BIOGRÁFICO

1911:

8 de dezembro. Chama a atenção o fato que, no dia da Imaculada, esteve às portas da morte por diversas enfermidades, durante quatro anos seguidos - 1911 a 1914. Até 1915, continua recebendo esmerada formação no Colégio do Sagrado Coração como externa. Destaca-se por sua preocupação pelos anciãos e necessitados, chegando em certa ocasião a rifar seu relógio para socorrer um menino pobre. Trata com carinho as empregadas da casa e delas cuida quando estão enfermas, o mesmo faz com os moradores de Chacabuco durante as temporadas que ali passa com sua família. Ao ser vendida a fazenda, coubera-lhes uma parte - herança de sua mãe.
 

1914:

Dezembro. Sofre forte crise de apendicite. É operada no dia 30 no pensionato São Vicente de Santiago.

1915:

Restabelece-se da operação em Chacabuco, onde veraneia com os seus.

13 de julho. Ao completar seus quinze anos declara que Cristo a cativou. Ingressa como interna no Colégio das Mestras (hoje Portugal) do Sagrado Coração.

10 de outubro. Tem com a Madre Rios uma entrevista decisiva para a sua vocação. Juanita assegura-lhe que lhe faz muito bem a vida de Sta. Teresinha de Lisieux e que a leu várias vezes.

8 de dezembro. Faz voto de castidade que depois irá reno­vando periodicamente. Promete "não admitir outro esposo senão a Jesus Cristo".

1916:

Janeiro e fevereirp. Férias em Chacabuco. Passeios e caminhadas a Pé e a cavalo. Encantada pela equitação. Colabora nas missões e não deixa a meditação e a leitura espiritual.

15 de abril. Revela à sua irmã, Rebeca, o segredo da vocação: "Serei carmelita. Em 8 de dezembro eu me comprometi". No retiro espiritual do ano, impõe-se um método de vida, exigindo de si mesma a meditação, o exame diário e a prática da humildade.

1917:

Janeiro. A leitura de Sta. Teresa de Jesus a ajuda a vencer obstáculos para ser fiel ao seu propósito de fazer oração diariamente. Descansa várias semanas em Chacabuco.

10 e 11 de fevereiro. Peregrinação fervorosa ao santuário de Lourdes de Santiago. Entre suas resoluções para o ano figuram esquecer-se de si mesma; esmerar-se em proporcionar felicidade aos demais; viver com Jesus em seu interior e tomar amável a virtude.

Março. Regressa ao internato. O Pe. José Blanch, C.M.F. substitui como diretor espiritual o Pe. Artemio Colom, S.J. Impõe-se sacrifícios e oferece ao Senhor sua vida pela conversão de várias pessoas.

15 de junho. Recebe a medalha de filha de Maria.
27 de junho. É premiada como primeira aluna em história.
30 de junho. "É tão bom dar", escreve depois de juntar 30 pesos para comprar sapatos para um menino pobre e para ajudar outros necessitados.

Julho. Lê Ir. Isabel da Trindade. Fica encantada e sintoniza com ela porque seu sonho é também viver com Jesus no íntimo de seu ser e transformar toda a sua existência em louvor de Deus.

8 de agosto. Entra em retiro. Faz confissão geral e o confessor lhe assegurou que, pela graça de Deus, não cometeu em sua vida nenhum pecado mortal.

5 de setembro. Escreve sua primeira carta a madre Angélica, priora das Carmelitas de Los Andes, expressando seu ardente desejo de pertencer à sua comunidade, sabendo que a vida da carmelita é "sofrer e orar". Começa a se conscientizar de que terá de superar grandes dificuldades para ser carmelita: falta de saúde, oposição familiar e, inclusive, dificuldade para conseguir o dote, pois os negócios de seu pai vão muito mal.

20 de dezembro. Superados brilhantemente os exames e com prêmios, deixa o internato para gozar férias junto dos seus. Agora vivem na rua Vergara n. 92.

1918:

Intensifica sua correspondência com a madre priora das Carmelitas de Los Andes, pois seus desejos de ser carmelita vão aumentando.

Janeiro e fevereiro. Passa tranqüila e feliz grande parte do verão em Algarrobo. Pratica esportes: natação, tênis, passeios e caminhadas por montanhas e praias. Escreve cartas, sobretudo a seu pai ausente. Participa diariamente da missa e bênção do Santíssimo. Dá aulas de catecismo a 9 meninos. Sente sede do infinito. Tudo a leva a Deus, sobretudo a imensidade do mar.

12 de março. Regressa ao internato. Durante vários meses sofre provas interiores: abandono espiritual,
secura, aridez ...

7 de agosto. último retiro espiritual que faz no internato. Promete comungar e fazer exame de consciência e oração diariamente, e tratar de fazer em tudo a vontade de Deus.

12 de agosto. Deixa definitivamente o internato. Sai temerosa de que os familiares que se opõem à sua. vocação quisessem fazê-la freqüentar muitas festas e diversões. Propõe-se, por isso, ter firmeza de caráter e não se déixar levar pelo respeito humano nem pelo sentimento, mas pela razão e a consciência.
Como sua irmã, Lúcia, casou-se em junho, compete-lhe cuidar da casa, e não tem outro pensamento a não ser agradar a todos e sacrificar-se por cada um deles a todo momento.

7 de setembro. Escreve à madre priora de Los Andes pedindo-lhe que a admita em sua comunidade. Com imensa alegria, recebe resposta afirmativa.

Novembro. Nesta época lê o Caminho da perfeição, de Sta. Teresa. Descansa vinte e poucos dias em Cunaco, na fazenda de suas primas Elisa e Hermínia Valdés. Ali dá provas de seu bom humor, de sua alegria contagiante e de sua afeição pelo esporte, assim como de sua piedade e espírito de serviço. Colabora nas missões. escreve a seus familiares que se tornou famosa "com suas tentações de riso". Durante várias semanas atormenta-a a dúvida se deve ser carmelita ou religiosa do Sagrado Coração. Consultados seus diretores, desaparece a perturbação .

1919:

11 de janeiro. Viaja com a mãe a Los Andes. Acha que são simples, alegres e encantadoras as monjas. A pobreza do convento a seduz. Recuperada a tranqüilidade, regressa cheia de felicidade a Santiago.

14 de janeiro - 7 de março. Permanece na fazenda São Paulo - (perto de São Xavier de Loncomilla). Sem se descuidar dos trabalhos da casa, colabora nas missões, dá catecismo às crianças, dá-lhes aulas de diversas matérias e as entretém organizando brincadeiras, jogos e rifas. Também visitou umas trinta casas de inquilinos consagrando-as ao Sagrado Coração de Jesus.

7 de março. Regresso a Santiago. Descansa uns dias em Bucalemu; na fazenda de seus tios. Ali admiram sua destreza para montar a cavalo, qualificando-a de "verdadeira amazona".

25 de março. De Santiago escreve a seu pai uma carta enternecedora, pedindo-lhe autorização para ser carmelita.

3 de abril. Nasce Luz, sua "sobrinhazinha mimada", filha de sua irmã Lúcia.

6 de abril. Obtém o consentimento de seu pai para ingressar no Carmelo.

De 7 a 15 de abril permanece na fazenda de suas primas Valdés em Cumaco. Dali escreve a seu pai (dia 7) manifestando sua gratidão pelo generoso consentimento que lhe concedeu; e no dia 12, a Madre Angélica, comunicando-lhe que conta com a autorização paterna e que está decidida a ingressar no convento em 7 de maio.

Março-maio. Período em que, para Juanita, chegam ao auge, tanto a felicidade como a "pena mais horrível". A felicidade, porque logo estará realizando o seu so­nho de consagrar-se plenamente, ao Senhor, ingressando no convento. E o martírio mais terrível por ter de separar-se de seus pais e irmãos, aos quais ama com loucura, e que nas últimas. semanas choram sem consolo quando pensam que vão ficar sem aquela que é a "jóia, a alegria e o sol da casa". Seu pai, ausente nos últimos dias, não teve coragem de voltar "para não se encontrar lá no momento da separação".

7 de maio. Ingressa nas Carmelitas de Los Andes. Muda seu nome, chamando-se daí por diante Teresa de Jesus.

8 de maio. Escreve sua primeira carta do convento. É um testemunho eloqüente de seu amor filial e da felicidade que a inunda. Escondida na clausura, realiza contudo intenso apostolado, não só mediante a misteriosa fecundidade do sacrifício e da oração, como também por suas cartas. Com elas contagia seus familiares e amigas com o seu amor a Cristo, à Eucaristia e à SS. Virgem, ao mesmo tempo que apregoa sua alegria e felicidade, e que seu amor pelos seus assume maio­res proporções cada dia.

14 de outubro. Toma o hábito de Carmelita Descalça. Começa seu noviciado. Daí por diante escreve menos cartas, porém mais afetuosas e penetradas de humildade. Cartas que são boa prova de que os santos não são seres esquisitos e alienados, mas pessoas com grande equilíbrio e estabilidade. Vivendo em Deus "seu centro e sua morada" - Teresa participa da estabilidade e alegria daquele que é o Imutável, e vive em plenitude a condição humana. A que chegou ao convento com o sonho de ser "co-redentora do mundo" imolando-se pela Igreja e pela humanidade escreveu: "Assim passamos a vida: orando, trabalhando e rindo". Nem a morte teve nada de espantoso para ela, porque morrer é submergir
definitivamente em Deus, em cujos braços amorosos vivia.

1920:

Primeiros dias de março. Assegura que morrerá logo, dentro de um mês.

2 d e abril. 6.a-feira Santa. Cai de cama, gravemente enferma de tifo.

5 de abril. Administram-lhe os últimos sacramentos, a seu pedido.

6 de abril. Faz sua profissão religiosa, repetindo alegre e emocionada a fórmula de consagração ao Senhor.

7 de abril. última comunhão de Ir. Teresa.

12 de abril. Às 19h15min, morre santamente. Contava 19 anos e nove meses de vida e onze meses de Carmelita. "Logo fará milagres", escreve poucos dias depois o Pe. Julião Cea, C.M.F., que acertou plenamente. Desde então são incontáveis as pessoas que atribuem à sua intercessão graças e favores de toda espécie.

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