Conferência XV
II - A FAMÍLIA CRISTÃ PREOCUPA-SE DA EDUCAÇÃO DO FILHO.
Parte 4/7
Chegamos à segunda ordem de ideias da nossa instrução de hoje: não só os pais cristãos respeitam o filho, mas justamente porque respeitam os grandes valores aí ocultos, dão-lhes a educação com amor e solicitude.
A - Nunca se repetiria demais que a educação do filho é o primeiro dever dos pais.
a - Educação! Que sentido profundo nesta palavra! Fazer do que é pequeno alguma coisa de grande, do que é fraco algo de forte, fortificar o corpo e a alma, extirpar a erva má e semear a boa semente. Quantos sacrifícios, que tarefa desinteressada, que noite de insônia, quantas lágrimas e cuidados nestas duas palavras "educação familiar".
A educação familiar é um sacrifício, mas é também uma alegria.
Como seria preciso insistir muitas vezes, e sob formas diversas, junto aos pais, sobre esta imensa responsabilidade. Mas não para se concluir: " então é preferível não ter filhos", mas para fazer tudo conscienciosamente tendo em vista a felicidade futura de novos seres pequeninos lançados à vida.
Sim, a tarefa educadora é cheia de sacrifícios, mas é cheia também de alegrias.
Que é que dá aos pais esta alegria, esta felicidade e esta paz, enquanto educam, instruem, alimentam e protegem seus filhos? O pensamento de que eles cumprem assim o mais santo dever que repousa na lei natural e na lei divina. Mas, se, após o cumprimento de qualquer dever, provamos um sentimento de satisfação, este sentimento cresce na medida da obrigação da qual dependem os interesses primordiais de nosso destino terrestre e eterno, da raça humana, da nação e da Igreja.
b - Mas para que os pais sejam capazes destes sacrifícios contínuos, Deus criou em seus corações um dos mais belos sentimentos humanos: o amor paterno e materno.
O amor paterno e materno! Que palavra mágica. Quantas lágrimas e fadigas, quanto perdão e quanta indulgência, quantas vigílias e privações nestas palavras; amor paterno e materno!..
É um amor inesgotável, porque se nutre de três fontes: Os pais amam seus filhos porque são a carne de sua carne, e também a carne de outro ser, que eles mais amam no mundo, além de seus filhos; amam-nos ainda porque a alma do filho, desde que foi purificada pela água batismal, tornou-se filha de Deus.
Este amor paterno e materno nada e ninguém o substitui. Um filho pode ser educado por mil pedagogos, a governanta mais devotada, a melhor ama, ou educadora de crianças, sem o amor dos pais, nada mais é que "Ersatz", mas este "Ersatz" não substitui senão aproximadamente o amor paterno e materno.
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