8 de julho de 2016

Tesouro de Exemplos - Parte 144 e 145

DO PAGANISMO AO CLAUSTRO

1. Hiéria era pagã. Jovem e viúva de um senador romano, estava destinada a novas núpcias. Aconteceu, porém, que, durante a perseguição de Diocleciano contra os cristãos, veio a saber que em certo mosteiro vivia uma virgem chamada Febrônia, de vinte e cinco anos, belíssima, douta, eloquente, cujo rosto ninguém jamais via a não ser as suas coirmãs. Ora, Hiéria desejava vê-la; sentia uma como necessidade absoluta de satisfazer a semelhante curiosidade.
Fingindo-se de monja, foi admitida à presença de Febrônia e pode vê-la e ouvir-lhe, chorando de comoção, as santas palavras.
Febrônia foi depois martirizada; e Hiéria, depositando sobre o féretro da virgem mártir todas as suas riquezas, ajoelhou-se aos pés da abadessa e, após fervorosas súplicas, obteve a graça de substituir a virgem.

2. Aglaé, nobre e rica romana, concubina de Bonifácio, que era o primeiro dos 73 intendentes de suas propriedades, ouvira dizer que quem honrava os santos mártires gozaria de especial proteção deles no tribunal de Deus.
Aglaé chamou, pois, a Bonifácio e deu-lhe a incumbência de ir ao Oriente à procura de relíquias.
— Senhora, disse Bonifácio, se um dia as minhas relíquias vos fossem enviadas sob a forma de mártir, vós as receberíeis?
Aglaé censurou-lhe esse modo de falar; mas Bonifácio morreu realmente mártir da fé, em Tarso. A nobre dama venerou aquelas relíquias, converteu-se, fez-se monja e de tal modo se purificou pela penitência que, mereceu ser sepultada na capela de S. Bonifácio que ela mesma mandara construir a 50 estádios de Roma.

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