QUE SANTOS BEIJOS!
Margarida acabava de completar vinte anos. Não era mais uma menina. Entretanto, desde a sua primeira comunhão, amava a Jesus-Hóstia com um amor imenso, apaixonado.
Sua maior alegria e felicidade consistia em lavar e engomar os objetos que serviam para o altar. Lavava as toalhas e, quando acabava de engomá-las, depositava nelas um beijo porque sabia que sobre elas Colocariam os sacerdotes o cálice, o cibório, a custódia... Lavava e engomava os corporais e beijava-os não uma mas muitas vezes, porque — dizia — sobre eles repousará a branca hóstia, depois de consagrada.
As vezes estava sozinha na igreja e não podia conter-se: corria ao altar do Santíssimo e, quando julgava que ninguém a via, subia a uma cadeira e beijava a portinha do sacrário, porque — dizia — ali atrás está escondido o meu amor.
Aquela alma estava madura para o céu. Margarida morreu na flor dos anos. Tendo sido sacramentada, ia receber o sagrado viático; e foi então que fez o que sempre desejara fazer. Quando o sacerdote aproximou de seus lábios a hóstia divina, que seria a sua última comunhão, antes de tomá-la, imprimiu-lhe um beijo. E dizia depois, satisfeita, que nada mais lhe faltava para ser feliz. E partiu para o céu...
Todo ato de amor, toda jaculatória de amor, passará através da portinha do Sacrário e encherá de alegria o coração de Jesus tão desprezado dos maus e tão esquecido dos bons.
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