15 de julho de 2016

Casamento e Família - Dom Tihamer Toth.

Conferência XV


Parte 7/7


E agora que vou terminar esta instrução, na qual tratei do amor paterno e materno tão devotado, tão generoso até o sacrifício, vem-me à mente uma lembrança de guerra, que se desenrolou há vinte poucos anos, e que eu nunca poderia esquecer.
Era primavera de 1915. Nossas tropas após a tomada de Gorlice avançavam rapidamente na Galícia enfim libertada, e a ambulância de campanha, à qual eu estava adido, mal podia seguir o exército. Um dia, trouxeram um jovem que recebera uma bala na cabeça: Teria vinte anos, e era de origem polonesa ou rutena. A bala atravessara-lhe a cabeça sem matá-lo, mas ele perdera a consciência. Durante alguns dias ficou entre nós, sem recuperar os sentidos e seu jovem e robusto organismo lutava contra a morte. Permaneci ao seu lado a fim de poder confessá-lo, se recobrasse a consciência. Mas esta não vinha sequer um minuto. Seus lábios se moviam incessantemente, noite e dia, e durante dias, deste corpo inconsciente, saíram incansavelmente essas duas palavras: "Tatyinko, maminko... tatyinko, maminko..." papai, mamãe! Finalmente, o pobre jovem morreu!
Era terrível ouvir durante dias essas duas palavras.
Mas atualmente...
Atualmente, pergunto a mim mesmo: Quais eram o papai e mamãe deste infeliz jovem? Que doce imagem deveriam despertar naquele cérebro atingido por uma bala, e desprovido de conhecimentos! Como deveriam ser bons para que o filho, no meio do sofrimento dos últimos dias, pudesse encontrar no seu nome tal doçura, repetindo   estas duas palavras: "Tatyinko, maminko".
A esses bons pais o meu último pensamento.
Que Deus abençoe o devotamento das boas mães de família. Amém.

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