3 de maio de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 80

SANTA MARGARIDA DE CORTONA

Nasceu esta Santa no povoado de Laviano, na Itália, em 1247. Seus pais eram lavradores e viviam pobremente.
Aos sete anos teve Margarida a desgraça de perder a mãe. O pai casou-se de novo, e a madrasta odiava a pobre órfãzinha. Um rico e poderoso senhor dos arredores seduziu-a e levou-a para o seu castelo, rodeado de bosques, com muito luxo e criadagem. Nove anos durou a triste vida de Margarida naquele castelo. A miúdo sentia remorsos e como que um desejo de fazer penitência, mas não sabia como livrar-se daquela mísera situação.
Certo dia, o lebrel favorito de seu senhor aproximou-se dela, ladrando choroso, e com os dentes puxava-lhe o vestido como se quisesse convidá-la a segui-lo.
Penetraram pelo bosque adentro. Debaixo dum carvalho, junto a um monte de ramos, parou o cão e redobrou seus latidos. Afastou Margarida os ramos e encontrou, banhado em sangue, o cadáver de seu senhor. Haviam-no apunhalado. Surpreendera-o a justiça de Deus.
Aquele horrível espetáculo iluminou a alma de Margarida. Converteu-se. Resolveu começar vida nova e dirigir-se, em primeiro lugar, ao casebre de seu pai, para desgravá-lo e implorar-lhe perdão.
Não o alcançou, porque sua madrasta se opôs. Deus, porém, foi mais generoso. A pecadora, compreedendo que precisava confessar-se, para recuperar a graça divina, dirigiu-se ao convento franciscano da vizinha cidade de Cortona e, ali, aos pés do ministro de Cristo, reconciliou-se com Deus, a quem tanto ofendera.
Tôdas as penitências lhe pareciam leves. Cortou sua longa e negra cabeleira. Disciplinava-se sem misericórdia. Jejuava a pão e água.
Num domingo, entrou na igreja de sua vila natal, vestida de farrapos e levando, como os condenados, uma grossa corda ao pescoço, e pediu públicamente que lhe perdoassem os escândalos que dera.
Temia não estar bem perdoada. Cria que sim, mas parecia-lhe impossível, tendo pecado tão gravemente. Até que um dia, em que estava chorando diante do Crucifixo, a imagem de Cristo abriu os lábios para dizer-lhe: "Teus pecados te foram perdoados".
Margarida foi devotíssima da Paixão do Salvador. Numa Sexta-feira Santa, quis Jesus Cristo que ela presenciasse tudo o que acontecera durante a Paixão. Passaram diante de seus olhos: o beijo de Judas, a negação de Pedro, a cobardia de Pilatos, o ódio dos judeus, os insultos na rua da Amargura e ouviu as palavras de Cristo na Cruz; e às três da tarde, hora em que expirou nosso Salvador, inclinou também ela a cabeça e pereceu que expirava. As pessoas presentes não cessavam de soluçar.
O demônio tentou-a de mil modos; mas, rezando, como costumava, diante do Crucifixo, Jesus a consolou com as seguintes palavras: "Minha filha, tem coragem e obedece ao teu confessor; desconfia de ti mesma, mas confia na minha graça".
Faleceu a 22 de fevereiro de 1297, contando cinqüenta anos de idade. Durante os vinte últimos dias de sua vida, não provou nenhum alimento ou, melhor, o seu alimento era a sagrada comunhão.
- Festa: 22 de fevereiro.

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