22 de maio de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 99

DEMÔNIOS, ANJOS E UMA SANTA

Neste mundo constantemente inclinado à corrupção e ao abandono de Deus, cuida a Providência que haja sempre pessoas de vida celestial que, com suas virtudes e milagres, dão testemunho de Cristo e condenam a maldade.
S. Francisca Romana, nascida em Roma em 1384, foi desde pequenina de uma pureza instintiva e delicada que não suportava carícias nem do próprio pai. Aos doze anos de idade foi por seu pai dada em casamento a um nobilíssimo e piedoso cavalheiro, do qual teve três filhos:
João Batista que cgegou a boa idade, Evangelista que faleceu aos nove anos e logo veio buscar sua irmãzinha Inês de cinco.
Desde que se casou, Francisca foi levada à mais alta contemplação e por isso perseguida pelo demônio. Para mais a purificar e estimular permitiu Deus que o inimigo a atormentasse de mil modos: levantava-a pelos cabelos, batia-a contra a parede e prostrava-a de pancadas. Causou-lhe inúmeros outros sofrimentos, durando a guerra tôda a sua vida até à última enfermidade. Mas Deus nunca a deixava só: os anjos contínuamente a acompanhavam e defendiam.
Seu filho Evangelista, um verdadeiro anjo, foi-lhe arrebatado aos nove anos. Uma vizinha enfêrma viu-o subir ao céu entre anjos.
No ano seguinte apareceu à mãe radiante luz e acompanhado de um anjo ainda mais formoso do que êle.
- Mãe, disse-lhe, estou no segundo côro da primeira jerarquia; meu companheiro, que vês, está ainda mais elevado. Deus o enviou para te guardar, acompanhar, consolar e guiar sempre. Agora venho buscar minha irmãzinha para gozar comigo da incomparável felicidade do paraíso. Com efeito, pouco depois faleceu a pequena aos cinco anos de idade.
O anjo permaneceu ao lado de Francisca, sempre visível: parecia um menino de nove anos (como seu filho), cabelos louros e anelados caindo sôbre os ombros, os braços e sôbre o peito, uma túnica branca e uma pequena dalmática, às vêzes branca, outras vêzes vermelha ou azul. Despedia tanta luz que a santa podia com ela ler o Ofício.
Instruía-a, avisava-a e consolava-a; mas tinha também um anjo que a corrigia. Um dia deu-lhe uma bofetada ouvida pelos presentes, porque, numa reunião, não cortara uma conversa vã e incoveniente.
Pouco antes de sua morte, perguntou-lhe seu confessor que orações estava a murmurar.
- Acabo, disse, de rezar as Vésperas de Nossa Senhora.
E logo expirou, tendo 55 anos de idade.

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