2 de maio de 2012

Tesouro de Exemplos - Parte 79

SANTA PAULA

Natural de Roma, nasceu em meados do século IV. Era da mais alta nobreza, pois em suas veias corria sangue dos Cipiões e dos mais antigos reis.
Após as perseguições, que foram terríveis, os cristãos relaxaram-se um pouco. Paula, embora cristã e honesta, viva com excessivo luxo e moleza.
A Providência divina enviou-lhes amargos sofrimentos para desenganá-la do mundo. Faleceu-lhe o espôso, a quem amava-lhe entranhadamente, a ela mesma contraiu uma grave e prolongada enfermidade.
Quando recobrou sua saúde, despojou-se de suas galas e consagrou-se por completo à oração, às obras de caridade e à educação dos filhos.
Por motivo da celebração de um concílio, convocado pelo Papa S. Dâmaso, veio a Roma S. Jerônimo, grande amigo do Pontífice e incomparável conhecedor da Sagrada Escritura. Paula tomou-o por diretor espiritual e, seguindo seus conselhos, estudou os Livros sagrados, especialmente os Evangelhos, e concebeu o desejo de visitar e venerar a gruta de Belém.
Após a morte de S. Dâmaso, seu amigo S. Jerônimo abandonou Roma, para dedicar-se de novo a seus estudos bíblicos. Queria ultimar sua gigantesca tarefa de traduzir tôda a Bíblia para o latim.
S. Paula não tardou a segui-lo. Confiou a uma filha casada a educação da menorzinha, e ela com Eustóquio, outra de suas filhas, embarcou rumo à Terra Santa.
Com S. Jerônimo e Eustóquio, percorreu a Palestina. Ao chegar a Belém exclamou chorando: "Eu te saúdo, ó Belém, cujo nome quer dizer Casa do Pão celeste; eu te saúdo, antiga Efratá, cujo nome significa a Fértil, que tiveste por fruto e colheita o próprio Criador! É possível que eu, pecadora, beije o berço onde repousou o Menino Deus, ore na gruta, onde deu Jesus seus primeiros vagidos, onde a Virgem deu à luz o Salvador?"
Junto à gruta de Belém levantou um mosteiro para a comunidade de religiosas por ela fundada e dirigida; e nos arredores, outro para S. Jerônimo e seus monges. Construiu, além disso, um ótimo albergue para os peregrinos, e costumava dizer: "Se Maria e José tivessem retornar a Belém, para o recenseamento, já não lhes faltaria lugar na estalagem".
Passou S. Paula o resto da sua vida meditando a Sagrada Escritura, orando e mortificando-se com severas penitências, animada pelo suave pensamento de que ali mesmo dera o Redentor admirável lição de tôdas as virtudes.
Morreu aos 56 anos e foi sepultada numa gruta ao lado do Nascimento.
Sôbre a porta dessa gruta mandou S. Jerônimo gravar em versos estas palavras: "Vês êste humilde sepulcro nesta rocha cavado? Dentro está de Paula o corpo, e dos bens celestes gozando está a alma. Deixou pais e pátria e irmão e filhos e aqui repousa, junto à gruta de Belém, onde reis Magos a Cristo adoraram como a Deus e homem".
- Festa: 28 de janeiro.

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