29 de dezembro de 2010

Sacerdote Eternamente - Parte 16

SACERDOTE ETERNAMENTE
Dom Emmanuel Marie André

LIVRO SEGUNDO
COMO O MINISTÉRIO PODE SER DESNATURADO

CAPÍTULO VII
As Conseqüências do Ministério Assim Desnaturado

Quando o ministério é assim desnaturado, o padre que não consegue converter as almas é levado a queixar-se do ministério antes que de si próprio. Não lhe acode dizer: não sou um homem de oração; não trato a palavra de Deus como sendo ela de Deus; não cuido que os sacramentos que são santos sejam santamente recebidos. Mas, ao em vez, pronta mente dirá a si mesmo que os meios à nossa disposição são ineficazes, e que por conseguinte nada podemos e nada há que fazer.

Então, o padre poderá cair numa espécie de torpor espiritual que não lhe permitirá mais perceber para que seu ministério se torne útil, não só ao próximo como a si mesmo.

Se o mal se agrava, poderão surgir dúvidas no espírito do padre sobre a própria razão de ser do ministério; e o fato de, em suas mãos, o ministério se ter verificado inoperante, pode ser por ele atribuído a inoperância intrínseca ao próprio ministério instituído por Nosso Senhor.

Com mais um passo, o padre a princípio desencorajado, em seguida hesitante na fé, cairá na desesperança; poderá perder a fé e deixar-se cair em faltas que não têm mais nome, já que cometidas por um padre. Non peccata, sed monstra (mais que pecados, são monstruosidades) diz Tertuliano.

Queremos dizer que nessa gradação há uma seqüência lógica, não uma inevitável fatalidade, e que uma queda é possível. Queira Deus, porém, que o padre seja dela preservado.

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ANDRÉ, Dom Emmanuel Marie. Tratado do Ministério Eclesiástico.

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