6 de dezembro de 2010

6 de dezembro: São Nicolau, Bispo e Confessor

Nicolau nasceu na famosa cidade de Pátara, na Lícia. Seus pais obtiveram-no de Deus pela oração, e a sua santidade de vida foi notável desde o berço. Ao seio, nunca mamava senão uma única vez nas quartas e sextas-feiras, e apenas após o pôr-do-sol, ainda que nos outros dias mamasse livremente. Esse costume de jejuar ele nunca quebrou por toda a sua vida. Quando era ainda adolescente, perdeu seu pai e mãe, e depois disso deu todas as suas posses aos pobres. Um exemplo particular é dado da sua caridade cristã. Havia um homem necessitado na cidade, que tinha três filhas em idade de casar, para as quais ele não podia arranjar maridos, e pensava em prostituí-las. Quando Nicolau ouviu isso, ele foi à casa à noite e jogou pela janela uma soma em dinheiro suficiente para servir de dote para uma delas. Fê-lo uma segunda e terceira vez, e assim, pela sua caridade, elas foram honrosamente dadas em matrimônio.

Quando ele se entregou totalmente a Deus, ele rumou à Palestina, para que pudesse ver os Lugares Santos e venerá-los. Durante a sua peregrinação, certa vez embarcou num navio, estando o céu limpo e o mar calmo, mas enfrentou uma grande tempestade, que aumentou a ponto de os marinheiros ficarem aterrorizados; e então o santo, pela oração, acalmou a tempestade. Após retornar à casa, sendo a sua vida santa conhecida pelos homens, Deus pediu-lhe que fosse a Mira, a metrópole da Lícia, na época em que o bispo havia recém falecido, e os bispos da província foram reunidos para eleger um sucessor. Enquanto deliberavam, receberam uma mensagem celeste para que escolhessem aquele que entrasse por primeiro na igreja na manhã seguinte, chamado Nicolau. Observada a revelação, Nicolau foi encontrado à porta da igreja, e sagrado arcebispo com consenso universal. No seu grande ministério, ele foi um modelo incessante de pureza, como sempre foi, de gravidade, de assiduidade na oração, de vigílias, abstinências, caridade, hospitalidade, mansidão na exortação, e de severidade na repreensão.

Ele foi o conforto das viúvas e órfãos, pelo dinheiro, conselho e trabalho. Ele foi o alívio dos oprimidos, tanto que se conta que o imperador Constantino, um vez, condenou injustamente três tribunos à morte, e esses infelizes rezaram a Nicolau, sendo esse ainda vivo, para que os salvasse, e aquele apareceu numa visão ao imperador, e obrigou-o, por ameaças, a livrá-los. Quando os imperadores Diocleciano e Maximiano puplicaram seu edito contra o Cristianismo, Nicolau não cessou de pregar a verdade em Mira, porquanto foi preso pelos soldados do imperador, tirado da sua Sé e posto na prisão, onde permaneceu até a ascensão de Constantino. Esse príncipe o libertou, e ele voltou a Mira. Foi ao Concílio de Niceia, onde foi um dos 318 bispos que condenaram a heresia de Ário. Retornou, então, ao seu bispado, e, não muito tempo depois, foi avisado de que sua morte se aproximava. Quando chegou seu derradeiro momento, ergueu os olhos ao céu, e, quando viu os anjos vindo tomá-lo, começou a rezar o salmo 30: "Em vós, ó Senhor, esperei, etc..." e quando chegou à parte que diz: "Nas vossas mãos eu entrego o meu espírito", migrou para a pátria celeste. Seu corpo foi, enfim, trasladado para Bari, na Apúlia, onde é venerado com grande celebridade e honra.

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