
Quando ele se entregou totalmente a Deus, ele rumou à Palestina, para que pudesse ver os Lugares Santos e venerá-los. Durante a sua peregrinação, certa vez embarcou num navio, estando o céu limpo e o mar calmo, mas enfrentou uma grande tempestade, que aumentou a ponto de os marinheiros ficarem aterrorizados; e então o santo, pela oração, acalmou a tempestade. Após retornar à casa, sendo a sua vida santa conhecida pelos homens, Deus pediu-lhe que fosse a Mira, a metrópole da Lícia, na época em que o bispo havia recém falecido, e os bispos da província foram reunidos para eleger um sucessor. Enquanto deliberavam, receberam uma mensagem celeste para que escolhessem aquele que entrasse por primeiro na igreja na manhã seguinte, chamado Nicolau. Observada a revelação, Nicolau foi encontrado à porta da igreja, e sagrado arcebispo com consenso universal. No seu grande ministério, ele foi um modelo incessante de pureza, como sempre foi, de gravidade, de assiduidade na oração, de vigílias, abstinências, caridade, hospitalidade, mansidão na exortação, e de severidade na repreensão.
Ele foi o conforto das viúvas e órfãos, pelo dinheiro, conselho e trabalho. Ele foi o alívio dos oprimidos, tanto que se conta que o imperador Constantino, um vez, condenou injustamente três tribunos à morte, e esses infelizes rezaram a Nicolau, sendo esse ainda vivo, para que os salvasse, e aquele apareceu numa visão ao imperador, e obrigou-o, por ameaças, a livrá-los. Quando os imperadores Diocleciano e Maximiano puplicaram seu edito contra o Cristianismo, Nicolau não cessou de pregar a verdade em Mira, porquanto foi preso pelos soldados do imperador, tirado da sua Sé e posto na prisão, onde permaneceu até a ascensão de Constantino. Esse príncipe o libertou, e ele voltou a Mira. Foi ao Concílio de Niceia, onde foi um dos 318 bispos que condenaram a heresia de Ário. Retornou, então, ao seu bispado, e, não muito tempo depois, foi avisado de que sua morte se aproximava. Quando chegou seu derradeiro momento, ergueu os olhos ao céu, e, quando viu os anjos vindo tomá-lo, começou a rezar o salmo 30: "Em vós, ó Senhor, esperei, etc..." e quando chegou à parte que diz: "Nas vossas mãos eu entrego o meu espírito", migrou para a pátria celeste. Seu corpo foi, enfim, trasladado para Bari, na Apúlia, onde é venerado com grande celebridade e honra.
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